Capítulo 12

518 62 43
                                    

Me sento no chão do meu quarto, encostando minhas costas na cama, ficando de frente para a porta de madeira preta, que me remete agora aos olhos da minha mãe quando eu insistia em saber mais sobre esse lugar horrendo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Me sento no chão do meu quarto, encostando minhas costas na cama, ficando de frente para a porta de madeira preta, que me remete agora aos olhos da minha mãe quando eu insistia em saber mais sobre esse lugar horrendo.

Lágrimas que odeio quando aparecem saem dos meus olhos, me fazendo questionar o porquê de eu ainda estar aqui. É bem pior do que imaginei, me arrependo amargamente de não ter fugido para bem longe.

- Princesa Sky? - A voz de Kai entra nos meus ouvidos me assustando. - Aconteceu alguma coisa? - Ele pergunta.

Respiro fundo, tentando me concentrar nas palavras que tenho que falar, pois ainda me encontro em choque com o que vi.

- Eu quero sair daqui a minha mãe tinha razão vocês são uns monstros, ou melhor nós somos. - Kai me olha confuso. - Aquelas pessoas elas não eram criminosos que mereciam pena de morte, a maioria roubou para comer. - O capitão parece entender o que quero dizer sentando-se ao meu lado depois de suspirar.

- Não há o que fazer leis são as leis. - Olho para ele  que não me fita de volta.

- Saia do meu quarto agora, quero ficar sozinha, eu nem te dei permissão para entrar. - Me levanto do chão indo abrir a porta do mesmo.

- Não foi eu que matou aquelas pessoas, não tem o porque descontar em mim a sua indignação. - Ele ralha já perto em frente a mim.

- Sério? - Um riso nasalado sai de mim. - E desde quando alguém deve sujar as mãos para ser culpado, se você é conivente não tem para onde fugir. Vai me dizer que alguma vez já chegou a questionou o por que dele fazer aquilo? - Kai passa a mão entre os cabelos negros em um gesto impaciente.

- Não cabe a mim questionar, princesa. - Ele retruca.

- Também não é como se você quisesse, não é mesmo? - Minha voz sai afiada para surpresa do mesmo que parece prestes a surtar.

- Não fale como se soubesse de tudo, eu fui criado para seguir e respeitar as ordens do rei. - Kai diz mais alterado do que já estava.

- Saia do meu quarto agora, ou não responderei por mim - Minha paciência já se esgotou, se ele continuar na minha frente socarei a cara dele sem pensar duas vezes.

- Você não manda em mim, não é porque é a princesa que seguirei suas ordens, lembra o que falei o rei é quem... - Lhe dou um tapa que pega na cabeça fazendo o mesmo parar de falar.

- Saia agora do... - Dessa vez quem não termina de falar sou eu já que o mesmo vem para cima de mim me prendendo contra a parede.

A porta de madeira preta do meu quarto se fecha em uma batida surda o que me faz fechar os olhos em puro reflexo, sentindo o rosto de Kai agora mais perto abro as pálpebras vendo seus olhos negros próximos demais, sinto também seu cheiro invadir meu olfato.

- Tínhamos tantas especulações quanto a você, sabe? A sua fama não era tão boa, esperávamos uma garota completamente insana, pois os seus poderes causaram isso em todos os que os possui, ou você acha que a sua mãe era normal? - Kai cospe essas palavras no meu rosto me apertando ainda mais na parede fria, não me dando a chance de me soltar e arrancar seus olhos com as minhas próprias mãos. - Pensávamos que você seria uma suicida, por isso que a pedido do seu pai eu venho sempre lhe ver, não podemos correr o risco de perder a nossa futura rainha, é por isso também que o seu pai quer que você case, pois caso você venha enlouquecer por completo tenha alguém para cuidar do reino. - Meus olhos se arregalaram em choque com suas palavras.

Minha mãe tinha total razão em me querer longe desse lugar, não são os poderes que temos que nos enlouquecer e sim as pessoas que existem aqui. Lágrimas escorrem pelo meu rosto antes mesmo que eu tente contê-las, eu odeio chorar, mas às vezes talvez seja melhor fazer isso do que se tornar uma assassina, pois a única coisa que tenho vontade é de colocar fogo em tudo. Paro de me debater das mãos de Kai, me dando por vencida. Minhas forças foram embora me fazendo querer apenas sumir, fecho os meus olhos devagar como se meus sentidos estivessem se desligando.

- Princesa Sky? - Escuto a voz aparentemente preocupada do capitão, sinto suas mãos me levantaram do chão me levando pra cama onde deixo meu corpo apagar por completo.

***

Ao acordar me deparo com Ada andando pelo meu quarto, não em um gesto preocupado mas como se estivesse arrumando alguma coisa, ela percebe que acordei vindo até mim.

- Soube que não se sentiu muito bem antes do almoço, então preparei uma comidinha leve para a senhorita. - Não falo nada é como se tivesse um bola em minha garganta me impedindo no momento. - Ah! a costureira veio aqui mas como você estava dormindo eu dei a ele um de seus vestidos para ela tirar as medidas por ele, claro que você deverá fazer uma prova antes do baile de apresentação. - A mulher fala tão rápido que não sei como cheguei a entender.

Comi o que Ada trouxe para mim após a mesma parar de falar, mas mesmo enquanto eu comia ela soltava alguns comentários o que me fazia rir nasalado hora ou outra.

Me troco pondo um vestido para o jantar, que a dama de companhia informou que o meu pai praticamente exigiu a minha presença. Depois de pronta me ponho a andar para a sala de jantar onde vejo o rei, Kai e o príncipe Uriah os três sentados conversando baixo enquanto aparentemente me esperavam.

- Boa noite. - Digo assim que eles põem os olhos em mim.

- Boa noite bela princesa Sky. - Uriah diz vindo até mim praticamente puxando a minha mão para depositar um beijo na mesma.

Sorrio sem dentes para me afastar tomando uma cadeira para mim, uma que para meu desagrado fica ao lado do mesmo.

- Você está bem querida, soube que não passou muito bem hoje mais cedo. - O rei me perguntou me fazendo não fitá-lo mas sim o capitão a minha frente.

- Estou ótima obrigada. - Minto descaradamente.

Começamos a comer e enquanto fazíamos isso, ao levantar o meu olhar pegava Kai me observando, mas o mesmo desviava assim que percebia que eu tinha visto. Enquanto isso Uriah não parava de puxar assuntos chatos, por exemplo como é a escola de humanos e se eles fedem muito, me controlei para não responder com grosserias.

Assim que terminamos me levanto, mas ao começar a me despedir para ir ao meu quarto sou interrompida pelo príncipe se oferecendo para me levar até o cômodo.

- Eu a levarei não se preocupe. - Kai diz recebendo um olhar afiado do outro e me fazendo revirar os olhos.

- Não preciso que ninguém me leve sei onde meu quarto fica, muito obrigada. - Saio batendo o pé escutando uma risada rouca vindo do meu pai.
.
.
.
.
Obrigada!

Obrigada!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Pássaros negros: A Filha Do Rei 👑Onde histórias criam vida. Descubra agora