Desejo Infame

Capítulo 9 - Herdeira

NOTAS: 

Oi, ainda tem alguém ai? Vergonha de aparecer aqui depois de séculos, mas surpreendentemente eu vejo leitor novo aqui e em DI 1, e eu achando que era totalmente flopada aqui rsrs. Ultimamente não consigo gostar de nada que escrevo e como sou exigente com finais, nada estava bom o bastante para o fim de DI.

Só espero que me perdoem e que gostem do final, tem plot hihihi.

Vejo vocês nas notas finais para me despedir.

''Luzes te guiarão até em casa e aquecerão seus ossos e eu tentarei consertar você.''

Fix You – Coldplay.

Kalima D' Luthyer – Ninho dos íncubos, na mesma noite.

-Como? - Minha voz está falha quando consigo perguntar. Meus olhos estão cheios com as lágrimas que caem sem que eu consiga segurar.

Sentado na cama comigo em seu colo, Justin apenas sorri segurando meu rosto com suas mãos e limpando minhas lágrimas com os polegares, seus lábios encostam nos meus várias vezes.

-Ainda não entendeu que eu faria de tudo para te ver feliz? Eu iria ao inferno se já não estivéssemos nele. Se eu tivesse que ir até os céus, eu voaria para lá até minhas asas falharem. - Justin cola nossas testas.

-Obrigada Justin, obrigada. - Sussurro grata contra seus lábios.

-Eu sou o pior dentre os homens Kalima, mas se me escolheu como seu, vou passar o resto dos meus dias tentando ser melhor. - Suas asas cobrem as minhas, suas plumas se enroscam nas minhas quando nossas asas se acariciam, arrepiando todo o meu corpo.

Do mesmo jeito que estamos, Justin me puxa para deitar na cama, suas asas estão esparramadas pelo colchão, e roçam levemente nas minhas, sempre nos fazendo rir com as cócegas.

Ainda estou tremendo, minha mente está a mil tentando procurar por respostas, quero saber de tudo e ainda sinto que estamos dentro de um sonho.

-Foi a minha parte anjo, se quer saber. Anjos tem poderes e um deles é o de cura, eu nunca tinha tentado em grande escala antes e conversei com Esther, ela me aconselhou a tentar. Consegui curar suas feridas e recuperar suas asas. - Ele toca minhas costas.

-Eu... não sei o que dizer, isso é incrível. - Tenho mil formas na cabeça de como agradecê-lo, mas ainda estou chocada demais para tentar alguma coisa, então o abraço.

-A primeira vez que usei meu poder de cura foi em Zayn. Ele tinha só cinco anos e eu quinze. Meu pai mandou que eu treinasse voo com ele perto dos penhascos, então me transformei em caelesti só para ganhar dele de propósito. Ele acabou se esforçando demais para me alcançar e caiu perto dos penhascos. Eu fiquei tão apavorado que só queria que ele ficasse bem, então eu comecei a brilhar e quando percebi ele já estava curado. Foi nesse dia que entendi que eu não tinha raiva de Zayn por ser um legitimo e sim do meu pai por colocar essa disputa entre nós. - Eu apoio meu queixo em seu peito para poder olhá-lo, mas seus olhos estão presos no teto, sei que ele está inerte com as lembranças e fico quieta esperando por mais da sua história, esperando para saber do seu passado.

-Eu não conheci minha mãe. Meu pai era um conquistador, guerreiro na linha de frente do exército de íncubos, ele matava, saqueava e tomava tudo o que achava valioso. O clero permitia tudo isso porque ele era o melhor guerreiro deles, então quando decidiu roubar do maior governante do clero de um ninho ele descobriu prisioneiros valiosos desse governante, minha mãe era uma dessas prisioneiras. Um anjo que foi raptado para ter os poderes de cura usados, mas meu pai a tomou para si e a... violentou, muitas vezes até que ela engravidasse de mim somente porque ele podia e queria. - Meu garoto não desvia os olhos do teto quando se torna difícil engolir a saliva, eu seguro sua mão com força porque sei o quão difícil falar pode ser. Uma mãe mantida em cativeiro e violentada, é difícil viver com isso.