📖 Capítulo 11 - Mais um passo

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APARTAMENTO DO JAEBEOM
EM ALGUM LUGAR DE SEUL
JAEBEOM

A mulher que eu amo não confia em ninguém. Ela não acredita no amor.

Enquanto eu a escutava, me contou tudo sobre sua família e como a mesma se rompeu.

Sua mãe abandonou os filhos e o esposo por se sentir sufocada com eles e todos viviam em guerra antes disso. Muitas cicatrizes.

Isso faz com que Yoshida tenha certeza de que não vale o suficiente, faz com que ela pense que ninguém vai ficar. Todos vão abandoná-la.

Meu peito está pesado e dolorido por ela. Queria poder tirar o medo e as lembranças ruins dela, queria afastar essa dor, mas não posso. O que posso tentar, que é exatamente o que planejo fazer, é me esforçar por ela. Não desistir de fazê-la sorrir. Não vou desistir dela.

Estou pensando nisso quando então, assisto tenso meu gato Bereu pular sobre o sofá, se aproximando.

- Não, desce daí amigo!

Ele começar a massagear as pernas da Tânia, enquanto tento afastá-lo, sem me mover demais para não acordá-la. Bereu desiste de aprontar e começa a dormir enroladinho apoiado nos pés da garota. Me surpreendo, porque ele geralmente não chega perto de estranhos, mas Yoshida é especial e até meu gato sabe disso.

Sorrio.

- É meu velho - toco o dela rosto, agora sereno - também me sinto assim, aos pés dessa mulher.

Meus dedos deslizam por sua testa, afastando a franja do rosto, descendo por suas sobrancelhas bonitas e alcançando a parte rosada das bochechas. Minhas pernas estão dormentes, por conta do tempo que tenho parado na mesma posição.
Obviamente não me importo com isso, se a recompensa é tê-la assim perto de mim.

Yoshida se move sonolenta, soltando um gemido fofo. Afasto minha mão rapidamente de seu rosto para não ser pego em flagrante. Mas a garota me surpreende, agarrando minha mão e cobrindo os olhos por conta da claridade. Tento disfarçar para que ela não perceba meu sorriso bobo.

- Que horas são? - sua voz está mais rouca que nunca, eu acharia sexy se não soubesse que é resultado da quantidade de tempo que ela chorou.

- Já passou da meia noite - digo e ela se senta rapidamente, soltando um gemido de dor pelo movimento brusco - ei Yoshida, devagar!

Ela diz alguma coisa em português que não me parece ser muito educada e sorrio. A Tânia nervosinha está de volta, graças a Deus.

- Eu dormi por umas três horas, que merda, o que vou fazer agora?

- Dormir comigo - levanto minhas mãos pra me proteger do golpe que ela já se preparava pra me dar, rindo - tenho mais quartos aqui, não fique tão animada.

- Você é um babaca.

- Sou um cavalheiro - me arrasto pra sentar mais perto dela, testando a minha sorte. Para minha supresa, ela apenas se move para virar em minha direção, com as penas dobradas, quase tocando nas minhas. Desvio o meu olhar, antes que ela perceba para onde eu mirava - vou te ceder o melhor quarto da casa.

- O seu?

- As crianças não te deixariam em paz - apoio a cabeça em meu braço sobre o encosto do sofá, assim tenho uma excelente visão da pintinha que ela tem embaixo do queixo. Aperto meus lábios, para controlar meu desejo de beijá-la ali - às quatro da manhã começam a caminhar pela cama para pedir comida. O melhor quarto é do lado do meu, tem bastante espaço.

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