Capítulo 28

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ISAAC

Estava em casa quando falei com Elisa, andando de um lado para o outro igual um louco esperando ela chegar. Mas minha cabeça não estava tão bem assim, esperar não é o meu forte principalmente quando o assunto envolve Elisa e David num local fechado e juntos.

Não fico bem em saber que ela está lá com aquele cretino sem noção, por isso resolvo pegar as chaves do carro e ir até a empresa. Não era obsessão, era preocupação! David e seu histórico de homem babaca e escroto não me faziam ficar seguro de que estava tudo bem e que não precisava me preocupar com nada, muito pelo contrário!

David e eu temos uma história juntos e não é nada boa. Fiz coisas que me arrependo amargamente, mas nada se compara o que ele fez no passado.

Se o assunto é mulher, ele perde a cabeça e faz algo idiota o suficiente para ser preso. Nunca contei a Elisa sobre meu passado e sinceramente, espero que ela nunca pergunte sobre. Chego no estacionamento e coloco meu carro na vaga que tinha ao lado de um celta cinza, entro na empresa e a maioria das pessoas já tinham ido, então por que manter Elisa aqui?

David você me paga!

Entro no elevador e subo até o andar que ela fica. Vou até sua sala e não tinha ninguém, escuto um grito vindo de fora e corro para ver o que seria aquilo.

A porta da Sala de David estava entreaberta e pude ver Elisa sentada no chão com os braços no rosto se protegendo de algo, esse "algo" era David com sua mão levantada ameaçando bater nela. Naquele momento eu fiquei cego, cego de ódio, cego de raiva, cego.

Não pensei, apenas parti para cima dele como um raio, de tão rápido que foi. Meu descontrole de raiva não era mais meu arqui-inimigo, eu precisava dela para fazer isso, era preciso fazer isso.

Quando David me vê fica espantado e sem saber o que fazer, sua expressão foi de ódio para preocupado com o que eu poderia fazer com ele. David já me viu ter ataques de raiva e sempre ficou com medo de mim por isso, ele sabia e mesmo assim pediu para que eu estivesse aqui em cima dele, dando socos e mais socos fortes que eu poderia ver os cortes se formando em seu rosto.

David- Elisa tira ele de cima de mim! - ele diz e eu não dou a mínima para isso.

Elisa- Cala a porra da boca David! Isaac.. vem comigo por favor. - suplicou e não atendi suas chamadas.  

 O corpo dele foi tacado violentamente no chão por mim e de repente vejo sangue saindo de sua boca, eu não me importava nenhum pouco de estar fazendo isso, apenas não tinha remorso. 

Eu estava tão focado... tão concentrado em minha própria raiva.. De repente a cena dele levantando a mão para bater em Elisa, se passava como um flashback em minha cabeça. Os gritos daquela mulher que David batia e fazia a mesma chorar de desespero, eram altos e eu não conseguia mais me controlar. Não que eu estivesse.

Elisa- Isaac para!! você vai matar ele!! - era como se a voz de Elisa ecoasse pela minha cabeça, eu mal conseguia ouvi-la, e nem sentir ela tentando me tirar de cima do David. 

Conseguia ver o desespero de David em seus olhos, mas continuei socando seu rosto sem parar. Os cortes em minhas mãos nem me importavam e a dor não existia para mim, não naquele momento. 

Elisa- Isaac vem!! - depois de tantas tentativas ela finalmente me tira de cima dele, mas eu ainda queria bater mais, até ele ficar inconsciente. Olho para como David ficou e cai a ficha do quanto eu o espanquei. 

Todo seu rosto estava coberto de sangue e o mesmo mal conseguia respirar e nem se levantar. Elisa vai até ele e o encosta na parede com calma, eu apenas fico observado tudo e tinha certeza de que me sentiria culpado depois. Logo ela vem até mim e me puxa para fora da sala, meus olhos estavam focados em David até ele ir sumindo do meu campo de visão aos poucos. 

Olho para Elisa e a mesma estava ligando para alguém. Ela andava de um lado para o outro esperando a pessoa da outra linha atender o celular e escuto ela pedir para vim aqui e desliga o telefone. Se virando para olhar para mim depois, ela corre para me dar um abraço apertado. 

Eu sabia que poderia assustá-la, mas Elisa não parecia assustada e sim preocupada. 

Elisa- Eu liguei para uma amiga minha, ela já está vindo. - ela diz olhando em meus olhos, mas a sua expressão continuava indecifrável. Eu não conseguia falar nada e nem se mexer, estava em confusão comigo mesmo.

Tudo tinha ficado em câmera lenta para mim e as memórias do passado foram abertas de novo, David nunca deveria ter voltado para cá. Escuto seus gemidos de dor vindo da sala e isso era aterrorizante. 

Elisa- Está tudo bem, eu entendo porque fez isso. 

Olho para ela e finalmente não me senti sozinho naquela situação toda. Dou um abraço nela e seu cheiro me deixa acalmo, então deixo os pensamentos um pouco de lado e decido ficar aqui e com ela. 

Não tinha justificativa para o que eu tinha feito, mas no fundo eu sabia que ele tinha merecido tudo isso.  

𝙲𝚘𝚗𝚝𝚒𝚗𝚞𝚊....

𝙲𝚘𝚗𝚝𝚒𝚗𝚞𝚊

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𝐔𝐌𝐀 𝐕𝐈𝐑𝐆𝐄𝐌Onde histórias criam vida. Descubra agora