Isaac- Eu abri a porta e vi David com uma arma na mão, apontando para uma mulher que estava extremamente desnorteada e cheia de cortes pelo corpo, além de machucados roxos na perna. Eu não pensei duas vezes em interver aquilo, mas David estava transtornado, não me deixava tirar o revolver que estava em suas mãos trémulas. Ele tinha usado drogas. - falei tudo isso cabisbaixo, não suportava relembrar daquilo e Elisa pareceu entender.
Ela chega mais perto de mim e me abraça de lado, fico calmo entre o calor de seus braços e tendo a respirar fundo e continuar a falar.
Isaac- Gritei várias vezes para que David não atirasse e nada funcionou, tentei chamar alguém mas o som estava alto demais, parecia que bizarramente, tudo foi combinado no momento certo. O motivo que David queria matá-la era mais podre que ele mesmo, ele me disse que "ela não queria ficar com ele, então ela não ficaria com mais ninguém!" - ele exclamou alto, alto o bastante para perder a paciência e acabar... acabar atirando nela. Letícia, era seu nome e David doentiamente a amava.
Elisa me olhava em compreensão, se desvinculou do abraço e falou:
Elisa- E depois? o que aconteceu...? - ela diz e logo olha para mim incrédula.
Isaac- Bom.. depois do ocorrido, meu pai limpou a barra de David e incriminou outra pessoa, fazendo dela culpada pelo assassinato de Letícia. Foi muito estranho... todos começaram a tratar o caso com tanta normalidade que eu fiquei assustado e por isso decidi ter nenhum tipo de vinculo com eles, mesmo tendo sangue Lock. - falo saindo da mesa e levando o prato para a lava-louça.
Elisa- Quem eles incriminaram? - Elisa pergunta.
Isaac- Eu tentei ir atrás disso, mas eles apagaram todos os registros da pessoa e aparentemente ele ainda está preso. - falo caminhando até ela, que agora estava no sofá. Me deito ao seu lado e coloco minha cabeça em suas pernas, sentindo suas mãos massagearem meu cabelo.
Fico em silencio.
Elisa- Você não tem culpa do seu irmão ter atirado. - ela me consola.
Isaac- Ele quem deveria ter sido preso e não uma pessoa inocente. As vezes me pego pensando que se eu estivesse com ele o tempo todo naquela festa, isso não teria chegado a esse ponto.
Elisa- Ei! você não tinha como saber. - ela a baixa um pouco sua cabeça e coloca suas mão em meu rosto. Nossas bocas estavam tão perto uma da outra e infelizmente alguém toca a companhia.
Já estava tão tarde, quem poderia ser uma hora dessas?!
Isaac- Deixa que vou. - digo me levantando para atender a porta.
Quando abro, vejo nada mais, nada menos que:
Clara- Oi primo, como você está? - ela me abraça e entra sem nem se quer ser chamada. - Fiquei sabendo o que rolou com o... - ela para de falar quando vê que estou com Elisa e dá um 360 virando para mim com seu olhar de julgamento.
Clara- Ah... ela está aqui, de novo.
𝙲𝚘𝚗𝚝𝚒𝚗𝚞𝚊...
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