XII. Eu não compreendo

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Eu sei que demorei bastante, peço desculpas, mas o mundo real as vezes no consome tanto que não temos tempo para quase nada. Mas aqui está o novo cap, espero que gostem, estão cada vez mais proximos de saber alguns segredos 

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*

"Vais apenas ficar aí sentado a olhar para mim de um modo estranho?" Sam questionou levantando seus olhos do livro que tinha em mãos, Tommy estava do outro lado da sala no sofá com seu computador, e tinha ficado tão pensativo que se esqueceu que estava a encarar Sam." Diz logo o que queres dizer."

"Bem..." Ele se levantou pousando o computador na mesa diante de si e se aproximou de Sam que estava na poltrona perto da janela, esfregou as duas mãos soadas nas calças e puxou uma cadeira para poder ficar de frente com Sam. "Eu estava numa reunião em Tóquio quando acordaste, então apenas sei o que Kate me contou, e bem sendo como Kate é ela não mentiria sobre..." Se explicava sorrindo nervoso." Estava a anoitecer quando Deena percorreu o mar para te entregar o colar." Ele olhou para o colar no pescoço de Samantha e a mesma o apertou em suas mãos.

"E?" Ela questionou sem realmente compreender o que Tommy queria.

"Eu sei que ela fez asneira, mas as pessoas erram..." Sam revirou os olhos ao escutar.

"Vai além de um erro, ela me mentiu, me magoou." Suspirou encarando Tommy." Não é simples, e eu não compreendo, não a compreendo de todo, já não sei o que vai na mente dela, já nem sei quem ela é...". Mordeu o lábio angustiada. "Sei que ela não esta normal, sei que não o está há demasiado tempo, mas por mais que a ame, todos precisamos de seguir em frente, eu preciso de um pouco de amor próprio."

"Amor próprio..."

"Eu não vou correr atrás da mulher que me traio." Ela o interrompeu esclarecendo." Se ela tem algo para me dizer que seja corajosa e venha... eu perdi o meu filho." Colocou a mão na sua barriga." E me recordo perfeitamente de Deena com Sheila na cama onde eu também costumava dormir, eu não tenho que fazer nada Tommy, não me vou humilhar." Esclareceu.

"Eu vou sair." Tommy avisou ao ouvir a porta abrir. "Vou buscar o nosso jantar, diz a Kate que não precisa fazer nada, pedi sushi." Avisou amigavelmente se levantando, ele sentia que devia dizer, fazer mais, mas não sabia como. Então pegou seu casaco e suas chaves e saio em busca do jantar, queria ser útil de algum modo para Sam.

"Tudo bem?" Kate perguntou a Sam depois de Tommy passar por si na porta ás pressas.

"Tudo ótimo." Sam sorriu torto. "O jantar vai ser sushi ele pediu para te avisar para não fazeres nada."

"Ok." Kate balançou a cabeça afirmativamente, mas sem sair do lugar." Obrigado por aceitares a ficar aqui em casa."

"Não tinha muito para onde ir." Disse fria e sincera.

"O teu pai ofereceu-te..."

"O meu pai sabe do que a minha mãe fez, e não a impediu na época, e eu queria muito ser orgulhosa e não ter que ficar na tua casa, mas estou sem rendimentos, então obrigada por me deixares ficar." Se colocou de pé em frente de Kate.

"Como vão os estudos?" Tentou fazer conversa Sam pouco quis conversar com Kate nos últimos dois dias que estava naquela casa.

"Bem, muita coisa para recuperar, tentei encontrar um emprego, mas o médico disse que eu tenho que ir com calma, então estou a tentar focar-me em uma coisa de cada vez. "Sam soava tão robótica e isso magoava tanto Kate.

"Fica o tempo que quiseres, sempre me ajudaste tanto..." Suspirou triste." E eu achei que te estava a ajudar."

"E ajudaste." Sam admitiu relaxando seus ombros caminhando até ao centro da sala se sentando junto com Kate. "As memorias tem voltado, então estou cheia de emoções, não te quero tratar mal, não quero estar zangada, mas neste momento são as únicas emoções que eu tenho para oferecer."

"Achei que estarias bem com ela, e Simon também estava presente, a situação ficou complicada, e parecia haver demasiadas pessoas a querer manipular a situação...eu conheço Deena, eu sei que neste momento ela voltou ao que era, e sei que antiga não te iria fazer nada de errado."

