Capitulo 1

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Emanuelle Grecco

Minha vida inteira eu tive que abrir a mão de algumas coisas para poder sobreviver. Quando eu tinha três anos minha mãe Matilde Grecco foi abandonada por meu pai depois que ele descobriu sua segunda gravidez.

Ele nos deixou sem nada. Minha mãe se virou muito bem em todos esses anos para poder sustentar eu e minha irmã Clara, ela trabalha como faxineira. Quando eu fiz dezoito anos meu sonho era me formar em gastronomia, mais ao invés disso comecei a trabalhar para ajudar a sustentar a nossa casa.

Minha irmã Clara quando fez dezoito também começou a trabalhar. Nós trabalhamos no mesmo lugar, em uma lanchonete a algumas ruas de casa, ela trabalha no período da manhã, até 13:00, e eu pego 13:30 e vou até 21:00. As vezes faço turno dobrado, a lanchonete e 24 horas e quando preciso de uma grana extra vou até 5:00 da manhã.

Não saio muito de casa minha vida é muito corrida,não tenho namorados sérios a anos. Meu último namoro foi no ensino médio, assim que nós formamos ele foi embora para outro pais fazer faculdade e eu fiquei aqui.

Mas em minhas folgas que geralmente são no domingo eu sempre saio com minha melhor amiga, a Sofia Rizzo, nós somos amigas desde pequenas.

O pai dela e consigliere do Capo daqui da Sicília. Sim da máfia. Nunca me importei com isso, muitos podem coisa de louco, mais nos momentos que eu precisei Sofia e a família dela estavam aqui pra me ajudar, seu pai e como um pai pra mim.

-Mamãe tem certeza que está tudo bem?-pergunto a minha mãe que está sentada no sofá, a alguns dias estou vendo que ela está mais pálida com cara de cansada.

-E cansaço minha filha, não se preocupe!

-Eu já disse pra você para de fazer as faxinas, o salário meu e da Clara da muito bem pra sustentar a casa.

-Não vou parar de trabalhar querida.-ela da um sorriso fraco- Estou em plenas condições.

Então um barulho nos chama atenção.

-Cheguei família!-a voz da minha irmã ecoa pela casa quando ela passa pela porta, nossa casa não é muito grande. Tem dois quartos um da mamãe e outro meu e da Clara, um banheiro, cozinha, sala e lavandeira.

-Estamos na sala!-mamãe diz, e logo minha irmã aparece pelo mini corredor que leva até a sala.

-Tudo bem por aqui?-ela pergunta ao sentar ao nosso lado.

-Sim!-minha mãe se apressa em dizer.

-Bom é melhor eu ir indo!-digo e abraço minha mãe, e depois vou até minha irmã e a abraço-Tem comida no forno!

-Bom trabalho minha irmã!-ela diz.

-Tenha um ótimo serviço minha filha!-minha mãe diz.

-Obrigada meus amores!-mando um beijo pra elas.

Saio de casa e vou andando até a lanchonete, fica a cerca de 10 minutos de minha casa então vou andando mesmo.

Ao chegar lá vou direto bater meu ponto.

-Buondiorno!-digo a Anna, uma das meninas que trabalham comigo.

-Boundiorno Manu!-Anna diz sorrindo. Ela é um amor de pessoa, nós damos muito bem.

-Pronta pra mais um dia?-pergunto.

-Com certeza!

Juntas então voltamos a parte da frente para começar os atendimentos. Ela fica com um lado da lanchonete e eu fico com o outro, alem dela existe mais duas meninas, Emma que trabalha do meu lado e Giulia do lado de Anna.

***

O dia ocorre bem na medida do possível. Sempre existe aqueles clientes que enchem o saco, mais infelizmente não posso dizer algumas verdades. Não posso correr o risco de perder esse emprego.

Ainda são sete horas quando escuto a porta se abrir me viro e vejo minha amiga entrar acompanhada de seus seguranças. Assim que me vê ela da um sorriso e caminha até uma das minhas mesas.

-Buonasera amore!-digo me aproximando, então me viro e cumprimento os seus dois seguranças- Oi Pietro, Andrea!

-Oi Manu!-eles me cumprimentam dando um sorriso de lado.

-Vamos te esperar do lado de fora!-Andrea diz e os dois saem novamente.

-E aí Manu o que você manda?-Sofia me pergunta.

-Nada, só trabalho!-digo e ela revira os olhos- O que você vai querer?

-Hambúrguer e batata frita e suco de laranja!

-Espera já volto!-digo e ela assente.

Anoto o pedido dela e levo até a cozinha. Enquanto o pedido não fica pronto volto até a mesa onde ela está. Como não está com muito movimento fico conversando com ela.

-Estou achando que minha mãe está estranha!-digo.

-O que minha tia tem?-ela se sempre se referiu a minha mãe como tia, minha mãe ama isso.

-Estou achando ela muito cansada, é muito pálida. Mais sempre que pergunto ela diz que está bem.

-Ela deveria parar de trabalhar.-minha amiga diz.

-Eu disse isso, mais ela recusa.

Nesse momento o pedido dela fica pronto e volto pra buscá-lo.

-Você sabe que meu pai pode ajudar não é? Você não precisa ficar se matando aqui!-ela diz saboreando seu lanche.

-Não Sofia, eu amo seu pai ele e como um pai pra mim. Mais não posso pedir ajuda. Está tudo bem como está.

-Se você diz!

Um cliente entra e se senta no meu lado de atendimento e eu levanto para atende-lo.

-Já estou indo viu?-sofia para ao meu lado-Nos vemos depois!

-Até!-mando um beijo pra ela e ela se vai.

No final do meu turno eu estava morta de cansaço. Mesmo estando tarde eu vou andando mesmo, todos aqui me conhecem e não se atreveriam a fazer algo comigo.

Chego em minha casa e está tudo escuro, vou direto ao quarto e entro sem fazer barulho pois vejo que minha irmã já dorme.
Pego uma muda de roupas e saio em direção ao banheiro tomo um banho relaxante.
Voltando para o quarto me deito na cama e apago.

Envolvida com o Perigo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora