Noite 4

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Oe oe oe!
Boa noite!

Postando mais tarde que o acostumado kkkkkkkk acabei de terminar o cap!
E por estar fazendo na pressa e por ter saído hoje, não consegui fazer uma colagem de capa. ENTÃO! amanhã colocarei ela aqui kk
Mesmo assim, espero que gostem s2

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Os dias passam rápido né? ainda mais quando se corre contra ele.

Bem, depois de sair da padaria de Denki, o demônio amigo. Haviam conseguido pegar mais um ônibus, ainda no final da tarde e fazer uma viajem inteira silenciosa e sem problemas externos aparentes, ainda que cada um lidasse com seus problemas, internamente.

Izuku estava cada vez mais pensativo conforme seus dias acabavam, tentava unir tudo que conseguia e tudo que podia conseguir sobre si, Shouto e os planos que a lua tinha para si, ou ambos. Ainda não tinha entendido qual era sua relação, mas sabia que havia tido alguma que o vampiro poderia não ter contado, aí vinha outra questão, porque não contaria. Sua teoria: Talvez também fosse um morador do vilarejo, talvez estivesse no grupinho na fogueira. Teria que lembrar para descobrir, afinal, tinha apenas teorias.

Shouto não sabia se deveria o tirar de seus pensamentos, ainda tinha um plano a seguir e não contava que se apegassem novamente. Não faria aquilo com ele, mesmo que fosse o plano da lua. Izuku merecia ser livre de problemas e seguir em frente, a lua poderia ter errado.
Em algum momento enquanto ambos se questionavam e questionavam o que a grande lua queria com cada um, acabaram por dormir enquanto a mesma aparecia brilhante de sua certeza no céu escuro.

Izuku havia sonhado novamente.
Não estava mais na casa de antes. Estava no meio da floresta a noite. Olhou novamente todos os lados, lá estava a lua brilhando belamente iluminando tudo. Izuku via a luz laranja brilhando grandemente no fim da trilha. Vozes animadas gritavam em alegria que também lhe preenchia. Estava com uma torta em mãos, e sua fantasia de fantasma que a mãe havia terminado durante o dia. Foi em direção das vozes, encontrando vários jovens conversando na clareira.

-Izuku! - Chamou a menina, a mesma que antes se lembrava. Mina era seu nome. Estava fantasiada de loba.

-Finalmente! - Comemorou outra garota, fantasiada de bruxa, era Uraraka. Junto de um rapaz de cabelos vermelhos que não se recordava de quem era. Também estava vestido de lobo, com um manto vermelho e espartilho marrom, segurava uma cesta de piquenique.

Eles pareciam felizes ao o ver, mas não eram todos.
Sentiu-se um intruso com os demais que o encararam e olhavam de canto quando chegou na clareira, tentou ignorar como havia feito de manhã.

-Minha torta! - Também comemorou Denki vestido de demônio.

-Que demora Deku. - Reclamou um loiro também vestido de lobo.

Sorriu sem graça, entregando a torta nas mãos de Denki.

-Desculpem. Estava esperando por...

-O outro idiota que também não chega nunca. - Reclamou novamente o lobo loiro o interrompendo. Katsuki! lembrou-se, aquele era o lobisomem alfa da alcateia das redondezas.

-Não come tudo! - Interrompeu uma garota de cabelos roxos curto também vestida de demônio batendo em Denki. Jirou, recordou Izuku.

-Ele estava ME devendo! - Defendeu-se de agarrando-se a torta.

-Vai deixar cair idiota! - Brigou Katsuki tentando segurar o demônio, que sumiu ao seu toque, aparecendo ao lado da fogueira.

-Ele tá com a tortaa! - Gritou Mina para todos ali, não havia visto Denki desaparecendo, todos pararam para prestar atenção. Podiam não gostar de Izuku, mas aparentemente gostavam de sua comida.

Izuku, Uraraka e Eijiro. O lobo vermelho. Riam observando a cena dos outros passando a correr atrás de Denki, que comia a torta rapidamente.

-E ele? não vem? -Perguntou Uraraka preocupada com o amigo levar um toco do outro amigo.

-Está vindo, eu disse que podia ajudar com a fantasia, mas ele não quis...
A jovem riu novamente.

-Ele com certeza vem! não vai deixar de te ver com essa fantasia! - Animou-o Eijiro.
Izuku olhava para a floresta o tempo todo, novamente, preocupado.

