Noite 5, última noite

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E é assim que acaba! Tenham um péssimo halloween e muitos pesadelos com voces! s2

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A última noite chega, brilhando no céu, a única que fez tudo.

Abriu os olhos ao ver a luz forte bater por ele.
Viu a casa de madeira, sua casa, como uma enorme fogueira, e muitas pessoas estavam ao redor para contempla-la, estava no meio delas, olhou ao redor, alguns tinham pena no olhar, outros, sorriam, sentiu raiva interna por eles, alguns seguravam sacos de sal outros óleo e lamparinas, todos estavam parados se aquecendo com o fogo, e os gritos de dor e desespero de uma mulher. Atravessou a multidão, encontrando sua mãe ajoelhada de frente para a casa, chorando.

-É culpa de vocês! todos vocês! - Gritava irritada, a mulher de cabelos brancos tentou se ajoelhar ao seu lado, mas ela a empurrou

-Ei! Inko! - Brigou um dos homens que segurou a mulher.

- Não encoste em mim! seus assassinos.

Aquela cena o machucava. Ver sua mãe em prantos, chorando por sua morte.

-Ele que se amaldiçoou!

-E ainda tentou te levar junto.

-Que belo filho.

Diziam as vozes.

-A culpa não é sua, nem dele.- Ouvia uma doce voz, o arrepiando, procurou por todos os lados a mesma, mas não achou, apenas viu Shouto, escondido no canto de uma árvore nas sombras que a casa criava. Tampava o olho com a mão que sangrava. Mais barulhos se ouviu na mesma. Correu para o que acontecia.

Viu, em meio a escuridão, todos da fogueira, Katsuki e Eijiro, Denki e Jirou e Uraraka correndo em direção da casa, desesperados os se encontrar com Shouto.

Shouto chorava, e assim que os viu desmaiou, Katsuki o segurou antes que caísse. Uraraka correu para o socorrer.

-Ele morreu. - Dizia ele, se recusando a tirar a mão do olho.

-Me deixe ver isso por favor. - Pedia Uraraka focada, os olhos brilhavam em lágrimas.

-Mataram ele. - Repetia atônico olhando para o furo em sua outra mão.

Ninguém ali sabia o que falar. Viu Katsuki serrar os punhos e Eijiro segurar sua mão.
Ficou ali por mais um tempo apenas observando Uraraka e os outros tentarem convencer Shouto a receber ajuda, enquanto o mesmo contava que havia sido morto.

-Eu disse! devíamos ter tirado aqueles merdas da aldeia e pego ela de volta! era nossa! - Brandou o loiro.

-Não podemos fazer isso, ele vai ter que ter um lugar pra voltar. - Interrompeu Shouto tirando a mão do olho - Ele prometeu, pela lua e eu sei que ela escutou. Então ele vai voltar.

Ninguém quis contestar. Uraraka aproveitou para analisar a outra mão e seu olho.
e de sua promessa. E então, quando ele desmaiou, tudo se apagou de novo.
Sentiu, por um momento uma brisa gelada bater em si.

-Izuku!

-Deku

-Izu volta por favor!

Gritavam Katsuki, Eijiro e Shouto, estavam por perto.

Tentou seguir suas vozes, mas não conseguiu.
Não conseguia mais se mexer, de repente, havia algo em cima de si, não conseguia respirar, seu peito e todo seu corpo emanava calor, mal conseguia ver as coisas ao redor, havia fumaça o impedindo.
Estava com medo, dos barulhos de choros que ouvia das coisas caindo, do calor o tomando aos poucos. Não conseguir respirar, doía. Se perguntou se foi daquele jeito que o shinigami se sentiu, mas se conseguiu paz ou atormento, se aquela era uma versão dos pós morte.

Não tinha mais salvação, não tinha mais opção, então, começou a se acalmar, ali, deitado, parado, sentindo o ar quente tomar seu interior cada vez mais e mais e seus olhos arderem pela luz que era obrigado a olhar a luz a frente. Conforme fechava os olhos, se sentiu mais leve, mais calmo, esperança inflamou em seu peito.

