Capítulo 20

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Alguns dias depois...

D7

Acordei ouvindo alguém me chamar, e levantei do sofá, logo indo até a porta.

D7: Quer oque, Milena? Porra, eu tava dormindo. - Falei assim que abri a porta e pude ver ela.

Milena: Quero dinheiro, preciso fazer alguns exames de ultrassom. - Disse passando por mim, e reparando dentro da minha casa, como se estivesse procurando algo.

D7: Tá procurando oque? - Fechei a porta e fui acompanhando ela.

Milena: Ah, nada. - Se virou pra mim, dando um sorriso falso. - Vai me dar o dinheiro ou não?

D7: Ô Milena, pra ser bem sincero contigo, eu não confio de te dar dinheiro nenhum antes de saber se o filho é meu mesmo. - Falei olhando pra ela. - E outra, no postinho da favela tem como tu fazer esses exames aí tudo de graça.

Milena: E ter que ficar esperando naquela fila enorme todo dia? Tá doido? - Cruzou os braços.

D7: Qual o problema? Muitas mulheres ficam e até hoje eu não fiquei sabendo que nenhuma morreu por isso, tu tá fazendo doce!

Milena: D7, melhor tu me dar logo o dinheiro e não ficar questionado nada. - Suspirou. - Um médico mesmo já me disse que eu não posso passar raiva, então por favor né.

D7: Vou te dar dinheiro nenhum não, cara. - Me sentei no sofá. - Só depois do teste de DNA, e esse aí qualquer dia que tu quiser fazer eu tô disposto. - Falei olhando pra ela. - Eu até pago, quero ver se esse filho é meu mesmo.

Milena: Ok, tudo bem, a gente pode fazer o exame até amanhã, tenho certeza total que o filho é seu, não tenho oque temer. - Olhou pra mim. - Agora eu vou indo, já que tu não quis me dar o dinheiro, tenho que dar um jeito de conseguir.

D7: Vai lá, boa sorte pra tu. - Levantei e fui até a porta, logo abrindo a mesma.

Milena deu um sorriso falso e depois saiu da minha casa, me fazendo suspirar alto.

Voltei pro sofá e fiquei mexendo no meu celular, até lembrar que tinha que ir pro plantão mais tarde, então eu levantei e fui tomar banho.

Saí do banheiro quando ouvi meu celular tocar, e fui até a sala pegar o mesmo.

Ligação📱

- Fala aê, bonitão. - Ouvi uma voz masculina dizer assim que atendi.

D7: Qual foi? Quem é pô?

- Tu deveria saber com quem tá falando. - Disse em um tom de voz firme.

D7: Tô nem te entendendo, parceiro. Qual foi?

- Olha aqui mané, só quero que saiba que eu sei bem quem tu é, e o local exato da sua casa, tá ligado? Só peço que tu fique esperto, eu tô encima dos teus rastros. - Disse desligando logo após.

Ligação📱

Joguei meu celular encima da cama e depois fui vestir roupa, mas não conseguia parar de pensar nessa parada.

Eu tava tranquilo, pq pra mim era normal receber esse tipo de ligação, as vezes até de pessoas aqui da favela mesmo, fazendo essas brincadeirinhas de mal gosto. Mas mesmo assim, mesmo sabendo que pode ser uma brincadeira, eu procuro sempre ficar esperto.

É como dizem: Um olho no peixe e o outro no gato!

Não dá pra dormir direito não!
Confio desconfiando e sempre será assim!

▪▪▪▪

Ajeitei a fuzil na frente do meu corpo, e posicionei lá pra baixo, enquanto ouvia o mano do meu lado falar sobre a família dele e pá.

Dava pra ver que o cara ficava todo comovido só de falar da família, e eu fiquei até meio assim também.

Pra mim família sempre foi um bagulho bom, que temos que prezar mesmo e dar o máximo de valor possível.

Mas pra ser sincero eu não gosto de ficar lembrando da minha mãe não, a saudade bate e eu sei que por enquanto nem consigo ir ver ela. Complicado porra!

D7: Ô porra, quando eu lembro da minha coroa, a saudade bate e dá uma vontade enorme de largar tudo aqui e ir ver ela. - Suspirei, passando a mão na testa. - Mas Deus sabe oque faz, na melhor oportunidade eu broto onde ela tá.

Léo: Mano, vou falar uma coisa seria pra tu, conselho de irmão mesmo. - Olhou pra mim. - Assim que tu conseguir, vai logo ver tua coroa pô, eu fiquei enrolando pra ir ver a minha e hoje nem tenho ela mais, maior coisa, porra. - Passou a mão na testa.

A gente ficou conversando sobre esse mesmo assunto durante algumas horas, até que finalmente o horário de ficarmos no plantão acabou, e nós fomos descendo o morro a pé mesmo.

Léo: Vou nem descer no bar hoje não, a fiel já tá me cobrando atenção faz uns dias. - Disse rindo e fez toque comigo. - Muita fé, mano.

D7: Fé pra tudo, mané. - Sorri de lado, e vi ele entrar em casa logo em seguida.

Continuei descendo o morro, até que cheguei no bar e da calçada já consegui ver a Lavínia jogando sinuca.

D7: Isso aí, Lavínia, ensina esses caras como se joga. - Falei rindo, enquanto entrava no bar e vi ela andar na minha direção, com um sorriso no rosto.

Lavínia: Como tu tá? - Me abraçou. - Mais cedo eu senti um aperto grande no peito, me preocupei logo contigo.

D7: Eu tô tranquilo pô, na paz graças a Deus! - Beijei a testa dela. - Não precisa ficar se preocupando comigo não, minha princesa, se preocupa em ficar bem, apenas isso! Eu sempre tô bem, e mesmo se eu não tiver, eu faço ficar! - Sorri. - O Pai lá de cima não dorme, Ele cuida de mim 24 por 48.

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