CLIMBING MY WAY IN A TREE

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Grus

A semana que antecedia o Halloween passou voando igual o Harry procurando o Pomo de Ouro. Que droga. Eu odeio ficar sozinho, Izar vai transar, Said vai fazer ronda e passar pano para ele.

Mas e eu?

Qual minha função no Halloween?

O que diabos eu devo fazer em uma noite?

Bom, passar com os amigos vai ser impossível.

-Grus porque não vai a festa? Não precisa participar da caçada - meu amigo sugere.

-Eu não vou participar de uma festa cheia de calouros bebâdos, e eu descobri que o babaca do Henry vai estar lá - disse irritado

-Ah qual é? Vai ser a melhor festa do ano, e o porão vai estar tão cheio que é capaz de você nem ver ele - disse Said se aproximando de nós dois.

Eu estou ferrado.

Não quero ir na festa, ao mesmo tempo eu quero muito, odeio passar o Halloween sozinho, odeio mais ainda ouvir os gemidos do Izar e suas vítimas.

Que droga.

-Ok, vocês venceram, eu vou a festa, mas... - fui interrompido com os pulinhos de felicidade de Izar e as palmas de Said - eieiei eu tenho condições, sem caçada, sem Henry, sem estresse e sem papo de que eu sou gay, entenderam?

-Sim senhor - disseram em coro

Ok, eu ainda tenho 2 dias para me preparar, preciso pensar em fantasia ou talvez ou só vá com uma roupa normal mesmo, vai estar escuro ou o Izar vai fazer igual todos os anos com luzes piscando parecendo vagalumes?

Deus aonde eu fui me meter?

Agora eu estaria sem preocupações, procurando filmes antigos de terror, ir no mercado comprar inúmeros doces, pipoca, salgadinhos e muitos refrigerantes.

Todos estão animados com o dia 31 de outubro, é a noite mais esperada do ano, as melhores festas e uma das únicas na Faculdade. Mas não me traz boas lembranças, nessa data, há dois anos, eu tinha acabado de perder meus pais em um acidente de carro.

Tinha apenas 20 anos e estava ainda me preparando para o Enem, meus pais me deixaram dinheiro, mas não é a mesma coisa, aprendi a me virar sozinho. Sem avó, sem avô, sem parentes, só eu. Morei na casa dos meus pais até vir para cá, o Izar fazia várias festas lá, já que eu o deixei morar comigo (péssima escolha).

Não vou mais pensar nisso, preciso sair daqui, preciso sair do meu quarto, preciso...

Me arrumei rápido, coloquei uma calça jeans, um casaco preto e minhas botas da mesma cor, não vou tentar arrumar meu cabelo porque é uma missão impossível e eu não posso sair com as minhas perucas de camiseta. Droga. Vou assim mesmo, não vou muito longe, só preciso de um lanche uma boa dose de vergonha na cara para encarar a festa.

Estava trancando a porta do meu dormitório quando escuto uma voz familiar as minhas costas.

-Ei? Podemos conversar?

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Não pago terapia de ninguém hein

B.

Runaway - Guh e HeloiWhere stories live. Discover now