Timpânico

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¬ Seguindo em direção a uma parte mais distante do casarão, como um jardim externo, começou a notar um batidas ecoando por ali, como um tambor bem ritmado. Grandes tochas fincadas no solo iluminavam o caminho até um círculo de terra batida onde muitos homens se encontravam.

Mostrava-se como uma área de treinamento, com armas, alvos e pedaços de madeiras esculpidos em formatos humanos. Os presentes aí estavam observando uma luta de punhos que ocorria, a música ajudava todos a entrar no clima e elevar a animação da plateia. O senhor estava sentado em um tipo de trono posto ali justamente para ele.

Ulf chegou no pé da roda assim que a luta foi encerrada, o ganhador estava manchado de sangue e terra, com hematomas e pequenos cortes causados pelos impactos dos punhos. O derrotado estava ao chão, praticamente desacordado e com dificuldade para respirar, aparentemente seu peito havia sofrido muitos golpes.

Os olhos caíram sobre o garoto que tinha chego, a tatuagem em seu corpo era bem chamativa. Muitos pensavam o que ele estaria fazendo ali, outros enojados com a presença de estrangeiros, poucos estavam ansiosos para o ver lutando. Muitos mitos vinham daqueles que moravam nas terras de ULF, principalmente se tratando de guerreiros.

- Muito bem criança, você foi chamado para provar seu valor, vejamos se o ouro gasto em você vale a moeda que paguei. Ou se é apenas outra criança faminta que caiu nas minhas terras. - A voz do Senhor tinha uma rispidez característica e um grave profundo.

- é isso aí danês, hoje você chora - As vozes estavam misturadas e não era possível saber sua origem - Ele vai chorar, tirem logo ele daqui!! - Alternavam entre todos - Vamos ver se essa marca tem sentido - Eles gritavam e faziam barulhos para atiçar a luta que começaria.

¬ Seu oponente surgiu da multidão e se posicionou no centro da roda, era um homem de vinte e poucos anos, parecia ter vida de um soldado e experiente em batalhas. Certamente foi de propósito para ver o garoto apanhar na frente de todos, queriam mostrar o lugar dele.

 O tambor ritmava os movimentos dos pés deles que andavam em circulo se encarando, misturava com as vozes e com cantorias. Com o tempo parecia estar sincronizada com a batida de seu coração, sentiu uma energia sair do solo e passar por seus pés ate a nuca como um pico de adrenalina, sua marca formigava como chamando para uma batalha, estava animado.

Logo que foi iniciado a luta o menino recuava a cada passo de seu adversário, ficando sempre a mesma distância dele enquanto sua mente maquinava uma forma de ganhar, não lhes foram dado armas, somente os punhos e a resistência deles seriam levados em conta ali.

Impaciente o jovem avançou contra a criança com golpes rápidos, com certeza já tinha estado em outras batalhas e mesmo assim não conseguia acertar. Os socos eram rápidos mais Ulf era mais, sempre treinou contra mais de um oponente e contra guerreiros com anos de experiência, o que o foi ensinado nunca fugiu de sua memória.

Sabendo que não teria espaço para pensar direito resolveu usar seus aprendizados e lutar, acabou por ir muito para frente numa tentativa de golpe e foi pego por um chute. Seus braços bloquearam virando seu corpo lateralmente para absorver o impacto. Saltado foi capaz de ser empurrado para um pouco atrás podendo reposicionar.

Estava formigando, tinha recebido um impacto considerável mas nada que encerrasse sua concentração, conseguia ouvir ao fundo a plateia gritando a cada troca de soco ou quando algum ataque era bloqueado. Á aquela altura o garoto já havia recebido muitos golpes mas se mantinha de pé, o nariz sangrando pingava na terra e suas costelas doíam, cerca de dez minutos haviam passado.

O chefe observava com olhos atentos cada movimentação. Ulf avançou mais uma vez pois tinha percebido algo que talvez ajudasse, aquele chute no começo tinha um pequeno padrão, quando seu rival fazia ocorria um pequeno pulo para reposicionar as pernas, foi esta abertura que ele encontrou.

Provocou o suficiente e testou a impaciência daquele que tentava se provar, quando o pulo aconteceu, rapidamente mudou sua postura e deslizou seu pé junto ao solo em uma rasteira pegando o jovem de surpresa sendo capaz de o desequilibrar fortemente. Cambaleando para trás não conseguiu defender corretamente o avanço seguinte, o pequeno lobo não deixaria aquela oportunidade passar.

A Caçada de HatiOnde histórias criam vida. Descubra agora