Um Sheik em minha vida

Cap. 31 Emma

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Um filme se passou em minha cabeça no retorno para casa, revivi cada detalhe dessa minha breve trajetória em Dubai.

" Burra, você é uma burra, perdeu tudo por causa da sua falta de inteligência."

Eu fui me culpando mentalmente, que tortura foi esse voo, o retorno foi cansativo, muitas horas de viagem, mas mesmo com toda a demora eu não consegui pregar os olhos para dormir.
Quando cheguei no aeroporto de destino avistei de longe um homem com terno preto e uma plaquinha escrito meu nome.
Minha vó é tão previsível, é óbvio que ela mandaria alguém, mas não é um simples alguém, com certeza é um de seus guarda costas.
Será que ela pensa que eu fugiria ? Ou então eu sofreria um sequestro ?
Sou bem grandinha, poderia bem pegar um táxi ou se não ela poderia mandar alguém da família.
Mas não, Dona Dakota sempre foi controladora e nunca foi de esconder seu poder.

" Serão dias difíceis na casa da minha avó."

Fui de encontro aquele homem que me cumprimentou com uma breve mexida de cabeça, quando estávamos nos deslocando um segundo homem apareceu e foi andando logo atrás de nós.

" Não não não, minha vó passou dos limites agora."

Fui escoltada até o carro que estava parado em frente o aeroporto e do lado do mesmo estava o motorista de minha avó, ele também me cumprimentou com um leve aceno de cabeça, abriu a porta para que eu entrasse em quanto o segurança de minha avó entrava do outro lado e o outro se acomodava não frente ao lado do motorista.
Estou me sentindo tão sufocada com tudo isso, como vocês sabem minha vó não é daquelas doces vovozinhas e não sei se todo esse cuidado é para mim mesma ou meu dinheiro que ela tanto frisa que eu zele.
Abro a janela do carro para que esse sufoco que há dentro de mim amenize, e sim diminuiu muito.

Chegando na casa da minha avó sou recepcionada por todos os funcionários e continuo me perguntando o porque de tudo isso, eu só queria paz e sossego, mas parece que minha chegada virou um evento da realeza. Notei que minha vó não veio ao meu encontro até agora não sei se devo ficar tranquila ou preocupada.

- Me acompanhe Senhorita Emma, vou levar a senhorita até o seu quarto

A governanta foi falando pegando minha bolsa e seguindo em frente, tudo tão rápido que chegou a me dar vertigem.

- Ei ei ei, fique tranquila eu sei onde fica meu quarto, posso ir sozinha até lá.

- Sua avó me avisou que você resistiria porém ela me deu as ordens e devo cumprir.

Sei que não vou conseguir vencer às ordens de Dona Dakota e entendo a postura da governanta, mas mesmo assim encho meus peitos e saio bufando passando a governanta, posso ser derrotada por tantas ordens porém não vou ficar para trás como uma coitadinha.
A governanta se espanta e tenta me passar, mas mesmo eu não estando em condições físicas muito boa eu sou mais ágil do que aquela pobre senhora gordinha com seios avantajados.

- Não vou fugir, pode vir comigo, vou aceitar as ordens de minha avó, mas pelo o seu bem e de seu emprego.

A governanta que já estava ofegante por ter que subir as escadas correndo soltou o ar de alívio e seguiu logo atrás de mim, mas com o ritmo reduzido, chegando no corredor que dava para o meu quarto reparei que nada mudou, todos os quadros estavam no mesmo lugar a cor da parede era a mesma e até os vasos eram iguais, não me lembro a última vez que eu vim aqui mas sei que eu era apenas uma criança. Abri a porta do meu quarto e me deparei com tudo intacto, levei até um susto, minhas bonecas meus ursos, a cor do quarto em um tom de rosinha bem claro com detalhes de estrelinhas brancas, me arrepiei com a enxurrada de lembranças que tive diante daquele quarto, presenciei tantas coisas aqui, minha avó me prendeu algumas vezes dentro desse quarto para me punir por algumas travessuras, quando meus pais chegavam sempre ocorria uma briga com minha avó, e acabávamos sempre indo embora sem nos despedir dela.
Fui retirada do transe quando escuto um pigarrear.

- Senhor...senhorita ?

- Oi ?

- Está tudo bem ?

Balancei a cabeça afirmando que sim, não sei o motivo de minha vó ter mantido o meu quarto e também não sei o porque ela me mandou pra cá, mas já coloquei na minha cabeça que ficarei por pouco tempo.

- Dona Dakota está lhe esperando para jantar, por favor apronte-se e se dirija a sala de jantar.

Ela se retira bem antes de eu falar que não estava com fome. Mas eu sei que isso seria mais uma ordem do que um pedido.
Minhas malas já estavam no quarto, foram trazidas pelos seguranças que as deixaram em cima da cama para que fosse de fácil acesso pra mim. Separei uma muda de roupas bem confortáveis e fui tomar um banho, e lá consegui refletir mais um pouco tudo o que estava acontecendo, porém um sentimento que não sai da minha cabeça é que aqui não é o meu lugar e que não vou ter o sossego que preciso.
Não demorei muito para me arrumar, pois sei o quanto minha vó é muito pontual, nem meus cabelos eu sequei para não levar bronca.
Chegando na sala de jantar ela já estava lá sentada na ponta da mesa sem expressão nenhuma, não se levantou, não olhou pra mim.

-Sente-se Emma!!!

Fiz o que ela me pediu me sentindo uma garotinha, aquela garotinha que ela tratava tão mal.

- Coma, deve estar cansada da viagem, pelo menos sua cara está acabada.

Balancei com a cabeça concordando com essas palavras frias, não quero discutir nem contrariar, quero jantar logo e sair daqui.
No meio do jantar minha avó pigarreou como se quisesse que eu prestasse atenção nela, e assim eu fiz.

- Eu estive falando com meus advogados sobre o que aconteceu com você e achamos melhor você ficar sob a minha total responsabilidade. Entramos em um consenso que você não está apta para se cuidar sozinha.

Levantei a cabeça com uma expressão não muito boa, eu precisava olhar bem para aquela Senhora que estava a minha frente.

- Oi ? Não entendi, a senhora está querendo dizer que sou incapaz de me cuidar sozinha ?

- Isso mesmo querida.

Ela se levanta limpa o canto da boca com o guardanapo e vem ao meu encontro, parecendo tão gentil, mas eu sabia que essa mudança de humor era apenas para dar o bote.

- Na verdade já faz tempo que queria lhe dizer isso, desde que seus pais faleceram você ficou estranha, acredito que confusa mentalmente.

- Confusa mentalmente ? Que pessoa fria é você. Eu perdi meus pais, vivi o luto sozinha e ainda consegui dar a volta por cima!

Me levantei empurrando a cadeira bruscamente e me afastei daquela senhora, não a considero como sendo minha avó.

- Você não tem escolha Emma!! Amanhã  meus advogados virão até aqui para você assinar os documentos. Você está incapaz de cuidar de você e sua fortuna. Essa sua última viajem nos comprovou isso.

Eu não estava conseguindo acreditar no que ela estava falando, que pessoa suja é essa que está na minha frente ? Tudo por dinheiro ? Poder ? Ou vingança ?
Viro as costa e corro em direção ao meu quarto escutando os berros daquela Senhora me mandando eu voltar...

Me perdoem a demora, mas confesso que esse capítulo foi muito difícil de escrever, tive que sentir toda a maldade da vó de Emma. Mas está aí o capítulo entregue meninas, espero que tenham gostado.
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