CAP 29

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Eva Mendez

Assim que desembarcamos eu me senti tomanda de uma nostalgia e um aperto no peoio. Pensar em voltar ali sem a minha abuela não era nada aceitável, mas ali eu estava e a saudade que eu sentia apertava muito mais.

Quando eu saí daqui, não foi apenas por causa de Alejandro eu não quaria conviver com a dor da perda dela. Eu não sou a melhor pessoa pra lhe dar com a perda, eu acho que isso nunca vai passar.

—Você está bem? - Alejandro me pergunta eu apenas balanço a cabeça. Hernan está a nossa frente falando com alguém ao telefone e parece concentrado no que faz. —Ele está falando com um.. Amigo —Alejandro fala ao me ver olhando Hernan de cenho franzido.

—Isso tem a ver com o que está acontecendo? —ele balança a cabeça confirmando. Castro vem em nossa direção depois de colocar as nossas malas no carro, ele sorri pra mim. Assim que me viu ele olhou pra minha barriga com espanto, mas como não é de falar muito e muito menos se meter na vida de ninguém. Me cumprimentou com todo respeito, sob a vigilância de Alejandro.

—Ele vem! - Hernan falou e vi o sorriso de Alejandro se abrir e por consequência o meu também, se era bom pra ele.. Era bom pra empresa e para todos que trabalhavam lá, os meus pensamentos foram direto pra Vera, ela iria ficar feliz em saber que Alejandro não iria deixar eles desamparado ou sob a loucura e irá de Juan.

—Ótimo! Agora vamos só esperar a farsa e a máscara de Juan cair —falou e me puxou para o seu lado, abrindo espaço pra que Hernan pudesse sentar-se do outro lado. Castro colocou o carro em movimento e aquilo não me deixou mais tranquila, muito pelo contrário só de pensar em quem eu iria encontrar e o que estava por vir me deixava com o estômago revirado.

Comecei a puxar algumas respirações sequenciadas por causa dos apertos na minha barriga, obtive a atenção de Alejandro e de Hernan em mim no mesmo segundo.

—Eva, o que está acontecendo? - os dois perguntaram ao mesmo tempo, eu não sabia que eu estaria assim agora. Eu subi no avião com tanta certeza e agora eu não tinha mais nada.. Eu não tinha nem mesmo a confiança de minutos atrás.

—Eva, por favor fale alguma coisa? - Alejandro perguntou espantado —eu mando Castro ir diretamente para o hospital - ele falou e Hernan já estava pedindo que Castro fizesse exatamente aquilo.

—Não... - minha voz saiu como um gritinho indesejado -eu estou bem, não há necessidade de um hospital.. É apenas ansiedade - não era, mas eu não queria deixá-los preocupado.

—Você tem certeza Eva? - fui puxada para o colo de Alejandro assim que as palavras saíram de sua boca.

—Eva - Hernan falou como um alerta

—Eu estou bem.. São apenas as emoções —falei e recebi um garrafinha d'água das mãos de Hernan que foi entregue por Castro. - As emoções de estar aqui de volta.

—Estamos chegando! - Castro alertou e eu me forcei a puxar um suspiro.

—Eu vou pedir a Ramon que venha outro dia.. Acho que você não tem condições de falar com ele hoje - ouvi Alejandro falar e mentalmente eu agradeci por aquilo, não tinha condições nenhuma mesmo —Só espero que ele entenda isso..

—Ele vai entender cara.. Por mais ansioso que ele esteja, já deu pra perceber que ele não vai forçar nada - Hernan falou me revelando um pouco de quem talvez esse homem seja. Eu não me sentia nem pouco entusiasmada com a ideia desse Ramon, mas não deixei muito transparente a Alejandro.

O carro parou e com todo exagero Alejandro me tirou do carro em seus braços, vi os olhos de Lidna com curiosidade nos observar e abri a boca em estupefação e alegria. O lugar era o mesmo que eu já estive tantas vezes, estava com aspecto de que o jardim havia sido cuidado a pouco tempo.

—Pode me colocar no chão Alejandro - falei e ele não me deu ouvidos —como vai Lidna? - perguntei ao passarmos por ela que segurava a porta, ela me respondeu um "muito bem menina" ates de Alejandro atravessar o corredor e parar na sala me colocando no sofá.

—Alejandro —ouvi a voz que irrompeu acima da voz de Hernan e meu coração retumbou no meu peito de forma violenta. Vi nos olhos de Alejandro que era a pessoa que eu preferia evitar no momento, senti medo de levantar a minha cabeça para encarar o dono da voz. Apertei o braço de Alejandro e ele entendeu que eu estava com medo, mas eu não tinha o direito de ter medo. Não quando eu estava de volta aquele lugar a Guadalajara o meu lugar.

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