Chanyeol disse não, pois "Kyungsoo" isso visitar naquela noite para conhecer Flora. Para começo de conversa, quem era Kyungsoo? O Byun não fazia a mínima ideia, porém, de acordo com o professor, era um colega barra amigo da faculdade e, previamente, ele havia avisado da vinda deste por um post-it rosa grudado na porta da geladeira — que, para surpresa de todos, Baekhyun havia sim lido, agora ter entendido já era outra história, imagina dar importância à quem era o tal visitante.
Não era de menor relevância, em verdade, saber quem era o dito cujo. E esperava que não o mal entendessem em seus frívolos pensamentos ao detectarem seu desinteresse, pois Baekhyun não havia nada contra o tal colega de trabalho do Park — muito menos o conhecia — ou sentiu qualquer tipo de frustração ou raiva ao ter recebido um "não"; o Byun ficou aliviado. Um alívio tão intenso que era até assustador.
Se safou fedendo de fazer uma grande burrada.
O babá Baekhyun agradeceu a Kyungsoo por ter lhe impedido, indiretamente e sem menor intenção, a sua tentativa de convidar Chanyeol para sair com seus amigos naquela noite — algo que refletiria em grandes arrependimentos. Sabia que não estava pensando coerentemente quando fez aquele pedido idiota para o Park; era mais uma de suas ações impulsivas e impensadas, aquelas quais causavam um efeito borboleta desgraçado.
Não estava pronto para aquele passo, notoriamente. Sequer aceitava a mínima possibilidade de estar gostando de Chanyeol novamente. Era assustador. E aquele convite seria um passo além do tamanho da sua perna, metaforicamente, pois, se nem seus pensamentos estavam em ordem, seus sentimentos estavam menos ainda; ser impulsivo e se lançar no jogo perdido que era o Park estava fora de cogitação.
Eles sempre foram um caso sem solução, desde que namoravam. No passado, tão distante e, ao mesmo tempo, recente, apesar da paixão que sentiam um pelo outro, nada parecia dar certo para ambos. Por que daria agora? E por que esses sentimentos decidiram ressurgir logo agora, quando sua vida estava uma bagunça? Culpava a sua fragilidade e sua carência de atenção para descer tão baixo, ao ponto de estar rendido à pessoa que estragou sua primeira tentativa de relacionamento; um disco que já havia sido passado tantas vezes que estava arranhado; uma barra que segurou e empurrou com todos os seus esforços, enquanto, do outro lado, nenhum esforço foi feito.
O babá parecia nunca aprender com os seus erros, era um estigma, aparentemente. Como Sehun havia dito: errar duas vezes era burrice.
Após ser salvo de última hora por um estranho, no qual era grato de coração e alma, Baekhyun não se fez de rogado, pegando sua bolsinha com apenas uma muda de roupa e seu material de higiene pessoal, cortou fora do apartamento dos Parks e de uma possível situação mais do que estranha. Era um ótimo momento para ir visitar (sem prévio convite) seu melhor amigo do peito, aka Sehun. E, felizmente, Chanyeol não havia se importado tanto com a sua saída repentina, pelo contrário, após os últimos dias complicados que haviam passado juntos, tinha achado, também, uma boa ideia dar uma folga para o Byun — não que fizesse tanta diferença a aprovação do seu chefe, sairia daquela furada de qualquer forma. Somente em simular em sua mente como seria lidar com Flora, Chanyeol e o tal do Kyungsoo dentro de um apartamento médio, sentia calafrios intensos.
Sehun o recebeu em seu apartamento em Gangnam-gu sem problema algum — somente quando Baekhyun descreveu, em poucas palavras, a quase burrada que cometeu que o advogado foi criar uma grande confusão: uma onda de xingamentos indignados. Seu melhor amigo não tinha conserto ou cura. A única coisa que o pobre advogado poderia fazer para confortar aquela visível ressaca de sentimentos do jornalista era oferecer-lhe três remédios: cerveja, pizza e tintas de cabelo.
Baekhyun, no dia seguinte, voltou embriagado e com os cabelos pretos para casa.
Três dias haviam passado após Kyungsoo ter salvou a pátria. Baekhyun havia caído, novamente, naquela mesma rotina enfadonha: cuidar de Flora, assistir televisão, realizar pesquisas sobre o seu mestrado e ignorar o terceiro morador do apartamento. Estava sim evitando Park Chanyeol o máximo possível, o quanto dava dentro de um apartamento. Achava isso infantil? Sim. Já havia falado o quão infantil era? Sim, mas estava sendo hipócrita e contrariando a si mesmo, desviando seu foco para o seu mestrado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Timepiece
FanfictionQuando Chanyeol pegou a sua passagem e passou pela mureta do avião, não sabia que estava deixando para trás algo além da sua família; enterrava o seu passado. O Park apenas não contava com uma coisa em sua estadia em outro país: um rostinho fofo arg...