Fechou os olhos se deixando levar, dormiria para assim, voltar a abrir.
Mas em meio aos choros, se ouvia gritos e aquilo não o deixava descansar.

-Izuku por favor! - Ouvia Shouto desesperado, tão perto, Izuku se esforçou a olhar entre o brilho e ver os olhos de Shouto, com dor e tristeza o encarando, uma parede os separava. Tentou sorrir para o acalmar, mas sabia que não conseguiria.
Então a parede caiu, fechou os olhos de novo sentindo-se se inflamar.

-Mas não é assim que acaba, não tão cedo. - Disse em meio ao fogo.

E então abriu os olhos de novo.
Se assustou ao sentir um vento gelado em seu rosto que parecia não mais queimar.

-Se acalma Shouto - Pedia Katsuki, - Porra deku volta ai!

-Izu volta! - Chamava Eijiro cansado.

Shouto estava desesperado olhando para todos os lados. Assim que o viu, ficaram se encarando por curto tempo, até o mesmo correr em sua direção, queria o abraçar, mas parou, lembrando que não podia o tocar, mas Eijiro não pensou no mesmo, correu e tentou o abraçar, passando por si.

-Quer matar a gente do coração de novo?! - Questionou Katsuki, também aliviado ao o ver.

-De..desculpe. Eu...voltei de novo. - Se forçava a sorrir, acalmando ao amigo ruivo. Segurava a lamparina que havia voltado a brilhar, estava com sua alma.

Shouto não sabia o que dizer, ainda sentia o desespero se esvaindo aos poucos.

-O dia...temos que voltar a andar. - Disse Izuku se concentrando em seu tempo que corria.
A tarde havia acabado e as estralas tomavam o céu.

-Vamos. - Concordou Shouto parando de o encarar e olhando ao redor ignorando a cara que Katsuki fazia, o repreendendo. - Aqui. - Disse devolvendo o cajado.
Izuku voou até seu lado - Melhor...nos separarmos aqui...não sei se aquelas coisas vão vir.

-Provavelmente sim. - Disse Shouto.

-Está bem. - Concordou Eijiro voltando a sorrir - Foi ótimo te ver, de novo.

Izuku sorriu de volta. - Até mais!

Katsuki não disse nada, encarou Shouto de cima a baixo e se despediu voltando a floresta.
Shouto estava tentado a segurar as mãos de Izuku, ao menos tentar, mas se controlou, Izuku não, tentou segurar suas mãos, conseguindo, o que surpreendeu o vampiro.

-Vamos! temos poucas horas.

Shouto concordou, sentindo novamente as mãos de Izuku, que não passavam nada, mas ainda estavam lá.
Ambos processavam o que houve, havia sido coisa de mais para processar de uma vez.
Izuku se lembrava da conversa que teve com Katsuki antes de serem atacados.

-Tá bom. É sério isso? - Havia questionado Katsuki. Izuku não entendeu - De não se lembrar de nada?

-É. Me lembro de pouca coisa, a cada virar da noite me veem mais e mais lembranças...
Katsuki sabia que não tinha motivos para o amigo mentir sobre aquilo, fez um estalo com a boca, mania que tem quando está pensando. Achava aquele plano estupido.

-Me lembro de algumas coisas, do vilarejo e fica cada vez mais claras e de algumas pessoas e situações, mas nada sobre...eu sei que...Kacchan, eu conhecia ele né?

-Porque acha isso deku?

-Uma sensação e as lembranças...é estranho...no começo achei que fosse só esperança, por alguém me ver e me ajudar a entender, mas, a cada dia ela aumenta, no meu peito, eu só...

-Foda-se o que ele acha. É, conhecia sim, e muito bem.

Izuku parou de flutuar, Katsuki parou também vendo como o menor estava triste e confuso, no seu lugar, estaria com raiva.