"E honestamente não o fez." Sam admitiu dando de ombros.

"Como foi estar com ela?" Kate perguntou sabendo que podia deixar Sam zangada, mas ela estava muito curiosa.

"Foi o que costumava ser." Deu de ombros, ela não compreendia como tudo tinha mudado tanto, como estavam tão bem e do nada, apenas tudo tinha ficado diferente. E normalmente as mudanças vem aos poucos, mas com Deena, Sam se lembrava perfeitamente quando tudo começou a mudar, quando ela voltou de uma viajem a Alemanha. "Calmo, ela querendo cuidar de mim de modo exagerado, ela gostando de passar tempo comigo e eu com ela...quando passei a noite com ela, não posso mentir, eu me senti amada, mas."

"Eu entendo, tens muita coisa na tua mente, pensa em ti primeiro."

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"Josh?" Deena questionou surpreendida ao ver seu irmão diante de si." O que fazes aqui?" Perguntou puxando o para dentro de casa, já que do lado de fora chovia intensamente. "Antes de qualquer resposta..." Olhou o irmão de cima abaixo a roupa pingava. "Vai tomar um banho tenho certezas que ainda há roupas por aí tuas, vai rápido antes que adoeças." Josh sem tempo de nem dizer olá apenas balançou a cabeça positivamente. "Usa o quarto de cima." Ele se travou ao perceber que aquele quarto para o qual ele se dirigia provavelmente foi no que Sam ficou.

O banho quente foi longo, ele foi ali para falar com Deena, mas tanta coisa giravam em sua mente que ele nem sabia bem como formular uma frase. Quando saio do banheiro ali estava em cima da cama roupas pra ele poder se trocar. Enquanto se vestia olhou em redor, o espaço tinha mudado muito, Deena tinha feito um bom trabalho.

"Foste tu que fizeste? "Caminhou até há mesa se sentado diante de Deena que empurrava o prato com sopa para Josh." Hum...". Disse ao colocar a colher na boca." Está muito boa." Disse surpreso demais.

"É quarta feita, são oito da noite, não devias estar nas aulas? "Perguntou enquanto comia.

"Sim..., mas eu queria te ver." Deu de ombros sorrindo.

"Eu estou bem."

"Mentirosa." Josh se apressou a dizer fazendo Deena rir. O pai sempre os tentou afastar, e por causa das aulas eles pouco se viam, mas no final não deixavam de ser próximos, Josh amava a sua irmã maior, e Deena amava seu irmão pequeno, sua mãe adorava aquela relação, mas seu pai apenas dizia como o estado emocional da irmandade de algum modo iria afeta-los nos seus trabalhos, seu pai sempre dizia que para suceder na vida era se preciso ser-se frio e calculista.

Ele mesmo o era, Deena ficava sempre ansiosa quando estava com seu pai, ou ele era extremamente carinhoso ou extremamente agressivo, com ele não havia meio termo, e ela nunca sabia que lado iria receber quando estava com seu pai. Mas a verdade é que ela não gostava de nenhum dos lados.

"O pai vai te matar..."

"Minhas notas são excelentes, e eu tenho algum controlo da informação que chega até ao pai, não te preocupes tanto." Ele pediu terminando a refeição.

"Não é de ti, aparecer sem avisar."

"Há muita coisa que também não é de ti e tens feito nestes últimos anos." Deena pegou no pano atirando para o rosto de Josh pela comparação. "Ás vezes agimos por trauma..."

"Eu sei que tu sabes." Ela o interrompeu." Sempre que alguém se informa sobre o caso, eu sei." Ela deixou claro. "Não me defendas pelo que eu fiz há Sam, o papel de perdoar é dela Josh, não teu."

"Mas como ela te pode perdoar se ela não sabe a verdade? Como te pode perdoar se nem tu o fazes contigo mesma... eu sei que te culpas até pelo acidente, quando a culpa não foi tua." Deena sorriu, Josh era tão inocente por vezes.

"A verdade é que eu a trai, a verdade é que eu mesma afastei a Kate..."

"As vezes consegues ser como o pai." Ele interrompeu, e Deena odiou a comparação." Calculista e fria, mas eu sei quando o és é por um motivo maior, então... explica me."

"Entendo que procuras respostas... mas não há nada em concreto para solucionar tudo o que eu fiz." Ela disse simplesmente se levantando e saindo deixando Josh confuso.

My love is a ghostOnde histórias criam vida. Descubra agora