8. Alexandra

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Andei em passos cautelosos até chegar a sala de Arte. Quando me aproximei, a porta foi empurrada com força e se fechou, me afastei. Comecei a me aproximar outra vez da porta, a empurrei de leve, pude ouvir barulho da porta se abrindo.
Dei um passo, olhei dentro da sala e vi uma folha caída ao chão com o nome "Alexandra" a mão, pendurada nas paredes da sala.
Não havia ninguém ali dentro. Como aquele barulho todo poderia estar vindo daqui? Andei para fora e a porta bateu na minha frente. Olhar para trás nessas horas sempre é ruim, mas eu olhei e vi que tinham pessoas ao lado de fora que iriam começar a atacar pedras na janela. Talvez para que pudesse quebrar e me atacar, me matar, ou seja lá o que iriam fazer.
- Alexandra. - a psicopata disse olhando em meus olhos.
- Esse é seu nome? - perguntei confusa.
Ela chegou mais perto e eu me sentei no chão, não sentindo coragem para dizer mais nada. Não queria que mais nenhuma palavra ousasse escapar da minha boca. Ela continuou me olhando, sem dizer nada.
- Elevador. Vá. Agora. - ela disse com uma voz fria e direta.
Me levantei rapidamente e cautelosamente fazendo com que o meu medo não me fizesse cair novamente. Saí em passos curtos da sala e me direcionei até a escada, olhei para os degraus e em seguida, olhei para meus pés.
Decidi de uma vez subir sem perder a coragem. Caminhei pelo corredor escuro e consegui ver a sombra de algumas pessoas perto do elevador, conforme fui chegando mais perto vi o Lucca. Me escondi atrás de um armário que ficava perto do elevador. Pude ver que o Lucca segurava com força todas as pessoas que via pela sua frente, as torturava até fazer cada uma delas chorar, não tinha dó e jogava as pessoas dentro daquele elevador. Depois de alguns segundos, consegui ver que ele pegava a pessoa que ele jogava no elevador e a pessoa saía mutilada, morta ou de alguma forma, machucada.
Cada segundo que passava, eu sentia mais insegurança. Não era medo, era insegurança com algo que poderia acontecer. Senti minhas pernas se desiquilíbrarem e tentei me segurar atrás do armário para não cair. Vi sangue escorrendo para meus pés e se eu me movesse, iria escorregar. Não teve jeito. Maldita gravidade.
Lucca olhou diretamente para onde eu estava, não sabia o que fazer. se eu corria em meio ao sangue ou se fixava ali para ser jogada em um elevador bizarro que eu não fazia ideia se me levaria para algum lugar ou se talvez, fosse me matar. Pude ver alguém subindo as escadas, só vi por conta da sombra. A pessoa não movia o rosto e andava absurdamente reta, como um robô. Lucca desviou o olhar para a pessoa e vi os detalhes do rosto de Alexandra.
Lucca caminhou até Alexandra e a agarrou com força pelos braços, ela continuou séria sem mover a cabeça e não falava nada. Lucca começava a apertar os punhos dela com força ameaçando joga-la dentro do elevador.
Aquele elevador é estranhamente bizarro. Será que ele só nos mutila, mata ou nos leva para algum lugar? Bom, até agora ninguém foi parar em lugar nenhum. Isso continua sendo um mistério... A não ser que eu queira descobrir o que há por trás disso.
Lucca forçou Alexandra a entrar dentro do elevador, não via nenhum sinal de tortura no olhar dela, pelo contrário, ela devia saber o que ele ia fazer e devia saber como escapar. Ela tinha a feição normal, como se nada estivesse acontecendo com ela, como se ela não estivesse sendo torturada e que a qualquer momento o elevador iria subir e matá-la. Confuso.
Eu saí de onde eu estava escondida, Lucca olhou em minha direção e sorriu de orelha a orelha. Já devia saber que isso ia acontecer.
O elevador chegou. Ele jogou Alexandra com toda a força que podia, caminhou rapidamente até mim. Me olhou por alguns segundos, respirou fundo e começou a rir debochadamente olhando nos meus olhos.
- Quem diria que você iria ficar contra mim! - disse com firmeza.
- Parece que as coisas mudam... E as pessoas também! - afirmei sorrindo com o canto da boca.
- Você não merece meu tempo! - ele gritou e me pegou pelo braço. - Morte é a solução para acabar com a vida de algumas pessoas! - ele finalizou.
Saiu me puxando pelo braço. Me jogou com uma força inexplicável dentro do chão do elevador e eu só senti meu braço arder. De repente, minha visão foi ficando fraca, meus olhos não conseguiam mais se manter abertos por mais que eu tentasse fazê-los ficar abertos. Conforme não conseguia mais deixar os olhos abertos, a minha visão começou a embaçar.


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