-Mas...porque ele mentiu? Ele disse que não. Eu sabia que mentia, em algum momento, mas...queria ter certeza.

-Porque é um completo idiota sequelado, muito sequelado, que fala de mim, mas não aceita ajuda. Então, você quer ficar aqui?

-Quero! eu quero...

-Então fala pra ele. É cabeça dura, mas se abre com você.

Izuku sorriu - Como você e o Eiji?

Outro estalo de Katsuki, sem jeito de responder.
E então os monstros apareceram.
E agora, já tinha lembrado de tudo, mas, queria saber, até onde Shouto mentiria.

-Você está bem?

-Você tem algumas horas apenas, eu que deveria perguntar isso.

-Eu? estou melhor, calmo com tudo.

-Mesmo?

-Sim. Mas, você não parece bem, está com fome de novo?

-Não...eu fiquei preocupado, quando sumiu.

-Sumi por quanto tempo?

-A tarde toda.

-E ficou me chamando por todo aquele tempo?

-Sim.

-Você está me ajudando tanto, e nem me conhecia, podia ter voltado pra sua casa depois que me levou pra ver o All Might e a Uraraka.

-Não achei justo, você não conhecia o caminho. Não foi nada.

-E você conhece né? quase nem olhou a bussola. O que significa que morou aqui né?

Se calou, o encarando de canto.
Ainda andavam de mãos dadas e Izuku o segurava mais forte.
Haviam chegado na entrada do que um dia havia sido o vilarejo.
Ainda tinha as casas de madeira, apenas os resquícios que a floresta ainda não tinha pego completamente para si já que não havia mais ninguém para lhe impedir. Apenas a luz branca da lua e a lamparina de Izuku iluminavam juntas o caminho.

Izuku se lembrava, perfeitamente, dos caminhos que fazia para os lugares que ia e as pessoas que conhecia.
Shouto se lembrava muito bem da revolução que havia sido quando tomaram o vilarejo.
Izuku seguiu em silencio, imaginando as casas como eram em suas lembranças quando ainda era seu lar.
Chegaram numa casa pequena, com parte do telhado caído a fachada cheia de vinhas e eras daninha, ainda assim, flores bonitas continuavam por lá.

-Minha casa - Disse Izuku se soltando se Shouto.

-Pode entrar. - Falou Shouto o observando incerto. - Eu espero, ainda temos tempo.
Izuku não respondeu, sentia a ansiedade o tomando, o que lembrou o calor de seu pesadelo, então, respirou fundo, ergueu a lamparina e atravessou a porta.

-Izuku, meu menino, precisamos conversar - Disse Inko, ainda que parecesse séria, ainda era gentil. Estava sentada no sofá.

-Sim mãe, algo errado? - Havia perguntado.

Tinha acabado de voltar de um de seus encontros com Shouto, seu sorriso vacilou quando a via naquele tom.
Inko convidou-o a sentar no sofá e assim o fez. Inko respirou fundo.

-Eu não vou duvidar de você meu menino. E saiba, nada entra em mim e o amor que sinto por você.

-Mãe, está me preocupando. Fiz algo?

Sabia que tinha feito. Sabia dos boatos que cresciam a cada dia sobre os monstros que se encontravam ao redor do vilarejo. Sua mãe havia o olhado nos fundos dos olhos verdes idênticos aos dela, e sorriu, gentil e amorosamente.

-Ele te faz bem?

Concordou - Muito.

-Então, o ama?

-Muito. Eu dei meu coração, mãe e não me arrependo. - Disse firmemente, sentia os olhos ardendo com o choro.

Inko segurou sua mão, secando suas lágrimas com a outra - Então, não deixe que línguas de fora atrapalhem o amor que sente por dentro.

-Não está...triste? dizem que a maldição...

-Baboseira! - Interrompeu irritada, fazendo a si rir - Amaldiçoada por ter um filho? jamais! E eu quero conhece-lo, de dia ou noite, quero saber quem te encanta tanto.