-Ainda preocupado com os rumores? - Questionou Katsuki voltando com dois pedaços da torta, um deles entregou ao ruivo.
Assentiu. -Eles têm aumentado...ouvi que querem realmente fazer algo...temo que o façam. Ainda mais esta noite.

-Humanos imbecis.

-Vocês vão sair daqui alguns dias né? -Questionou Jirou também com sua torta.

-Se eu consegui convence-lo de adiantar um ano do meu aniversário, sim. Mas, ele disse que é tradição...então não sei se quero mexer nisso, não só o pai dele, mas a família leva a sério as superstições.

-De qualquer jeito, eles não vão fazer nada. -Tentou tranquilizar Denki voltando da fogueira, a gola da fantasia e a tiara de chifres rasgados, mas ainda comia a torta.

Não acreditava naquilo, mesmo assim insistiu os ouvir e ficar mais tempo na festa. Logo daria o horário de saírem e irem atrás de doce, e Shouto apareceria com sua linda fantasia de vampiro, para saírem juntos. Tentou aproveitar, mas os múrmuros ao redor lhe apertavam o peito. Olhou para a lua pensando no que deveria fazer, rogando para que tudo desse certo. Sempre acreditou em meras superstições e lendas.

-Vamos indo gente! hora dos doces! -Avisou Mina e Uraraka animadas levantando seus sacos para doces.

-Eu vou daqui a pouco - Avisou encarando a trilha de seu caminho decadente.

-Não vai demorar - Pediu Eijiro de mãos dadas com o loiro.

-Não reclama que não conseguiu os doces deku.

-Não preciso, ainda vou pegar mais que você Kacchan! - Respondeu à altura, correndo para dentro da mata.

Conforme corria e sentia a luz de cima em sua cabeça iluminando o caminho junto de sua lamparina, viu, para seu pesar, três moradores da floresta, uma mulher e dois homens com lamparinas e óleo.

-Esta é a noite! Ele mal nos espera! - Comemorava um dos grandes.

-Nosso foco não é mata-lo - Disse a mulher tristemente - É salvar a pobre criança de Inko.

-Aquele garoto? não tem salvação Rei! ele condenou até a própria mãe! - Respondeu o outro.

-Não diga isso! é uma doce criança, e ainda há de perceber a maldição que se envolveu.

O desespero lhe preencheu, conforme corria a fantasia se prendia nos galhos que também tentavam o parar e logo o cansaço bateu a cada passo insistente. Gritos de alegria soavam quando o vento bateu quente. E o despertou.

Acordou novamente afobado e não sabia como era possível, com calor.
Parecia um déjá-vu. Olhando os assentos do ônibus a sua frente com os humanos de pé e Shouto sentado ao seu lado, o dia já entardecendo.

-Izuku?

-Hmm? - O encarou, ele ainda estava os cabelos coloridos bagunçados por dormir de capuz e encostado na janela.

-Precisamos descer aqui e seguir andando. Tudo bem?

Concordou. O nome de Shouto batia em sua mente.

Ficou daquele modo até saírem do ônibus, assim que pisaram no terminal, Shouto olhou a bussola.

-Acho que é para lá...estamos em Hosu, fica há alguns quilômetros daqui, se formos pela mata...vamos seguindo - Avisou analisando e se lembrando do caminho que fazia tempos antes. Não estava naquela cidade, naquele lugar, há muito tempo. - Então, do que se lembrou essa noite?

-Todo mundo que eu conheci.

-Como assim? tu...tudo?

-Não tudo, todos, mas com certeza tem mais. Mas, lembrei das pessoas! Uraraka, Denki, Jirou, Mina, Kacchan e o Eijiro, minha mãe...você, você morava no mesmo vilarejo?

-Não...

Aquilo o fez pensar, não acreditou, mas pensou e colocou mais um questionamento na lista. Um, que tinha menos de 24 horas para resolver.

-Me conta, foi outro pesadelo?

Não negou nem afirmou, contando em detalhes sobre o encontro na fogueira com todos e como sentia ao esperara a pessoa que nunca chegou, mas não falou de ter o nome de Shouto na cabeça, ou das pessoas que encontrou na floresta. Shouto sentia-se culpado, sempre quis saber o que Izuku fazia naquele dia mais cedo.
Izuku não ainda não sabia que havia sonhado com o dia se sua morte.

-Toda vez que chegou perto daquela casa eu acordo! - Disse revoltado.

