Capítulo 24

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ELISA

Era uma pena não poder contar para Luara pessoalmente que estou finalmente namorando, bom pelo menos eu acho que estou. 

Droga, um ponto para minha insegurança!

Luara me abandonou e foi viajar de férias, então tenho que lidar com minhas paranoias sozinha a partir de agora. Estou do lado de Isaac e perguntar se somos um casal exige muito de mim e meu orgulho ferido vai me atormentar para o resto de minha vida, então eu posso esperar para o momento certo. O único problema é que eu não faço ideia de quando é o momento certo.

E como previsto, Isaac percebe meu silencio ensurdecedor e não perde tempo em me perguntar algo. 

Isaac- Por que está quieta? Está tudo bem? - duas perguntas da qual eu não sei como responder. Deveria contar que o motivo da minha quietação é de não saber que somos um casal? ou talvez falar que isso não me deixa nada bem? 

No final não digo nem um nem o outro, apenas ajo normalmente numa situação catastrófica. Não é tão ruim assim vai.. (é péssimo)

Elisa- Está tudo bem sim. - sorrio como a boa mentirosa que sou. Ele parece desconfiar um pouco, esse é o preço de me conhecer tão bem.

Isaac dirige até chegarmos no nosso destino. Eu e ele trabalhamos juntos, mas agora pela primeira vez não estamos brigando um com o outro. Eu digo que é uma grande vitória!

Isaac- Prefere que eu entre primeiro? - olho para Isaac e apenas uma coisa se passa pela minha cabeça agora... Ele não quer que nos vejam juntos? é claro, ele é rico então deve manter as aparências e eu sou a pobre coitada que fica boba quando um cara a elogia. Que patética. 

Elisa- É melhor. - sou curta e grossa na resposta e saio da caminhonete, batendo a porta bem forte e trazendo olhares de algumas pessoas em mim. Ando com passos firmes até a entrada e antes de por os dois pés na empresa, Isaac puxa meu braço e eu volto duas casinhas para trás.

Isaac- Por que está assim? falei algo? - eu simplesmente não queria falar com ele agora, minha cabeça havia explodido de tanta paranoia. 

Elisa- Você não fez nada, eu só pensei que.. - paro e penso se devo dizer e me sujeitar a uma possível humilhação. 

Isaac- No que pensou? Elisa... - antes que ele terminasse de falar um homem com um perfil de ricaço, com cabelos loiros curtos e olhos azuis da cor exata do mar, nos atrapalha chegando até nós e não perde tempo em se virar para mim com um sorriso satisfeito no rosto e logo após  chama o nome de Isaac e vai lhe abraçar. 

Observo toda a cena em silêncio e fico parada vendo os dois se cumprimentar. Olho para Isaac e ele não parecia nada feliz em ver aquele homem enorme e extremamente lindo, devo confessar. O homem não parou de me observar até que Isaac chama a sua atenção. 

 Isaac- O que faz aqui David? - seu tom de voz muda ficando mais duro e seco, igual ao que usa para falar de seu pai. O cara chamado David abre mais outro sorriso e finalmente fala: 

David- Por favor diga que é mais outra prima sua.. - vi a audácia desse cara e não gostei nenhum pouco disso. Ele literalmente ignorou a minha presença e falou de mim como se eu não estivesse escutando, que babaca! 

Eu estava prestes a falar, até que Isaac toma as rédeas e faz um sinal com a mão como se dissesse "eu cuido disso".

Isaac- Não respondeu minha pergunta, por que voltou mais cedo? aonde está papai? - quando as últimas palavras saíram de sua boca eu não acreditei. Irmãos, sério? Não acredito que eu iria xingar o chefe da empresa em que trabalho. 

Foi por isso que Isaac me parou, para não ser demitida logo na primeira semana de trabalho. 

Elisa- Eu vou entrar, não quero atrapalhar vocês. - digo e David se vira para mim com um olhar presunçoso e diz: 

David- Então você trabalha aqui..? impossível, conheço todas as minhas funcionarias e com certeza você eu não esqueceria.. - ele diz com um ar malicioso. 

Elisa- Sou nova, por isso não deve ter me visto. - sou curta em minhas palavras e ele entende o recado, não preciso de proteção nenhuma, principalmente vinda de um homem. 

Isaac- Elisa, me encontra na minha sala, por favor? Preciso falar com ele a sós. - ele mal olha em meus olhos ao falar e isso foi como uma bomba para mim. 

Tenho que aceitar o fato de que eu e ele não temos nada concreto e que um possível namoro seja apenas uma ilusão minha?

Não sabia o que pensar, por uma parte sinto que ele me excluiu de algo importante de sua vida e por outro, a minha mente acha que isso é loucura e pensar assim só irá me destruir aos pouquinhos. Estou muito envolvida com ele, dissemos "eu te amo" um para o outro, o que isso significa a não ser um pedido claro de namoro? 

Sou eu a emocionada? Ou talvez a antiquada, que não sabe separar as coisas sem pensar em uma futura relação? Isso é desgastante. 

Só sei de uma coisa, preciso trabalhar

Elisa- Tudo bem. - digo e dou de costas sem olhar para ele ou para o tal irmão dele. Se Isaac soubesse o que se passa na minha cabeça agora, teria medo de falar algo tão simples, mas que para mim soou como quando algo que você gosta muito e que está prestes a comer, cai no chão empoeirado e não poderá salva-lo de maneira alguma. 

Amanda (recepcionista)- Elisa! - estava tão atordoada em meus grandes e problemáticos pensamentos que, nem ouvi Amanda me chamando. Me viro e vou até ela, dou um pequeno sorriso amigável e me encosto no seu balcão de trabalho. 

Amanda- Está tudo bem? está com a cara péssima! - ela diz e eu apenas afirmo que sim com a cabeça. 

Amanda- Você viu quem voltou de viagem? - ela diz toda empolgada e eu finjo que não sei de nada para obter mais informações sobre o meu novo chefe. 

Amanda- Bom, então deixa eu contar tudo que sei sobre o gostosão do David. - "Gostosão do David", não achei tão apropriado para ele, prefiro o "Inconveniente do David". 

No fim, aprendi mais sobre ele do que sobre Isaac em apenas alguns minutos. E agora aqui estou eu, preparando relatórios para entregar na sala de Isaac e morrendo de vontade de largar tudo e passear na praia sem rumo algum. 

Mas, eu dependo desse emprego então sem mais vacilos! 

Arrumo cada papel e caminho até sua sala, que não fica tão longe da minha. Bato na porta como de costume, mas ninguém responde e consigo escutar alguns barulhos vindo de dentro. Sons incomuns, como se fossem... gemidos!? 

Não, não, não, não, não! 

Não pode ser.. ele não faria isso comigo, apesar que eu não o conheço direito. Não, Elisa! ele não seria tão baixo a esse ponto, não de transar com alguém dentro da própria sala.

Meu estomago embrulhou, meus pensamentos aumentaram, minha ansiedade começou a atacar de novo, perguntas e mais perguntas se passavam pela minha cabeça e principalmente as cenas românticas que tive com ele, que agora pareciam as de um filme de terror.

Seria ele lá dentro? 

Seria ele lá dentro? 

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𝐔𝐌𝐀 𝐕𝐈𝐑𝐆𝐄𝐌Onde histórias criam vida. Descubra agora