Capítulo 18

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Ísis

Lavínia falava sobre as vagas de emprego que surgiram lá no mercado, e eu só prestava atenção, já super interessada.

Lavínia: Na minha opinião, essas vagas já são nossas, não tem erro, cara! Primeiro que a tia Carla já conhece a gente, e sabe muito bem que pode confiar, e segundo que pelo jeito que ela falou, realmente quer nós duas trabalhando lá. - Disse enquanto comia o macarrão. - Se eu conseguir mesmo, eu vou amar tanto. Não quero depender do meu irmão para sempre, ele me dá uma ótima vida, mas eu acho que é demais pra ele, ficar me bancando. - Disse séria, indo colocar o prato na pia.

Ísis: Eu vou amar trabalhar contigo, imagina, vai ser foda! - Falei animada, pegando o prato do Caio.

Lavínia: Tu tem que ver alguém pra cuidar do Caio, né? E eu não permito que seja qualquer pessoa.

Ísis: Tenho mesmo, mas no momento eu não consigo pensar em ninguém, sério mesmo. - Falei olhando pra ela.

Lavínia: Minha cunhada já trabalhou de babá, e no momento ela tá desempregada, se quiser posso ver com ela. - Concordei.

Ísis: Mas ela é de confiança? Deus me livre de deixar meu filho com alguém irresponsável.

Lavínia: Ela é pô, já trabalhou muito com esses bagulho de olhar criança, relaxa que a mulher é responsável pra caralho, e super profissional. - Disse olhando pra mim. - Tu quer ir na casa dela? A chuva parou.

Ísis: Bora lá. - Me levantei, e peguei o Caio. - Vou só trocar de roupa, desde cedo tô com essa de dormir. - Falei rindo, enquanto andava para meu quarto.

Lavínia: Posso trocar a roupa do Caio? - Disse entrando no meu quarto, e eu balancei a cabeça concordando, logo vendo ela pegar o Caio.

Eu vesti uma calça e uma blusa azul que estavam encima da minha cama, e depois amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo.

Saímos da minha casa e fomos descendo devagar, alguns becos estavam alagados de água e dando mó trabalho pra passar, e eu cheia de medo de cair com o Caio.

Meu desânimo era lembrar que até lá chegarmos lá embaixo, ainda tem muito pra andar, e o Caio não tá nada leve.

Ísis: Sério que é lá embaixo que a gente vai? - Falei suspirando, assim que saímos do beco 3.

Lavínia: É muito longe, cara, a mulher mora quase na entrada da favela. - Suspirou, parando de andar e esticou os braços na minha direção. - Deixa eu levar o Caio pra ti, ele tá pesado e eu tô vendo que tu já tá cansada aí. - Disse pegando o Caio do meu colo, e depois continuamos descendo.

D7: Ô Lavínia, espera aí porra, quero ver meu moleque. - Ouvi o D7 gritar, e paramos de andar novamente, logo podendo ver ele na laje.

Quando o Caio viu ele, já começou se animar e queria até descer do colo da Lavínia.

Lavínia: Fica quieto, puxa saco, o D7 vai vir até a gente. - Disse séria, olhando pro Caio, e eu ri.

D7 foi descendo da laje, por uma escada de madeira que tinha escorada na parede, e logo chegou até a gente.

D7: Vem no tio, Caio. - Esticou os braços, e o Caio já se jogou no colo dele.

Caio: Titio Dê! - Disse animado, abraçando o D7.

D7: Fala minha irmã. - Deu um beijo no rosto da Lavínia. - Iae Ísis. - Sorriu de lado, pegando na minha mão, e eu sorri balançando a cabeça.

Lavínia: Tá muito ocupado agora? - Olhou pro D7.

D7: Tô nada, só tava trocando uma ideia com o mano ali, e daqui umas três horas eu tenho que ficar no plantão. - Disse balançando o Caio. - Pq? - Parou de balançar e olhou pra ela.

Lavínia: Pode cuidar do Caio? É rapidinho, a gente só vai lá embaixo resolver algumas coisas e na volta pegamos ele.

D7: Pode pá, o moleque fica comigo. - Disse me olhando de relance.

Ísis: Cuida direito dele, D7, e ó, se aquele teu chefe chegar aí, não deixa ele nem tocar no meu filho! - Falei séria.

D7: Relaxa, Ísis, meu chefe nem aqui não vem, o cara só fica curtindo aquela casa dele lá. - Disse olhando pra mim. - E outra, se pá o Caio comigo tá mais bem cuidado do que com qualquer uma de vocês duas. - Rimos.

Caio: Eu quero coca. - Disse apontando pro outro lado da rua, onde tinha um bar.

D7: Vou ir comprar coca pra ele, podem ir resolver as paradas de vocês. - Disse e eu concordei, logo vendo ele virar as costas e ir na direção do bar, com o Caio.

Lavínia: Agora a gente pode andar mais depressa, eu tava com medo de escorregar e acabar caindo com o Caio. - Disse começando a andar, e eu segui ela.

Ísis: Nem me fale, eu também tava. - Suspirei.

Fomos descendo o morro e depois de alguns minutos, finalmente chegamos na casa da mulher.

Lavínia já chegou chamando, e depois de um tempinho, saiu de dentro de casa uma mulher com tranças no cabelo.

Lavínia: Boa tarde, Isabel. - Sorriu. - Essa é a Ísis, uma amiga minha, irmã praticamente.

Isabel: Boa tarde, meninas. - Olhou pra mim, sorrindo. - Prazer enorme, Ísis.

Ísis: Quê isso, o prazer é meu. - Sorri de lado.

Isabel: Vamo entrar. - Disse abrindo um pequeno portão de ferro, que tinha entre nós.

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Luana Paiva
18 anos

Isabel Paiva 24 anos

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Isabel Paiva
24 anos

Isabel Paiva 24 anos

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