Camila Cabello's point of view
Eu corri o mais rápido que consegui até o elevador, e assim que consegui chegar àquele mesmo andar onde havia o restaurante, sequer olhei para a recepcionista que tentou questionar o porquê estava tão pálida, soando e com a expressão beirando o terror. Corri pelas escadas, tropeçando nos meus próprios pés, e só parei quando, correndo pelo estacionamento, decidida a pegar aquele maldito carro e sumir de perto daquelas mulheres, o mesmo policial que fugi na entrada me parou com sua voz.
- Ei! – Me virei em sua direção, ofegante, e por um momento, pensei que não era tão ruim ter um policial ali. Ele estava com os braços cruzados, apoiado no porta-malas da sua viatura, olhando diretamente na minha direção.
- Ei, policial, escuta – começei a me aproximar, tentando controlar minha respiração e meu semblante de terror. – Preciso de ajuda. Tem uma... É uma emergência! Tem duas mulheres atrás de mim.
Ele me olhou como se não estivesse nem aí para o que eu estava falando, e mesmo que estivesse, não estava acreditando.
- Duas mulheres? – Perguntou, desconfiado, me olhando de cima abaixo. – Atrás de você?
- Isso! – Em um dia normal, eu teria apenas dito para ele esquecer e sair andando, já que os policiais americanos não fazem muito caso de nós, latinos, mas eu estava desesperada demais. – Eu dirigi pra elas a noite toda, mas acho que... –
- Quer me contar alguma coisa? – Ele perguntou, apontando para o maldito respingo de sangue na minha camisa.
Porra!
- Não – tentei me desvencilhar de seu olhar. – Escuta, eu estou tentando... –
- Bebeu muito essa noite? – Ele questionou, ignorando completamente o que eu eu estava falando para aproximar o rosto mais um pouco, afim de confirmar que aquilo era realmente sangue. Mal tive tempo de responder, e ele já estava perguntando outra coisa. – Usou drogas? Está armada?
Sim, claro que estou armada, por isso estou vindo até você relatar uma perseguição. Idiota!
- Não! Eu não bebi, não usei drogas e não estou armada! – Aumentei um pouco o tom de voz, falando rápido demais. – Olha, tem um andar secreto nesse prédio, e está rolando umas paradas doidas lá. Preciso que chame reforços, que chame todo mundo, que chame... –
- O que você viu lá em cima? – Ele perguntou, erguendo as mãos em um sinal para que eu me acalme.
O olhei por alguns segundos, pensando em como falar sobre o que eu vi sem parecer uma louca, que fugiu do hospital psiquiátrico a pouco. Mas então cheguei à conclusão de que não haveria mais nenhuma forma de contar, e isso me fez aproximar mais.
- Elas mataram dois caras – começei, apontando para a entrada dos fundos do prédio. – Beberam o sangue deles.
Agora, ele me olhou como se quisesse pescar a brincadeira ou zombamento da minha parte, e quando notou meus olhos sutilmente arregalados, negou com a cabeça, começando a vir para trás de mim.
- Ta bom, já chega. – O policial agarrou meus pulsos, os levando para trás de uma forma brusca, como se eu tivesse até mesmo resistindo, o que eu não estava fazendo. – Mãos atrás das costas.
Ele praticamente me arremessou contra o porta-malas, fazendo meu corpo ficar debruçado sobre ele. Comecei a ouvir barulho as algemas colidindo uma com as outras, e isso até poderia me fazer ficar ainda mais desesperada, porém, me aliviou completamente. Pelo menos estaria saindo daqui.
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As Passageiras - Camren
FantasiaCamila, uma jovem universitária, latina e residente da grande Los Angeles, que, na expectativa de conseguir juntar dinheiro para a produção de suas músicas que tanto sonha em lançar, substitui sua irmã mais velha no cargo de dirigir para duas mulher...