Camila Cabello's point of view.
Universidade de Los Angeles, Los Angeles | 1 dia depois.
Dormir durante a aula, isso era o que eu mais amava e odiava fazer.
Amava porque simplesmente apagava, sem nem mesmo perceber. Só notava que tinha realmente dormido quando acordava. E odiava porque alguém sempre me despertava na base do susto, ou tiravam fotos para zoarem com a minha cara mais tarde. Principalmente Ariana e Nial.
E como hoje não era nenhum dia escial como Ações de Graça, Natal ou Ano Novo, o professor de economia bateu uma palma proposital tão forte, que me fez dar um pequeno salto pelo susto, ocasionando nos meus livros caindo do meu colo. E claro, na risada do restante da turma.- Bom dia, Srta. Cabello - ele desejou ironicamente, consertando seus óculos de grau no rosto enquanto me olhava com uma expressão séria. - Com o que estava sonhando?
Minhas bochechas coraram violentamente no mesmo segundo, e eu catei meus livros, pigarreando.
- Desculpe, eu... - tentei inventar uma desculpa, mas a risadinha de Ariana no acento atrás de mim me distraiu. Não que eu realmente tivesse uma desculpa, também.
Levei meu olhar em direção a ela, que estava sentada ao lado de Nial, como de costume. Eles eram legais, e por mais que às vezes passavam dos limites, o fato de Ariana ser super gata me fazia ignorar aquele fato. Abri um sorriso disfarçado pra ela, e no momento em que Nial percebeu, contornou seu braço pelo ombro da mulher, erguendo o dedo do meio pra mim e mandando um beijo descontraído. Esse era um típico momento em que um deles passava dos limites.
Não que eu tivesse um crush em Ariana ou qualquer coisa do tipo, mas qual era a necessidade dele a agarrar ela sempre que estávamos perto? Até parecia que, só porque eu também gostava de garotas, iria querer pegá-la.
O restante da aula seguiu entediante como de costume, e sempre que percebia isso, me pegava pensando no motivo de eu ainda continuar seguindo com a faculdade de economia. Digo, eu quero dedicar às minhas músicas, porque eu sei que sou boa, mas sendo sincera comigo mesma, quantos em cada 10 artistas anônimos tem seus sonhos realizados? Dois, e no máximo.
Mas novamente, tive que bloquear meus pensamentos negativos para focar nas redações que precisava fazer em troco de dinheiro. Os universitários bem de vidas começaram a me procurar desde que anunciei sigilosamente que estaria usando da minha habilidade com as letras para ganhar uns bons trocados, e assim, juntar dinheiro para pagar uma produção melhor para as minhas músicas, até que elas se tornassem indispensáveis. Claro que eu não disse o motivo pra eles.E só quando terminei todos, por volta das cinco da noite, vesti meu moletom, apanhei minha bicicleta, e saí em direção ao lugar individual que marquei com cada um dos universitários. Revelando um segredo, eu cobrava mais de alguns que eu sabia que tinha mais dinheiro, ou que eu achava que era chato, e para não ter meu esquema corrompido, eu os entregava separadamente.
- Ei! - Cumprimentei uma das minhas "clientes", digamos assim, colocando os pés no chão para parar a bicicleta enquanto retirava o pen-drive onde salvava as redações do bolso do moletom. - Esse é nota 9, então são sessenta pratas.
- Obrigada, madame! Você é uma heroína, sabia? - Ela tirou algumas notas da carteira, e me entregou em seguida. - Vai salvar minha pele com esse trabalho.
Forcei uma risada convincente com seu comentário. É claro que eu era uma heroína pra ela, caso contraído, estaria repetindo na matéria.
- Vamos a uma boate no centro, a Three Kings. - Ela comentou assim que fizemos a troca. - Mesa, garrafa de bebida... são 300 por pessoa. Quer ir?
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As Passageiras - Camren
FantasíaCamila, uma jovem universitária, latina e residente da grande Los Angeles, que, na expectativa de conseguir juntar dinheiro para a produção de suas músicas que tanto sonha em lançar, substitui sua irmã mais velha no cargo de dirigir para duas mulher...