Chacantita

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Durante quatro dias, Chanyeol e Baekhyun exploraram um ao outro de todas as formas possíveis. Descobriram juntos seus pontos sensíveis, de dor e de prazer. Conheceram-se da forma mais íntima possível e estavam felizes com isso.

Teve momentos, nos dois últimos dias do cio, em que Park sentiu sua gengiva doer agudamente e o sangue atingiu seu paladar; dois caninos afiados apareceram. A área do pescoço do Byun parecia tão atrativa para si do que jamais fora antes, mas não entendia o motivo. Entretanto, foi impedido de aproximar-se e pensou estar fazendo algo errado quando sua intenção era cravar as presas na tez clara e cheirosa. No lugar, ganhara um beijo tão intenso que o fez chegar ao ápice mais uma vez.

Então, questionou a razão pela qual presas a mais surgiram em sua boca e uma vontade avassaladora de morder o pescoço do Baekhyun chegou em seu interior. Baekhyun teve a maior paciência do mundo na hora de explicar, em meio a tantas perguntas. Irônico, se pensar bem. Antes, era o ômega a fazer um interrogatório ao outro, mas agora o jogo tinha virado.

A marca do Chanyeol era o que Baekhyun mais queria naquele momento, pois parecia certo... Só parecia mesmo, porque não seria justo para o alfa ficar ligado à alguém que nunca mais iria ver. Seria doloroso, cansativo e agoniante demais para ele, porque quando um alfa marca um ômega, deposita parte da sua energia vital nele para protegê-lo. Ele confia parte de si ao ômega e espera ser retribuído com sua fidelidade e companheirismo; assim mantendo-o forte. Então, se o casal se separasse, o alfa ficaria sem uma parcela da sua força, tornando-o mais fraco e vulnerável, podendo até desenvolver uma depressão mortal. Mas, claro, o ômega também sofreria com o processo de separação e distância, contudo, não tanto quanto o alfa.

Este sinal era a maior prova de amor que os lobos tinham. Ia além de muitas juras, canções, poemas e presentes. A marca era eterna, sagrada. Aqueles que não faziam bom uso dela, eram considerados uma vergonha para a nação. E para chegar ao ponto do Chanyeol querer cravar seus dentes no Baekhyun, era porque o sentimento presente era extremamente forte e concreto. A vontade de marcar não apareceria, se não fosse o caso.

Entretanto, ambos não se deram conta disso.

Baekhyun e Chanyeol estavam deitados sobre um lençol que o menor, em algum momento entre as pausas que deram, pegou para não sentirem mais a grama pinicar as peles desprovidas de roupa. Byun tinha a barriga voltada para o chão, ambas as mãos embaixo da sua bochecha como um travesseiro, e as costas estavam recebendo uma carícia gostosa ao longo da espinha, chegando até as nádegas redondinhas; de olhos fechados, sorriu, apreciando do carinho que o alfa lhe dava.

Abriu os olhos vagarosamente apenas para contemplar a pele jovial do rosto do Park sendo tocada pelo sol da manhã. Um bico desenhava seus lábios fartos e os fios cobriam parte da sua testa. Como estava de lado, tendo um dos braços servindo de apoio abaixo da lateral da cabeça, Baekhyun pôde vagar os olhos pelo corpo nú, admirando cada curva que continha os músculos delineados. Sentia-se esgotado de todos os dias de cio — estes que foram alucinantes e loucos —, porém, se Chanyeol o pedisse mais uma rodada, não reclamaria.

Ainda podia sentir seu coração pulsando fortemente contra o peito, não cessou desde que tomou consciência da vontade do maior em marcá-lo como seu. Em sua mente, todos os momentos passavam como um filme. O mais belo de todos os tempos. Guardaria para sempre as lembranças das noites de pele com pele e dos beijos apaixonados que trocaram.

Chanyeol franziu a testa, respirando profundamente. Um sorriso feliz se instalou no rosto do ômega.

— Bom dia — desejou, baixo.

— Bom dia — respondeu de volta poucos segundos depois, abrindo os olhos devagar para se acostumar com a luz e sorriu um tanto sonolento para o menor. Já estava acordado, mas ficava cochilando sem querer. Estava cansado.

Sodalita [ChanBaek - ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora