Two-Ways Road

→Confusão

Nana correu por um longo tempo, parando na mesma ponte que encontrou Hyunjin para ir a casa do Hwang, não sabia o por que tinha ido para aquela região e só parou por falta de ar mas tinha que concordar, aquela ponte velha parecia ser um bom lugar para descansar antes de voltar para a casa.

Saber que sua mãe havia fugido não só do seu pai, mas também de si mesma e seu irmão era algo doloroso para a garota, nunca pensou na possibilidade de ser abandonada pela mãe, ainda mais numa idade tão nova quanto a dos gêmeos.

—Nana— uma voz falha chamou seu nome, fazendo a garota pular com o susto e olhar na direção, encontrando Hyunjin ofegante e um pouco corado pela corrida se apoiando em seus joelhos.

—O que você quer?— olhou friamente no rosto do garoto que olhou de baixo para a garota, vendo seus olhos marejados e algumas gotas pingando de seu queixo.

—O que aconteceu na sua casa? Ouvimos uma gritaria e depois você saiu correndo de lá— Hwang corrigiu a postura, apesar da  falta de ar, voltando a encarar a Han.

—Nada que te interesse— Nana voltou a olhar para a nascente que começava na frente da ponte e se sentou no chão, jogando seus pés para fora da cerca aproveitando a brisa.

—Bom, você me ajudou com... Aquilo hoje mais cedo— o garoto se sentou ao lado da menina, notando mais lágrimas descendo —Queria retribuir o favor.

—Pode retribuir me deixando em paz— Nana secou o rosto e respirou fundo, encarando as nuvens escuras.

—Eu não vou te deixar sozinha— o garoto se aproximou, fazendo Nana olhar a proximidade e bufar.

—Eu acabei de descobrir que minha mãe não só abandonou meu pai como esqueceu que tem dois filhos e só hoje tentou entrar em contato porquê o meu pai procurou ela— Nana não olhou momento algum para Hwang, que aproveitou isso e a envolveu em um abraço ao fim da história sem relutância da Han.

—Você tem memórias com ela?— lentamente, Han afirmou —São boas?— mais uma vez, afirmou em silêncio —Você vai perdoar ela?

O silêncio que surgiu dos dois fez Nana olhar para Hyunjin, que observava seus movimentos em silêncio.

—Eu ainda não sei, ela me machucou muito e machucou ainda mais o Seungwoo.

—Olha o lado bom, você tem memórias com ela, se ela mudou muito você ainda pode se lembrar desse tempo.

—Com você é assim?— Hwang afirmou sem desviar o olhar da garota.

—Mas o meu é um pouco complicado, eu sei quem é meu pai, ele sabe que eu sou o filho dele, mas nunca me assumiu e diz que não tem filho nenhum— o garoto deu de ombros vendo a garota se ajeitar contra os braços do garoto.

—E sua mãe?

—Ela não liga muito para isso, meu pai é o chefe dela então ela não pode fazer muita coisa, esse é o hospital que melhor paga os médicos e achar outro emprego é difícil a essa altura do campeonato— novamente o Hwang deu de ombros e voltou a encarar a Han.

A garota ainda não dizia muita coisa, mas dava para ver que ela estava mais calma entre os braços do Hwang.

—Com o tempo vai ficar melhor— disse atraindo a atenção da garota —Quer dizer, com o tempo isso vai doer menos, uma hora você vai se acostumar com isso.

Hyunjin tirou uma mecha do rosto de Nana e sorriu largo, lhe dando um rápido selar nos lábios e voltando a encarar o rio abaixo de si.

—O que foi isso?— a garota olhou o Hwang que sorriu novamente, fazendo novamente, notando que Nana estava envergonhada.

Sem dizer mais nada, a garota se sentou olhando o rio novamente fingindo que os dois beijos não haviam acontecido.

—Nana— novamente a garota olhou Hwang, dessa vez pelo canto dos olhos —Vamos, parece que vai chover mais tarde.

—Está bem— Hwang se levantou, estendendo a mão para Han que aceitou a ajuda e se levantou, sentindo seu corpo ser puxado para mais perto do garoto que deu um sorriso fraco antes de ser empurrado pela morena —Faça isso de novo e eu quebro sua coluna.

—Tá bem, tá bem— Hyunjin levantou os braços e começou a caminhar, sendo seguido por Nana, que encarava as nuvens de chuva e alguns raios que as iluminaram enquanto não chegavam na casa.

Assim que entrou, Seungwoo olhou para a porta e seus olhos prenderam com Nana que sorriu fraco, sentindo o irmão lhe abraçar e acariciar seu cabelo.

—Vai tomar um banho, seu pescoço tá gelado— Seungwoo se separou e acariciou os cabelos da garota enquanto olhava seu rosto —Enquanto você toma banho eu vou fazer um chocolate quente para você okay?

—Toma cuidado para não se queimar— Nana disse, ouvindo uma risada baixa do gêmeo que afirmou com a cabeça, indo a cozinha.

Enquanto Nana tomava seu banho, a garota fechou os olhos, deixando a água cair sobre seu rosto, relembrando tudo que lhe aconteceu no dia antes de ouvir batidas na porta e a voz de Seungwoo abafada, lhe fazendo desligar o chuveiro.

—O que foi?— Nana vestiu uma roupa com uma toalha enrolada em seu pescoço enquanto abria a porta rapidamente.

Seungwoo não respondeu, a primeira reação do garoto foi segurar seu pulso e lhe arrastar até a sala de estar que passava um jornal aleatório, mas com uma notícia que prendeu todos os adolescentes presentes na sala no mesmo lugar.

—Hoje, em Seoul, às uma e quarenta e nove da manhã, foi denunciado um racha ilegal de motos— em momento algum, a repórter mudou sua feição, enquanto os presentes na sala mudavam entre medo, surpresa e aterrorizados —A polícia conseguiu cercar grande parte dos motoqueiros, logo no começo da corrida, infelizmente no confronto para que parassem as motos, oito foram baleados e três morreram no lo-— Seungwoo pegou o controle da mão de Minho e desligou a TV, voltando para perto da irmã,lhe abraçando por trás ainda encarando a TV desligar.

—Você podia ter morrido— o aperto do garoto se intensificou ao redor da irmã que segurou seu braço e sorriu, olhando para trás.

—Eu tô bem Wooya— o garoto se afastou olhando a irmã e acariciou a cabeça da mesma, se afastando um pouco.

—Seu chocolate quente já está pronto, eu vou dormir um pouco, até amanhã— os passos do gêmeo estavam pesados e seu corpo estava desgastado então Nana resolveu não falar nada, mas sorriu e acenou para o irmão e foi a cozinha.