Tuuuu, tuuuuuu... Nami aguarda pacientemente na linha, o celular com a capa de unicórnios na orelha esquerda, endireita algumas mechas ruivas as pondo atrás das costas.
– Alô? – A voz de Zoro vem através do aparelho.
– Oi, Zoro é a Nami...
Tuuu, tuuuu... desliga na cara dela.
– Argh... – Digita novamente e aguarda na linha.
– Quem te deu meu número? – Reclama, a voz habitualmente meia áspera.
Na cozinha, usando o ombro como apoio para o aparelho a ruiva verifica o forno, o abrindo com o auxílio de uma luva térmica. Ainda não estão prontos...
– Bom dia para você também. – Ironiza com falsa alegria. – E sobre o número, discar meia, meia, meia não é tão difícil.
– Fala logo o que quer mulher. – Soa entediado. – Não vai me dizer que ligou só para fazer do meu dia menos feliz antes da hora.
– Preciso de um favor. – Decide por ir direto ao ponto. Abre as gavetas do armário a procura do saco de pipoca. – Meu primo vai vir com o par dele passar o dia aqui em casa. Ao invés de sair, nosso encontro pode ser aqui em casa?
Tuuu... Tuuu... Ela não estava acreditando. Redisca, desta vez com veias saltando da testa.
– Desliga mais uma vez e vai se arrepender de ter nascido. – Diz enraivecida, encara o celular como se encarasse o esverdeado.
– Já me arrependo. – Simplesmente diz. – E o seu pai? É feriado, deve estar em casa.
– Eu conversei com o papai e ele assegurou que não vai te incomodar.
Genzo que nesse momento abria a geladeira pegando a caixa de leite e derramando o conteúdo em cima de um copo no balcão, não parecia nada feliz.
– Hum... não sei não. – Seu tom muda em um diferente do habitual usado para ela, um mais compreensivo de repente. – Você deve estar muito desesperada para me ligar me pedindo esse favor não é? Está querendo muito.
– Sim! – Responde.
– Então não vou. – conclui.
– Olha aqui seu... – Respira, Nami, respira. Você precisa desse imbecil. – Zoro, faço qualquer coisa. Por favor...
Nada... Interpreta o silêncio dele como se estivesse pensando.
– Okay, mas eu escolho o local do próximo encontro.
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Koi to Piece
Hayran KurguEm um mundo onde o governo escolhe seu "Parceiro Ideal" para a vida ao completar dezessete anos. O casal improvável tenta se relacionar acreditando que a escolha de seus pares foi um erro. E se estiverem certos? E se estiverem errados? Isso é o que...