→Problemas

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—Nana, aonde você conseguiu esse machucado— Hyunjin não desviava o olhar do machucado um segundo, fazendo a garota se encolher na maca.

—Por que a curiosidade?— a garota desviou o olhar.

—Eu só bati contra um poste, ele tinha um tipo de lâmina e eu abri minha coxa atoa— Nana deu de ombros, olhando nos olhos do garoto enquanto mentia descaradamente.

—E as marcas roxas?

—Deve ter sido depois de eu me apoiar-— Nana começou mas foi interrompida por Hwang se levantando e segurando seu corpo na maca, ficando cara a cara com a garota.

—Tem certeza, Ghost?— a voz dele desceu alguns tons, causando um arrepio percorrer a espinha da competidora.

—Quem é essa?— Nana dizia com a voz mais calma que conseguia ter, mesmo sua cabeça estando um furacão e em desespero.

—Não se faça de inocente, Han— Hyunjin se aproximou um pouco do rosto da garota, lhe fazendo recuar um pouco —Essa garota, mulher, não me importa, é a única coisa falada na escola a quase um mês seguido e desde a ultima corrida eu venho reparando em algumas coisas.

—Eu não sei o que-

—Você sabe sim Han Nana, a voz é igual a sua, mas você força para ela ficar mais baixa e rouca, seu corpo é igual o dela e o seu corpo se destaca entre muitos do padrão coreano, eu vi uma mecha de cabelo vermelho saindo daquele capacete preto com o tom muito parecido com o seu e agora, esse machucado no exato lugar.

O garoto encarava o rosto assustado de Nana esperando uma resposta, mas tudo que conseguira foi um silencio mortal. A boca da garota se abria algumas vezes, mas sua mente estava em branco, ele reparou e ligou em menos de 2 dias, seria o suficiente para o machucado fechar ou os roxos desaparecerem.

—Han Nana, a valentona da escola também é a Ghost— sem soltar a maca o garoto abaixou o a cabeça rindo desacreditado.

—Vai fazer Blackmail, é?— a garota desviou o olhar para a parede soando frio enquanto apertando o lençol da maca em seus dedos.

—Não faço essas coisas— o garoto levantou o rosto, encarando o perfil da garota, antes de segurar seu queixo em dois dedos, o virando de volta para si —Mas eu posso me aproveitar disso— novamente, a cabeça da garota estava em branco, encarando os olhos brilhantes do Hwang.

A proximidade dos dois era pequena, ambos podiam sentir a respiração do outro contra seu rosto, parecia que o tempo tinha parado, uma vibração veio do celular no bolso do garoto, atraindo a atenção da garota.

—Seu... celular— ela vociferou as únicas palavras que conseguira pensar no momento.

—Posso cuidar disso depois— o garoto fechou a distância, beijando os lábios da garota que ainda estava congelada no lugar.

Nana não conseguia acompanhar a rapidez com que as coisas aconteciam, mas tentou seu melhor para acompanhar Hyunjin, passando os braços pelo seu pescoço; A garota não sabia por qual motivo fazia isso, mas sentiu que deveria. Sentiu a mão do garoto em sua cintura, lhe puxando para a beirada da maca, mas o celular do garoto começou a tocar novamente, tentou ignorar a vibração em sua perna, mas já estava irritante.

—Ah, droga— o garoto disse se separando da garota e tirou seu celular, vendo duas chamadas de Jeongin.

—Acho que a gente tem que voltar, eu vou limpar seu machucado, okay— sem receber que Nana permanecia atônita na maca, o garoto começou a limpar o machucado, como se nada tivesse acontecido —E... Pronto, tá novo.

—... Valeu— a garota encarou a faixa nova e engoliu seco.

—Toma— o garoto lhe entregou o celular desbloqueado —Coloca seu número e mais tarde eu te chamo.

Em sua mente, Hwang iria se aproveitar de algo que ninguém sabia e que no fim, ela sairia prejudicada e muito.

—Pega— a garota jogou o celular de volta para o garoto e desviou o olhar.

O moreno se posicionou com suas costas para a "semi ruiva" e lhe puxou pelas pernas, voltando o corpo feminino para suas costas, fazendo a garota passar os braços por seu pescoço novamente.

—Ei, relaxa, eu não vou contar para ninguém— o garoto disse, assim que estavam chegando na quadra —Talvez para o Jeongin, mas só ele também.

—É bom que realmente ninguém mais saiba, Hwang, eu posso te matar sem dificuldade nenhuma— o garoto riu baixo abaixando a cabeça.

A professora acompanhou com o olhar os dois indo para as arquibancadas e Hwang deixar a Nana sentada no banco.

—Ainda dói?— a garota negou com a cabeça e encarou a professora pelo canto do olho —Não saia daqui, eu já volto— com um sorriso, Hyunjin roubou um selar demorado da garota, lhe pegando com guarda baixa.

—Para de fazer isso, seu inútil— Han disse vendo o garoto se afastar.

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—Terra para Nana? Nana, você me escuta?— Seungwoo cutucava o braço de sua irmã, lhe tirando do transe —Ai esta, o brigadeiro que eu te fiz não tinha nada errado, será que o bolinho-

—Seungwoo, temos um problema, muito grande— a gêmea se virou para o garoto totalmente e o irmão, perdeu seu sorriso brincalhão —Hwang Hyunjin, da minha sala me reconheceu.

—O que?!— a garota afirmou com a cabeça —Nana, eu juro se isso for uma pegadinha-

—Você sabe que eu não brincaria com algo assim, isso é algo importante pra mim— era visível a preocupação dos dois Han.

—Okay, o que ele queria descobrindo isso?

—Ele disse que não vai contar para ninguém— Nana resolver não contar a parte de que ele havia lhe beijado duas vezes.

—Tá, isso é um bom sinal, né? Ele falou sobre querer alguma coisa?— novamente Nana negou com a cabeça —Tá, só por precauções eu vou falar com ele sobre isso.

—Eu vou com você-

—Não, não, você fica aqui-

—Se isso envolve a Ghost, me envolve e eu não quero ter que ouvir nada pelas minhas costas— Seungwoo sabia que quando Nana tinha algo em mente, nada mudava, não importa o que fizesse.

—Tá, tá bem, eu vou falar com ele na festa do Jeongin.

—Não, espera, festa?

—A de Halloween, eu vou te levar.

—Ah não, eu sabia que tinha algo que ele queria comigo!— a garota deu um tapa em sua própria testa e se encolheu contra o banco.

—Relaxa, não vamos demorar muito, uma hora e meia, eu finjo que eu passei mal por algum motivo e vamos embora— o garoto esticou o mindinho para a irmã, que o prendeu com o seu próprio —Agora vamos embora— Nana subiu nas costas do irmão, vendo o carro do pai um pouco mais longe de si.

Two-Ways RoadOnde histórias criam vida. Descubra agora