E mesmo assim, havia a feito chorar em prantos após morrer, havia a deixado sozinha com as pessoas daquele vilarejo. Não tinha ideia do que aconteceu com a mesma. Sentia as lágrimas caindo ao relembrar. Andava devagar pela casa, não podia considerar o que tinha ali como móveis deteriorados pelo muito tempo que passou. Estava chegando em seu quarto quando a lamparina aumentou o brilho.

Ficou um tempo confuso entre ir e tomar a atenção das coisas, ou voltar e correr. Voltou voando rapidamente ouvindo um coro de choros as suas costas, encontrou Shouto parado na frente da casa, sorriu quando o viu saindo, mas o sorriso se desfez quando percebeu como estava desesperado.

-Corre que eles vêm atrás!

Shouto passou a correr na sua frente, mas logo o alcançou.

-Não dá pra...

-Vai demorar muito se tentarmos pegar todos. Vamos passar do meu tempo!

-Então corre mais!

Shouto tomou a frente, e Izuku conseguiu o alcançar rapidamente, o que o surpreendeu.
Aquilo virou uma competição, apenas os dois correndo de volta para casa.
Chegaram na entrada da floresta a trilha havia desaparecido e as árvores tampavam qualquer iluminação que a lua poderia criar, gritos e choros ecoavam o caminho. E mesmo assim, ainda competiam entre si, cada minutos ultrapassando um ao outro. Fazendo chegar na casa.

Não havia mais as madeiras ali, a única coisa que mostrava ter existido algo, era a marca queimada na grama que não crescerá mais, as únicas flores que estavam ali eram as da pequena lápide. O coração de ambos parou ao mesmo tempo, Izuku se sentia uma enorme tensão no lugar, como se emanasse da terra, ou do céu, ou de ambos, sentia impulsionado a voltar para aquele buraco na terra e estava indo, quando Shouto o segurou subitamente, parecia querer dizer algo. Mas, não conseguiu, não deu tempo.

Se decida, deseje com o coração a mente a alma. E eu lhe farei voltar.
Eram os versos que ecoavam na mente de Izuku conforme analisava os olhos que tanto amava, sentindo seu corpo se unindo com a leve luz ds luar. Shouto o via desaparecer na sua frente e o desespero lhe preencheu de novo.

-Izu, eu também...

E não conseguiu dizer. Izuku havia sumido, as coisas haviam os alcançado no mesmo tempo, mas assim como o dono da alma que buscavam, desapareceram.

Shouto se viu novamente perdido naquela clareira, sozinho e ainda com esperança.
Ficou ali, pelo que pareceu, muito é muito tempo, encarava a lua que se mantinha estável em seu enorme manto brilhante.

-Porque fez isso? - Perguntou, esperando resposta.

Sentiu o vento frio, olhou para trás assustado, mas não havia nada, apenas o tumulo que fez para Izuku junto com sua mãe. Seu coração se apertou. Se lembrava perfeitamente daquela noite.
Havia corrido pelos fundos da casa, observando todas as pessoas olhando a sua casa queimar, o amor de sua vida dentro, Inko gritava por fora. Estava em estado de choque, então as lembranças de quando saiu eram cortadas, de Uraraka conversando com si ao acordar na cama, na casa de All Might com o mesmo também indo cuidar de si. E mesmo não estando bem, saiu da casa do mesmo, indo o ver diretamente Inko.

Adentrou na casa da mulher a noite, a mesma não estava na sala, nem na cozinha, sua padaria não abria a dias. Entrou pelos fundos sem que ninguém o visse, estava com medo que soubessem.

-Senhorita Inko? - Chamou e nada de resposta aparente, mas a ouviu no quarto do filho e foi para lá. A encontrando guardando as roupas do mesmo numa pequena maleta, chorando. - Desculpe entrar, mais...