-Deve ser mau agouro. Mas, também teve sonhos bons lá?

-Sim, o jardim! parecido com o seu, mas mais bonito, tinha flores até nas árvores. Aí eu acordei assustado. Ainda não entendi o da árvore na colina, mas me senti bem.

-Vai vir mais coisas boas, nem tudo foi ruim.

Não sabia como responder aquilo, mas guardou para si. - Vamos pela floresta?

-Lá deve adiantar algumas horas.

-E eu só tenho algumas horas... - Lembrou encarando o sol brilhante no céu quase alaranjado, depois analisou o bastão, queria testa-lo, ao mesmo tempo que não - vamos fazer mais uma parada?

Na verdade, queria, queria poder parar e quem sabe, sair do caminho, aproveitar o tempo que não aproveitou nos últimos dias por estarem ocupados demais correndo, e não podia, por ainda estar ocupado correndo.

-Não vamos precisar, eu comi no ônibus quando você sumiu.

-Eu sumi?

-Quando você dorme você some, você me escuta quando está assim?

-Às vezes acordo quando você me chama.

E o assunto morreu novamente conforme andavam.
O clima entre ambos estava claramente estranho.
Izuku estava cada vez mais transparente, conforme os dias passavam, voava não só fisicamente, sua mente ia e voltava de perguntas e lembranças e sentimentos confusos. Shouto não quis o tirar de seu mundo, sabendo que acabaria em breve, de novo.

Chegaram no parque onde haviam várias pessoas desde crianças brincando a outras andando ou correndo, ou sentadas em seus bancos ou na grama. Aproveitando o abafado clima de sua maneira.
Izuku acabou parando, observando um casal deitado embaixo de uma das árvores com uma bolsa de comidas, ficou hipnotizado com a cena. Um sentimento de inveja e tristeza.

-Izu?! - Chamou Shouto.

-Deve ser bom estar assim com alguém...desculpe - Pediu indo rapidamente o alcançar. Shouto também parou para olhar, mas logo ignorou voltando a caminhar.

-Você pode fazer piquenique de dia?

-Sim, mas a noite é mais bonita.

E novamente acabou-se o assunto.
Ficaram desta maneira, cada um em suas lembranças, até entrarem na trilha da floresta, encontrando mais pessoas. Não falaram nada até todas passarem e adentrarem mais fundo, saindo da trilha principal, rumo a mata fechada.
Izuku esqueceu que Shouto não atravessava os galhos e arbustos como si, e não notou que andava na frente, sentindo sua falta um tempo depois, assim que ouviu o eco de seu chamado.

-Vai com calma, eu não atravesso as coisas.

-Vampiro não voa?

-Não esse.

-Desculpe, tu...tudo bem.

-Está bem mesmo? - Questionou Shouto o encarando simplesmente. Izuku não conseguia o olhar nos olhos, mas se forçou e sorriu. Eram os olhos de Shouto que havia visto.

-É que eu só tenho algumas horas...estava pensando nisso. Queria ver mais coisas desse mundo atual...ficar mais tempo.

Shouto se sentiu mal, tanto que não conseguiu responder com o que pensava de verdade.

-As coisas podem ser melhores do outro lado. - Tranquilizou, não sabia se Izuku, ou a si mesmo.

-Acho que terei que duvidar de você.

Não quiseram continuar no assunto de morte e tempo. Ainda mais Shouto que se sentia cada vez pior ao olhar para Izuku e o que fazia. Estaria se arrependendo?
Com isso, andaram mais e mais em silencio, deixando os pensamentos na cabeça de Izuku se clarearem pouco a pouco, de lembrança em lembrança as coisas iam se juntando, mas não sentia segurança em compartilhar com Shouto, se soubesse de tudo, em poucas horas, falaria com ele. Então, tentou aliviar o clima que estavam perguntando o que também tanto queria saber.

-Então, queria te perguntar há um tempo.

-Di...diga.

-Você conhece o drácula?

Shouto não conseguiu segurar o riso, esperava algo relacionado ao vilarejo e as lembranças e tudo que haviam acabado de falar, mas ele é aleatório demais em seus pensamentos.

-Que?

-Você já... - Ele já havia perguntado aquilo quando se conheceram - Sim, conheço, é bem conhecido no meio vampírico.

-Meio vampírico? você tá me zoando né?!

Shouto riu novamente deixando o menor emburrado.

-É uma boa pergunta!

-Não, é sim, claro.

-Ainda debocha de mim!

