— Joui...As vozes soaram em uníssono, se direcionando para si com um brilho de empolgação no olhar. Finalmente elas poderiam agir. Seu momento havia chegado.
O japonês estava paralisado, seus sentidos não estavam funcionando corretamente. A imagem parecia piscar diante dos seus olhos, seu cérebro tentava compreender o que era ou não real a respeito dela.
Viu uma infinidade de coisas que jamais imaginaria. Seus amigos em peles cinzentas e olhos completamente negros, transformados em luzideos. E então com formas fantasmagóricas, perversas como muitas das criaturas que já haviam enfrentado. E até sangrentas e animalescas como zumbis de sangue. Não fazia sentindo.
Estava confuso, e até o medo que sentia não o impediria de procurar seu único lugar seguro.
Andou até eles. Tudo dizia que ele deveria fazer o contrário, absolutamente tudo. Mas sequer pensou uma segunda vez.
Os sorrisos malignos lhe traziam calor.
Talvez fossem o bafo de uma fera, da qual o ataque não deixaria sobrar sequer seus ossos. Mas não importava, pois para ele eram um vento caloroso de verão, o conforto do abraço de quem você ama.
Não foi obrigado a se aproximar, nem a subir no sofá sobre as figuras, que rapidamente o receberam com beijos e mãos por todo o seu corpo. Mãos demais para que ele pudesse acompanhar seus movimentos, mãos que o tocavam inteiro, que apertavam, arranhavam e agarravam. Eram indecentes e atrevidas.
— Arthur... Cesar... — Chamou calmamente, com uma voz pacífica enquanto os corpos totalmente transformados em sombras o recebiam independente de seus delírios.
— Estamos aqui. — O moreno pronunciou enquanto Joui tinha seus lábios tomados por Arthur. E então fechou seus olhos, entregue à sorte dos eventos, seja verdade ou alucinação.
O ritmo lento que a sua aproximação teve pareceu se desenvolver rapidamente dali em diante, era uma descida íngreme até o inferno e as coisas escalavam exponencialmente.
"puta que pariu..."
Uma voz estrangeira invadiu sua mente, o fazendo arregalar os olhos surpreso.
"Eu... finalmente..."
Era a voz de... Kaiser?
Tentou se desvencilhar do ósculo, sendo empurrado contra o sofá, quando finalmente pôde recuperar seu fôlego, teve o pescoço plenamente coberto de beijos pelo Cervero, e quando olhou na direção do moreno, ele viu exatamente o que deveria.
O rosto corado e os olhos embebidos de paixão, sua expressão era a perfeita tradução da voz que invadia a mente do japonês.
"Eu finalmente posso te beijar."
E seus lábios se uniram. Lascivos, famintos, aquele era um beijo que demorou demais para se realizar.
A voz se bagunçou na sua mente e parecia reproduzir um sentimento na cabeça do japonês, como uma injeção direta em seu cérebro. Era ansiedade, excitação, era instintivamente sexual. Não conseguia resistir ao impulso.
Agarrou o quadril do moreno, ambos os corpos estavam sobre o seu no sofá, o que tornava o contato extremamente íntimo. O mais velho gemeu ao ser tocado, e moveu o quadril de forma involuntária, erguendo sua bunda. E Joui foi tomado por uma imaginação realista demais de estar sendo penetrado enquanto seu quadril era segurado de forma semelhante à que fazia.
"Hm... isso não, por favor..."
Choramingou sensibilizado na cabeça do outro, claramente sem se dar conta de que suas impressões vazavam para além do seu controle.
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Entre Nós
ParanormalOnde Joui encontra Arthur e Kaiser se beijando e não consegue entender o motivo de gostar tanto daquilo. (Arte da capa é de minha autoria, me siga no twitter @affaireri para ver mais <3)