-Tudo bem - O acalmou, secando as lágrimas e sorrindo, mas o sorriso se desfez, Shouto também se deixou chorar ao a ver, se aproximando devagar e a abraçando. - Tudo bem querido, a culpa não é sua. Não é.
Ficaram um tempo juntos, cuidando um do outro, poucas pessoas se aventuraram a ir vê-la e naquela hora Shouto se escondia, ouvindo Inko fechar a porta na cara de quem quer que fosse.
Semanas depois, ele, Inko e os outros limparam as cinzas do lugar depois, construíram a lapide, coloram as flores toda semana.

-Vamos tomar aquele lugar de volta - Avisou Denki de mãos dadas com Jirou, olhando para Inko.

-Se a senhora não quiser ficar. - Avisou Uraraka.- Ajudamos a se mudar.

-Eu vou é ajudar, querida -Incentivou Inko.

Nas noites seguintes o vilarejo caiu no caos completo.
Mas, mesmo assim, a hospedagem de todos durou pouco, e logo tudo foi esquecido.
Shouto e Inko nunca ficaram por lá, e também nunca voltaram, se mantiveram juntos por algum tempo, até a morte de Inko, e Shouto voltar a se esconder na mata, reconstruindo o quintal de Izuku, para quando ele voltasse. E ela observava a tudo, a cada momento, apenas planejando.

Na volta de Izuku, assim que se sentiu mais leve.
Olhou ao redor, procurando por Shouto ou qualquer uma das coisas, mas não viu nada, nem ninguém, então olhou ao redor e se viu numa ladeira que dava visão para a floresta, a sua frente agora havia a linha de visão alta dando para o vilarejo, estava na ponta de um penhasco, percebeu, apoiava-se numa árvore alaranjada pelo clima e junto com uma cesta de piquenique ao lado, cheia de verduras e carne.
Olhou mais em volta, aproveitando o clima, na ponta da ladeira, no meio da floresta, se via a casa de madeira, inteira e bonita, o quintal de flores era mais colorido do alto, e uma sombra saia da mata, carregando algo, levantou a mão para chamar sua atenção.

-Desculpe a demora, mas não achava o bolo - Pediu Shouto, seus olhos brilhavam a luz que batia, trazia um bolo com uma duas velas - Feliz aniversário.

Sorriu, observando as velas, Shouto deixou o bolo na sua frente se sentando ao seu lado.

-Faz um pedido. Qualquer um, mas lembra! tem que ser de corpo e alma.

Olhou ao redor. Pensou e assoprou ambas as velas.

-Então?

-Quando volto?

Shouto riu. - E se ele não quiser?

-E ele não quer?

-Aproveitem bem. - Respondeu, acenando para se despedir, viu, nos últimos sorriso de Shouto desaparecendo na luz branca.

Estava ficando cansado de acordar jogado nos lugares.
Estava no chão, da clareira, as nuvens tampavam a luz do luar que encarava sorridente. Se levantou abruptamente, sentindo, novamente, suas pernas. Sorriu alegre. Não estava mais em sonho, não era uma mera memória, tinha seu corpo verdadeiramente de volta e sua lamparina continuava com sigo.

-Shouto!? - Gritou. E nada. - Shou!

Voltou a correr pela estrada, guiado ainda pela lamparina. Corria e corria sem sentir os galhos e arbustos, ainda os atravessava as coisas, o que foi um impulso, flutuando chegou rápido no vilarejo.

-Shouto! - Gritava. Se ele não estivesse por lá, voltaria até a casa na cidade, mas o acharia. - Shouto Todoroki!

Shouto não acreditou quando ouviu, apenas quando o viu flutuando em sua direção, ainda com a roupa de fantasma, ainda com a lamparina, ainda sorria. Izuku desceu ao chão, e passou a correr, pulando em cima do vampiro que o segurou e logo caiu no chão.

-Eu voltei, de novo -Anunciou o encarando. Via os olhos incrédulos.

Shouto passou a mão pelo rosto do menino, sentindo suas sardas e o calor que Izuku sempre emanou, Izuku fechou os olhos, tornando a abrir quando sentiu os lábios do outro aos seus, um rápido selar de um desacreditado. Se separaram sem perder o outro de vista.