-Nunca! eu te levo a sério, vestido de fantasminha.

Izuku inflou as bochechas, coisa que fazia quando muito irritado, fazendo o vampiro rir mais. O fantasma se sentiu alegre ao ouvir rindo genuinamente, e conquistado por ter amenizado o clima pesado. Iria debater sobre a brincadeira e questionar sobre a família do mesmo, queria saber se o drácula seria de sua linhagem.

Mas então, foi em apenas piscar que tudo mudou, Shouto não estava mais com o mesmo moletom e a bolsa, estava com um mero capuz fino marrom, não havia mais a cicatriz no olho e segurava uma cesta de piquenique, ria alegre tanto que tampava a boca.

-Você sempre cai nessa Izu. Não precisa se preocupar, meus irmãos vão gostar de você - O fantasma, perdido, questionaria, mas foi interrompido. - E meu pai também, e não, não é o drácula. Sério.

Estava andando ao seu lado, usava um colete verde gasto e por baixo uma blusa branca.

O céu estava com mais nuvens que antes e ambos subiam uma colina.
Piscou de novo.

-Tá, desculpe a brincadeira. - Pediu Shouto com seu moletom e a cicatriz que lhe encarava, mais sério. - Não, não tenho linhagem com o drácula. É sério.

-É eu...interessante.

-Tudo bem? sentindo algo? - Não sabia se era possível se Izuku podia parecer pálido, ou se apenas estava mais transparente.

Ele não sabia como reagir -Não, não, é... toda sua família é de vampiros?

-Menos minha mãe, que já se foi, ela era humana, meus irmãos vivem em lugares diferentes por aí.

-A lua vale para humanos?

Shouto ficou tentado a mentir. - Sim, claro..., mas não foi questão de promessa ou não, ela e meu pai...tinham problemas, sempre tiveram.

-Seu pai era um grande vampiro. -Afirmou.

-Sim, bem antigo, viveu junto com Yagi.

Por alguma razão não estava surpreso, questionaria mais, porém, barulhos na mata foram escutados por Shouto, que parou chamando atenção de Izuku.

-Você sentiu algo?

-Não...

Da mata, na mesma trilha que vinham a pouco, apareceu mais duas pessoas.
Um loiro e um ruivo caminhavam tranquilos, o ruivo estava se capuz e segurava as mãos do outro, que parecia irritado com algo, deixando visível as orelhas no alto de sua cabeça.

-Todoroki! - Disse o ruivo alegre.

-Eijiro? Katsuki.

-Ótimo. Agora ele resolve aparecer. - Resmungou Katsuki.

Izuku sorriu grandemente ao rever o loiro irritado e o que um dia foi um grande amigo ruivo.
Sorriu mais ainda ao perceber que podia fazer o mesmo não o ver.
Shouto olhou para os lados o perceber que Izuku sumiu.

-Izu?

-Izu? - Repetiu Eijiro confuso.

-Sabia, enlouqueceu de vez. - Disse Katsuki. - A ligação era um pedido de internação, questão de tempo.

-Eu não...

Izuku apareceu apenas para Shouto, atrás de Katsuki pedindo silencio e sorrindo ardiloso, ele entendeu o que faria, e teve que reprimir outro riso.

-Conseguiu ficar com a cara mais besta que antes, meio a meio?

-Todoroki, é verdade a ligação da... - Perguntaria Eijiro.

-Surpresa! - Gritou Izuku de trás do loiro. Que não gritou, mas pulou assustado se virando na defensiva pronto para socar o nada, Eijiro gritou alto, também pulando e quase caindo. Izuku sumiu aparecendo na frente do loiro lhe dando outro susto - Rá!

Começou a flutuar de tanto rir, sentindo a barriga doer. Eijiro se recuperava do infarto que quase levou e Katsuki, depois que a confusão passou, começou a se irritar.

-Desculpa, desculpa! - Pediu o verdinho tentando parar de rir. Shouto ria junto.

-Filho da... maldito deku desgraçado! seu merda! acha isso engraçado?! tá rindo de que merda seu bastardo meio a meio?!

-Perdi dois anos de vida com isso. - Comentou Eijiro sentindo o coração pulsante no peito se acalmar, para assim vir a confusão. - Izuku?!

-Desculpa Eiji. Você foi consequência do ato. - Sorria ainda flutuando.

-Tem sorte que tá morto seu merda! - Ameaçou o lobo passando por dentro de si. - Não acredito que sentem saudades disso!

