Love 101- Sinan and S/n

Bad idea

S/n Sadik

Comemos no decorrer de meia hora. Saímos do restaurante e fomos para a casa de Sinan. Eles levaram bebidas alcoólicas planejando algum tipo de festinha. Aí eu me pergunto, festejar o que? Os quatro estão no fundo do poço e agem como se nada estivesse acontecendo. Eu iria passar o dia inteiro apreensiva se estivesse no lugar deles.

Me sentei no sofá da sala e fiquei brisando na vista do mar. Os quatro malucos tomavam várias latas de cerveja e fofocavam ladainhas. Isik se sentou do meu lado e observou a muvuca que eles estavam fazendo.

Inclinei o rosto e percebi o olhar do Sinan sobre mim. Medo, ele parece um psicopata procurando sua próxima vítima.

— Enfim, vamos resolver essa loucura?— Perguntei atraindo a atenção dos supostos alcoólatras.

— Está animada, S/n?— Kerem questionou ironicamente. Revirei os olhos e abri a boca novamente.

— Só quero terminar isso o mais rápido possível e sair de perto desse cheiro abominável de álcool— Expliquei tampando o nariz.

— A filhinha de papai não é costumada com o cheiro de bebida?— Eda debochou abrindo outra lata e dando um gole em provocação.

— Você não sabe de nada da minha vida, então acho melhor você parar— Avisei ao me levantar do sofá e peitar a menina na força do ódio. "Filhinha de papai", mal sabe ela que o culpado pelo meu nojo de bebida é ele.

— Ui, que medo dela! Eu me sinto muito intimidada por uma garota que tem nojo de bebida— Ironizou achando graça.

— Eda, deixa ela— Isik se meteu angustiada. Ela sabe dos meus traumas...

— Vai defender sua amiguinha? A mesma que fica te escondendo coisas? Se toca, Isik! Essa garota nem liga pra você— Eda falou agressiva.

— Já chega! Parem com essa briga de criança!—Kerem gritou se levantando para nos afastar. Eu e Isik nos sentamos no sofá de novo.

— Beleza, somos todos ouvidos. Qual é o plano?— Osman perguntou tentando interromper a discussão.

— O amor não é tão complicado. Todos nascemos para nos apaixonar— Isik falou ainda meio incomodada com as palavras de Eda.

— Na verdade...— Comecei a tentar corrigir Isik, porém fui interrompida.

— Essa foi a frase de efeito mais merda que já ouvi na vida— Sinan afirmou enquanto se sentava esparramado entre Isik e eu.

—Ei, olha como você fala com ela— Repreendi a grosseria de Sinan.

— Por que? Se sentiu ofendida por concordar com um pensamento tosco de que o amor "não é tão complicado". O amor é uma fraqueza estúpida— Sinan disse despreocupado

— A única coisa estúpida aqui é a sua forma de tratar as pessoas— Argumentei irritada. A Isik não merece essa grosseira, logo ela que gosta tanto dele.

— Isso vindo de uma garota que sempre age feito uma otária para esconder o quanto é insegura— Falou sem medir as palavras. O filho da puta gosta de tocar no ponto fraco alheio.

— Você nem me conhece— Afirmei incomodada.

— Não preciso te conhecer pra saber que é uma garota egoísta e antissocial. Você odeia interagir com as pessoas e acha o mundo gira em seu em torno— Disse virando seguidamente a bebida.

— Tem certeza que essa sou eu? Acertou na autocrítica— Falei sorrindo com falsidade.

— Calem a boca e deixem a Isik falar!— Osman pediu impacientemente.

— Isik, continua— Osman deu permissão para a menina concluir seu raciocínio.

— Vários filmes e livros falam sobre o amor. Ele nasce num momento mágico! Quando duas almas se encontram e não conseguem mais viver longe uma da outra. Enfrentando todos os desafios juntos!— Isik explicou tentando mudar o humor do ambiente. Eu e Sinan persistíamos em nos encarar com desdém, ainda não esqueci suas últimas palavras na discurssão.

— Que cafona— Eda resmungo ao beber pela milésima vez.

— Eda, não fala isso! O amor não é cafona! Nem é uma coisa idiota como vocês pensam— Isik disse inconformada.

— Ninguém acha que é uma coisa idiota— Osman rebateu.

— Eu acho— Sinan acrescentou mais um comentário desnecessário.

— Isik, como você aguenta escutar esse babaca zombando de cada palavra que você fala? Enfim... Você aguenta, eu não!— Falei me levantando do sofá.

— Pode sentar aí! Lembra do nosso acordo?— Kerem enfatizou irritado. Tive que retornar à posição bufando.

— E você, seja mais direta e pule essa enrolação— Kerem ordenou se dirigindo a Isik sem paciência.

— Precisamos de um encontro perfeito. Vamos armar um encontro, mas tem que ser em um lugar bem romântico para eles conversem e se conheçam melhor. Dessa forma poderiam se apaixonar!— Contou formulando um plano.

— Mas como seria esse encontro perfeito?— Osman questionou.

— A luz de velas, boa música, um prato que eles gostem! Só isso— Isik detalhou com simplicidade.

— Quer dizer que se eu preparasse um rango maneiro, botasse umas velinhas e uma música brega, a gente se apaixonaria?— Kerem duvidou ao apontar revezadamente para mim e ele. O encarei confusa quando escutei sua suposição. Não sei o que é mais irritante, Kerem falando merda ou Sinan me encarando.

— Temos que fazer uma parada mais ousada. Um local onde possam ser eles mesmos, onde consigam sentir a energia um do outro— Kerem deu sua opinião.

— É isso aí— Osman concordou.

— Um ambiente mais sexual— Eda concluiu, logo recebendo gestos e olhares de aprovação de Osman e Kerem.

— Um lugar onde possam beber e agir de maneira inconsequente!— Eda explicou animada. Eu e Isik nos entreolhamos assustadas.

— Essa ideia é péssima— Afirmei franzindo o cenho.

— Por que seria? A vida real é bem diferente desses livrinhos que você lê. As pessoas ficam juntas por atração. O amor é uma invenção feita pela mídia para nos entreter— Eda zombou olhando o livro que estava no meu colo.

— Não estamos tentando juntar um casal de adolescentes imaturos. A gente está falando da Senhorita Burcu, ela não é o tipo de pessoa que acreditaria nessas merdas que você tá dizendo— Expliquei revirando os olhos.

— Independente dela ser careta, rolaria algo se eles alcoolizados e sexualmente atraídos— Eda garantiu.

— Concordo— Kerem assentiu.

— Não consigo entender. Primeiro vocês me chantageiam para ajudar vocês e depois ignoram tudo que eu digo. Não esqueçam que eu estou aqui por pura e espontânea pressão— Explodi de raiva.

— Que drama, depois escutamos seus conselhos. Ainda precisamos de você na execução do plano— Kerem disse fazendo pouco caso.

— Deixa eu ver... Ambiente romântico, bem ousado e com álcool— Osman refletiu praticamente ignorando minha indignação.

— Um show de rock!— Eda sugeriu.

— Que?— Eu e Isik falamos simultaneamente.

— Acham que ela vai topar?— Ironizei me referindo à professora.

— Deixa isso com a gente— Osman falou brindando a lata de cerveja com Eda e Kerem.

Não vai dar certo.