As três ruas do bairro azul - Duologia Anoitecer - Livro 01

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Esse capítulo é dedicado a Larryshipperdarling obrigado por me incentivar e apoiar. Amo você, flor.

POV. Benjamin Parker

Depois de tomarmos o café da manhã todos em harmonia, igualitariamente comparada a orquestra de royal concertgebouw orchestra. Em que éramos meros instrumentos, nossas risadas as canções que soavam sutilmente nos ouvidos da plateia, deixando-os fascinados. Sem um maestro para conduzir o show, pois nossa desorganização era a mais bela das perfeições.

Meu pai acabou levando Char para sua devida residência. Meu progenitor afirmou ter oferecido uma carona até a escola dele, já que no caminho da minha existia a sua. Mas o pedido de ajuda para a sua locomoção foi facilmente descartado.

As horas na escola pareciam não ter fim. O tic-tac do relógio centralizado na parede azul, acima do quadro, não pareciam adiantar as horas e sim, regressar elas.

Talvez eu esteja apenas ansioso por questões bem óbvias. A primeira é: o aniversário do Char. Meus pais ficaram encarregados dos preparativos, como já haviam propriamente dito. Quando papai me trazia até ao estabelecimento de ensino, ele comentou comigo que tudo teria que ocorrer cedo, por questões de sermos duas crianças e não deveríamos ficar acordados até tarde. Então o combinado era, quando a tonalidade do céu ficasse alaranjado, era hora de retornar para casa, pois tudo já estaria pronto.

Papai indagou no percurso qual time Char torcia, para ver se conseguia juntamente de mamãe fazer tudo dentro do tema. Falei para ele que seu time de coração era o Atlanta falcons, um time de futebol americano.

Ele também falou que tentou conversar com o Sr.Copper, para contar sobre o aniversário do seu filho e conseguir, fazendo assim, um pedido da sua presença hoje lá em casa.

Por isso a desculpa do Char quando foi para casa parecia tão convincente. Ele disse que seu pai estava dormindo e não queria acordá-lo, pois o Sr.Copper estava cansado de tanto trabalhar ontem. Dessa forma, papai não conseguiu conversar a sós com Vicente.

Meus pais perguntaram o por que do Sr.Copper não atender as ligações de ontem a noite. Usamos a desculpa mais fajuta de todas, que ele estava esgotado, por isso pegou no sono cedo, mas tinha deixado seu filho dormir aqui.

Obviamente que eles poderiam ir atrás de respostas, para comprovar que estávamos mentindo. Mas eles não foram pois estávamos com sono. Já o Sr.Copper, encontrava-se "adormecido".

E por último, tinha a questão do meu amigo achar que havia esquecido o seu aniversário. Mas eu não esqueci, apenas estou me fazendo de desentendido.

Ele também não falava que hoje era seu aniversário, para tentar me "lembrar". A única coisa que ele sabia fazer era olhar-me com melancolia, como se suas íris castanhas expressassem o que estava entalado na sua garganta. Porém, como já disse anteriormente, estava me fazendo de desentendido.

Nesse exato momento encontram-se eu e Char, perto da nossa árvore. Tingíamos um baú que encontramos nos destroços dos trailers, com os meus pincéis e tintas. Parecia que havíamos pintado até mesmo o céu, pois ele estava uma desorganização recém alaranjada. O que diferenciava ele do nosso baú, já que o objeto de madeira não tinha limites para suas cores.

Cada um foi em suas respectivas casas, pegar alguns objetos especiais para ambos.

Dentro do baú colocamos coisas nossas, como: As nossas fotos tiradas na cabine de fotografia, aquele típico rolo com quinze fotografias tiradas consecutivamente com posições diferentes. E até mesmo em algumas fotos eram só o telão preto atrás, pois estávamos no chão rindo por um querer tampar a imagem do outro. Existia fotos nossas individuais também, aonde éramos meros bebês. Tinham folhas minhas, aonde estavam escritas algumas ideias para possíveis livros, dentro de várias cartas, pois quando for gente grande, quero ser escritor. Também continham alguns bonequinhos do Char. Desenhos que fizermos juntos. Mas entre tudo que havia dentro do pequeno baú, existia um pingente posto por Char em formato de estrela, no clássico relicário, aquele que possibilitava a abertura de suas partes.