-Katsuki tem razão. Você rouba. - Disse o vampiro secando suas lágrimas. - Desculpe... ainda queria que voltasse, apesar de tudo.

-Ainda bem. - Disse o puxando para mais um beijo, um melhor e mais profundo, relembrando tudo que deixaram de sentir - Eu nunca mais vou te deixar...

-Nem eu. - Interrompeu o outro ansioso.

-Esquecer por ter me enganado e fingido que não me conhecia! que ideia foi aquela? - Brigou mudando de humor, inflando as bochechas. Shouto se sentiu envergonhado.

-Desculpe?

-Não.

Shouto abaixou a cabeça derrotado.
Izuku riu.

Ficaram no chão, sentindo a luz do amanhecer e a escuridão se esvair.
Para assim se levantarem e voltarem a mata.
Izuku esperava naquele reencontrar os amigos na volta, mas não viu ninguém.

-Terá a chance - Disse Shouto - Na festa de All Might e Uraraka.

Izuku se iluminou, voltando a voar e torcer para que apenas Shouto estivesse vendo aquilo.

-Vamos voltar e te arrumar! - Disse empolgado.

Izuku tirou sua dúvida e conseguiu ficar invisível na hora de pegar dinheiro ao bugar um caixa eletrônico, não se orgulhava daquilo, mas tinham que voltar para casa.
Naquela mesma tarde voltaram para a casa, Izuku improvisou a melhor fantasia que pode de drácula para Shouto, e saíram de novo.

-Eu entro normal? ou...

-Defina normal - Pediu o vampiro tirando a torta das mãos de Izuku. - De qualquer modo, vai matar uns três do coração, meu chute? Eijiro, Katsuki e Uraraka. Depois, vão correr pra te abraçar.

E assim aconteceu, Shouto bateu à porta, sem avisar que compareceria, chocando Yagi e os outros, que, de começo, o olhavam com delicadeza.

-Entre jovem! - Disse o senhor dos mortos pegando a torta de suas mãos. Sorria travesso. Izuku riu ao seu lado.

-Apareceu enfim! - Disse Katsuki ao o ver. Uraraka ajudava a arrumar a mesa cheia.

Lá estavam todos, e até alguns amais que Izuku não conhecia.
Eles que estavam felizes por ver Shouto sorrindo de novo.

-E eu estou aqui! - Gritou Izuku aparecendo na cadeira trás do loiro, criando uma pequena confusão.

-Filho da puta! - Xingou o lobo que foi derrubado pelo ruivo ao seu lado que caiu da cadeira.

-Desculpa! - Pediu Eijiro se levantando, não precisou ajudar o namorado, que se ergueu num pulo e passou a correr atrás de Izuku, que ria muito.

-Deus! - Gritou Uraraka deixando a torta quase cair no chão, a salvando com um feitiço a fazendo flutuar.

-A torta não! - Gritou Denki e Jirou ao mesmo tempo.

Yagi morria de rir ao pé da mesa.

-Chega vocês dois! - Pedia Lisastain, fazendo movimentos robóticos com as mãos.

-Eu vou te matar de novo!

-Eu ainda estou morto sabia?

-Fode-se! morre de novo!

-Eu consegui ele agora! não vai morrer tão cedo! - Interrompeu Uraraka tentando fazer os dois pararem de girar e correr pela casa.

Aquela foi a maior e melhor festa que todos já tiveram em seus séculos de vida.

-Sabia que ele voltaria? - Questionou Shouto ao velho dono da festa.

-A lua nunca erra, jovem. Agora, vamos comer?! eu quero essa torta!

Este, é o fim da nossa história, meus queridos.
Obrigada a todos que a acompanharam e me escutaram conta-la, e aqueles que nunca duvidaram de mim. Eu sempre sei o que falo. E faço pelo bem de todos.

A lua, nunca erra.

Halloween ✔ (terminada)Onde histórias criam vida. Descubra agora