Ponteiro Maior

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AN: Muito obrigada @crywinterxz do myeondesign pela capa linda <3. 


Capítulo 1: Ponteiro maior

 por lunaticax. 

Há uma sentença enfadonha e antiga cuja quase todos no planeta Terra já tiveram o (des)prazer de escutar: "a vida é feita de escolhas". Estas podem ser ruins ou boas, mas, com certeza, causadoras daquele "famoso" efeito borboleta; uma resulta em outra e, assim, uma sequência de causa e efeito prossegue.

Pode até parecer catastrófico, entretanto, Park Chanyeol afirma que sempre foi sensato ao decidir que caminho seguir e não se arrependia de nenhuma das medidas que tomou ao decorrer de seus vinte e oito anos. Não se arrepende de trocar uma xícara de café por uma de chá — algo simples — ou deixar seu país natal para trás e se aventurar do outro lado do continente.

"Nunca se arrependa" é um lema. Para que chorar pelo leite derramado?

Quando decidiu cursar História e Direito ao mesmo tempo, já tinha pleno conhecimento que estava sacrificando toda a sua juventude, mas ele aceitou as consequências tranquilo porque, no futuro, ele poderia usufruir de todo o tempo do mundo. Ele nunca temeu as mudanças drásticas e sempre as aceitou com tranquilidade, sem desespero e sem receios.

Foi um sofrimento, como foi, terminar a suas graduações, realizar dois TCC's ao mesmo tempo, defendê-los, realizar estágio obrigatório. Entretanto, ele conseguiu, com um esforço fora do normal. Não sabia, de início, que aquelas graduações iriam mesclar-se tão certo para sua carreira.

Era irônico pensar que, por conta de sua personalidade "decisiva", Park agora estivesse retornando da Argentina com um doutorado defendido e um diploma de doutor em Direito com especialização em Ciências Sociais. O quanto ele desistiu, o quanto ele deixou para trás, quantas decisões ele tomou não são possíveis de listar em papéis, mas, no fundo, ele sabe que passou por cada momento e, por fim, conseguiu alcançar o seu objetivo principal: ter uma carreira consolidada. Ele pode se orgulhar disso, certo? Mesmo tomando, às vezes, iniciativas erradas, ele sente que pode bater em seu peito e bradar que realizou um dos seus maiores sonhos de ser doutor.

Agora, poderia usufruir de tudo que enterrou em sua juventude. Poderia, então, sair com seus amigos para beber, entrar de cabeça em um relacionamento amoroso, mas... ele não desejava mais isso.

O Park Chanyeol de quase vinte e nove anos era diferente do Park Chanyeol de vinte. Irônico até, pois já não possuía os anseios que um dia jurou realizar quando tivesse tempo, porém, mais uma vez, ele não se importa com isso.

Estando finalmente de volta à Coreia do Sul, era sabido que nada seria como antes. E o pacotinho que carregava nos braços demarcava bem todas as suas novas responsabilidades — que ele aceitou com devoção.

Tinha um bebe, sua filhota, seu tesouro, seu maior presente em seu acalento, dormindo como uma boa dorminhoca que era. Park Flora foi a maior (e melhor) decisão que tomou em sua vida inteira. Nunca, jamais, em nenhuma hipótese, cogitou que um dia iria adotar um bebê, mas a sua vida gostava de pregar peças e, agora, possuía alguém que dependia de si para uma eternidade e, mais uma vez, ele não se arrepende disso.

A única coisa que Chanyeol poderia se arrepender futuramente seria caso ele fosse um pai ruim. Ele jamais se perdoaria.

Tudo bem, poderia sim errar às vezes, colocar uma fralda ao contrário, se desesperar com as cólicas; era normal para um pai de primeira viagem.

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