-Poxa. - Comentou falsamente magoado. Se voltando para Eijiro que o olhava abismado - Oi.

-Oi? - Era visível a confusão dele, que tentava se concentrar em olhar para Izuku e não por dentro, acabando por encarar Shouto e seu namorado se distanciando irritado.

-Uraraka ligou pra você né? -Questionou Shouto já calmo, ainda sorria.

Eijiro concordou.

-E não acreditava?

Assentiu novamente olhando para o vampiro e para o fantasma sorridente que sentia tanta falta, se lembrando da última vez que o viu com a mesma fantasia, mas sem o sorriso.

-Achávamos que tinha enlouquecido! - Gritou Katsuki ao fundo.

-Espera a gente, Kacchan! - O apelido veio naturalmente em sua mente, sabendo que o irritaria mais, voou para alcançar o amigo.

-Kacchan é o caralho! projeto de gasparzinho! Sai fora!

-Era a única chance que eu tinha de te assustar! - Tentou se defender, recebendo mais xingamentos em resposta. - Você disse que eu não era assustador!

-Nem se lembra nem do teu nome!

-Lembro sim! e lembro do de vocês, lembrei hoje!

-Então esqueceu a surra que levou de mim é?

-Tenho quase certeza de que foi diferente. E você não me assusta.

-Como sabe se não se lembra?

-Posso reviver o momento e ganhar sem nem me lembrar. - Desafiou. Se lembrava sim, de alguma forma, que havia perdido a última competição de ambos. Katsuki não recuou.

-Vivo ou morto, você ainda perde.

Shouto suspirou cansado ouvindo as provocações de ambos, Eijiro ria ao seu lado. Katsuki e Izuku pararam repentinamente, o lobo pegou força e o fantasma pousou na terra e sem avisar correram tomando a frente do caminho.

-Mesmo assim, eles não mudam. - Comentou Eijiro caminhando, a cabeça mais calma. Shouto concordou sorrindo minimamente - Okay, isso é meio estranho...Está bem com isso?

-Sim. Agora, sim.

O outro lobo sorria solidário. Todos que cruzaram o caminho viam que estava mentindo, Eijiro seria o único a perguntar.

-Porque quer fazer isso mesmo? fazer ele não se lembrar.

Suspirou de novo parando de sorrir - Por ele.

-Não parece estar dando certo. - Comentou inocentemente. - Pensou que ele pode querer ficar? que se lembrar pode ser inevitável? - Questionou, a mesma pergunta que Denki queria fazer quando os viu.

-Sim..., mas...

Havia pensado em vários motivos para não dizer a verdade; Izuku poderia ficar infeliz ao viver eternamente, todos que o conheceram morreriam, mas ele não, inclusive sua mãe querida, não queria o separar da mesma, apesar de já terem feito, poderia se cansar de ter a mesma aparência para sempre, poderia não conseguir se adaptar aos novos tempos, poderia ter que viver fugindo e tendo que explicar porque sempre anda com uma fantasia.

-Shouto? está murmurando igual ele - Chamou ao lado, rindo.

-Desculpe.

-Entendi que são muitos motivos, por acaso teria pesquisado "motivos para não ser imortal" no google?

-Não. - Mentiu. - São alguns que eu mesmo vivi, você não se cansa? de viver fugindo? tendo que esconder as orelhas ou o rabo?

-Sim, às vezes, mas não me importo mais, ficou mais fácil quando achei alguém que me faz querer mostrar isso pra qualquer humano e não me esconder mais e posso não viver por tanto tempo que você, mas pensar em morrer fica mais fácil quando penso que Tsuki virá comigo ainda assim - Contava sorrindo. - Outra pergunta!

-Levava muitas broncas de Uraraka por não aparecer, ela me contava sobre como Izuku falava de mim.

Os gritos de Katsuki e Izuku ecoavam pelas árvores a frente.

Aumentando o sorriso de Eijiro e os pensamentos de Shouto.

-Atravessando árvores até eu! deku! - Ouviram o grito de Katsuki.

-A culpa não é minha que eu posso fazer isso! e que eu empatei!

-Roubando!

-Você também roubava antes! agora que é justo.

Shouto assentiu ainda caminhando sem pressa.

- Do que ele se lembra? quero saber apenas para não falar algo que não devo.

-Do seu nome, foi a primeira coisa que descobriu, de vocês todos, do vilarejo, mas aparentemente, quando vem algo sobre mim, ele acorda da memória, o que torna confuso. É mais um motivo do plano dela ser falho.

