Capítulo 8

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Taehyung acordou com alguém abraçando-o por trás, por um segundo seu coração acelerou em alerta mas logo reconheceu as mãozinhas que abraçaram sua cintura. 

— Você tem algum fetiche em me acordar cedo? — perguntou grogue pelo sono. 

— Não é óbvio? Essa sua cara babada e amassada faz meu pau bater na testa — respondeu, causando uma gargalhada gostosa nos dois. 

— Seu pervertido de merda — riu, virando de barriga para cima, o loiro fez o mesmo — Então, como foi o "encontro" ontem? Não te vi chegar — arqueou uma sobrancelha. 

— Foi legal — foi simplista, suspirou, sua mente estava uma confusão. 

— Ok, elabore mais sua resposta — pediu, virando-se de frente para o amigo, que dobrou os braços atrás da cabeça suspirando mais uma vez. 

— Bom, foi legal. Ele foi atencioso, comprou tudo que eu queria, sempre me elogiava e ficava segurando minha mão o tempo todo. Mas...eu não sei — explicou, gesticulando com uma mão, frustrado — Uma hora ele diz que é hétero e na outra me convida para um encontro todo fofinho? Estou com medo. 

— Do que? — indagou franzindo o cenho. 

— Já viu aqueles filmes adolescentes norte-americanos em que o capitão do time de futebol aposta que consegue tirar a virgindade da nerd esquisita da turma? — exemplificou virando-se de frente pro amigo — Não que eu seja virgem — completou rindo fraco. 

— Você acha que ele apostou com os amigos que conseguiria te levar pra cama? — O ruivo perguntou pasmo. 

— Não estou afirmando, mas, só acho muito esquisito essa mudança do nada. Vai que ele acha graça brincar com os sentimentos dos gays pra aumentar o ego de hétero alfa dele e depois que se apaixonam ele dá um belo de um pé na bunda — divagou, os olhinhos arregalados, os fios loiros apontando para todos os lados por ter acabado de acordar — Aish, na minha cabeça isso parecia menos idiota e totalmente lógico — completou, causando mais risadas. 

— Olha, você está certo em ter essas paranóias. Por mais que o Jungkook pareça legal, nós o conhecemos a pouquíssimo tempo e não sabemos de sua índole. Mas, também não seja muito duro, talvez ele ainda esteja se descobrindo. Nós dois já passamos por essa fase, sabemos como é complicado se aceitar — aconselhou sério, apesar de terem uma amizade divertida e descontraída sabiam a hora de falar com seriedade — E se ele estiver mesmo tentando brincar com seus sentimentos, eu quebro ele na porrada igual fiz com o babaca do Lee — disse, relembrando quando o mencionado tentou subir com Jimin para um dos quartos em uma das festas da faculdade, sendo que o loiro não conseguia responder nem onde estava de tão bêbado. Taehyung chegou a tempo de nada acontecer, quebrando o nariz do infeliz e teria feito mais estrago se Seojoon e mais dois garotos de seu curso não tivessem tirado-o de lá. 

— Não mesmo, dessa vez eu mesmo quebro esse filho da puta na porrada. — falou fazendo bico. 

— Tudo bem. Eu seguro e você bate — disse por fim, apertando suas mãos como um acordo e logo caíram em uma crise de gargalhada que fez suas barrigas doerem. 

Depois de mais risadas e uma sessão de cócegas os dois resolveram descer para tomar café da manhã, Jimin com o coração mais leve depois dos concelhos do amigo e Taehyung sentindo seu estômago afundar em ansiedade a cada degrau que descia. Iria encarar Seokjin depois do que fez na noite anterior, estava sentindo um misto de medo e euforia corroendo suas veias. 

O Kim mais velho sentiu seu corpo vibrar ao ouvir a voz grave do ruivo preencher a cozinha, suas mãos instantaneamente apertando com mais força a vasilha com melões cortados que segurava. Droga! Taehyung o fazia se sentir como um adolescente inexperiente e sedento, como se nunca tivesse sido tocado na vida. 

What The Eyes Don't See |taejin|Onde histórias criam vida. Descubra agora