- Então acha que ela não deveria ter trazido ele? logo você que sabe como é raro tudo isso. - Uraraka queria o questionar sobre, mas não o fez, coisa que Eijiro estava fazendo.

-Eu não...não sei, sempre achei que fosse mera lenda de alguém que nunca superou o luto...

Eijiro achou que Shouto falava em alguma parte daquilo dele mesmo, e falava - Cara, vocês dois se completam! é que quase não ia pro vilarejo para ouvir o jeito que ele contava de você quando estávamos juntos! o brilho de que falava, ele contava como se você fosse outra pessoa que conhecíamos! Uraraka adorava ouvir, e Tsuki adorava o zoar e ele retrucava o Katsu! - Contava nostálgico.

Shouto concordou, também nostálgico -Ele nunca abaixou a cabeça, é incrível.

-Às coisas não ver ser mais as mesas, mas sentimos falta de ter todos juntos...você sempre nega os convites, este ano podia...
Eijiro foi interrompido por mais gritos de Izuku e Katsuki, vindos de mais perto.

-Kacchan se esconde!

-Mas, que porra é essa?

Aquilo desesperou ambos, que passaram a correr, finalmente alcançando os dois que estavam sendo atacados por espíritos, o Shinigami de antes, que também não estava sozinho. Izuku era o foco de três daqueles fantasmas, ele segurava a foice e a lamparina na ponta afastando as coisas, mas um perseguia Katsuki que corria se esquivando das garras da coisa.

Eijiro correria para defender Katsuki, mas Shouto o segurou.

-Não vá é perigoso! - Disse abrindo a bolsa e tirando a bola que Denki havia dado. - Vem pra cá! Katsuki não deixa ele encostar em você!

-Que ideia boa! eu queria abraçar ele né! - Gritou em resposta se abaixando de outro ataque, assim que as garras do fantasma bateram na árvore, o tronco apodreceu. Katsuki ficou parado encarando o tronco, mas logo voltou a correr indo até Eijiro e Shouto.

Izuku afastava três ceifeiros com sua foice lutando com sua alma, se esquivou do segundo, brandindo sua arma, acertou-lhe a cabeça, ele sumiu pegando fogo, num grito que nunca sairia de sua mente. Uma das coisas fugiu ao encarar a lamparina e Izuku. O outro, se irritou, Izuku percebeu, pelos seus olhos, a mesma tristeza do resquício do beco, mas não se aprofundou nela.
A coisa foi para cima, erguendo suas garras para levar sua alma e conseguir para si só a vida. Izuku recuou, atacando com a foice, mas a coisa foi rápida se esquivando. Ficaram no impasse por um tempo, ora o shinigami atacava, ora Izuku se defendia.
Shouto havia conseguido acertar o que corria trás de Katsuki, o fazendo queimar e gritar. Os lobos tamparam seus ouvidos.

-Que porra é essa? - Questionou novamente.

-Izu! se afasta dele! - Mandou Shouto tentando mirar, mas Izuku e o fantasma estavam perto demais um do outro.

-Você está bem? - Perguntou Eijiro preocupado. Katsuki concordou observando Deku se defender com o cabo da foice.

-Meio a meio.

-Se chama Shinifami e quer pegar a lamparina do izu aonde está sua alma e se pegar ele já era. - Resumiu ainda tentando mirar - Só isso aparentemente machuca eles.

Izuku conseguiu uma brecha, voou para longe mais rápido que a sombra, dando chance para Shouto mirar e, acabar por errar, o shinigami também havia desviado, contudo, aquilo chamou mais sua atenção, e voou rumo aos três. Deixando assim, a abertura para Izuku o pegar de costas. O fazendo se juntar ao amigo, queimando.

-Eram mais do que da outra vez. - Percebeu Shouto, guardando a bola na bolsa, abaixando a guarda.

-Outra vez? isso é comum é? - Questionou Eijiro. - Izu você tá bem?

-Eu...

Tranquilizaria o amigo, quando sentiu seu peito queimar, queimar de uma forma que lhe tirava o folego.

-Deku!

-Não!

Foi uma das últimas coisas que ouviu, os três gritando por si. Os olhos de Shouto desesperados e irritados.
Tudo desapareceu conforme seu peito queimava e o ar lhe faltava.

Halloween ✔ (terminada)Onde histórias criam vida. Descubra agora