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- Dois anos depois -

     Era noite, estava na sala junto de todos. Encarava a senhora deitada na cama. Ela estava fraca, mas mesmo assim era "durona".

     — Para Nana Griswold. Uma verdadeira sobrevivente — Um dos rapazes se pronuncia após o coral das garotas.

     Todos bebem um gole do líquido, e graças à minha distração bebo um pouco atrasada. Vejo Nana me encarar segurando um riso. Solto para ela, querendo rir daquilo. Já não era a primeira vez que me distraia assim.

     — Não existe muitos avôs nos dias de hoje. Especialmente tão velha quanto Nana — O homem continuava fazendo todos rirem — Qual a idade dela mesmo?

     — 63 — Eu mesma informo.

     — Nossa, ela está velha mesmo — O homem diz me olhando. Espero que a Nana não se ofenda com isso.

     — 64! E ainda não estou morta — Nana se pronuncia — Mas eu acho que já é a hora.

     — Vocês podem ir agora — Sua filha vai até ela e deposita um beijo em sua testa.

     Vejo a Sra. Warren se aproximar de Nana, então já sei que é a minha hora de sair dali. Vou até a varanda da cabana de madeira, esperando pela a tenente.

     Ouço um tiro me fazendo engolir seco. A Warren sai da casa e abraça a filha da Nana que estava junto comigo. A mulher entra na cabana novamente e eu me levanto para conversar com Roberta.

     — Aqui é Garnett para Warren. Garnett para Warren, câmbio — Ouço a voz do meu pai vindo do rádio.

     — Aqui é a Warren. O que foi? — A mulher pergunta.

     — Eu estou na beira do lago, preciso de um pouco de ajuda — Garnett fala através do aparelho.

     — Dois minutos — Warren diz e abaixa o rádio. Ela desce as escadas, mas antes de ir, se vira para mim — Nem pense nisso.

     — Eu não pensei em nada — Tento esconder a minha cara de quem cometeu um crime e foi descoberta.

     — É perigoso ir lá, principalmente essas horas — Ela diz antes de ir. Rio nasalmente.

     Me sento nos degraus da escada impaciente. De acordo com a lei que já seria maior de idade. Ou seja, já sou uma adulta. Não sei porque ainda obedeço ordens dos outros. Queria eu estar dando ordens. Já pensou? Eu uma líder? Iria ser interessante de se ver.

[...]

     No dia seguinte fico atenta após ver meu pai e Roberta trazerem dois homens para o acampamento. Um deles parecia ser militar, e o outro parecia ter algum problema. A aparência estava acabada.

     Me aproximo da onde eles estavam, vendo que os quatro conversavam, exceto o zumbi humano. Zumbi-Humano, ótimo apelido. Ele bem que parece um.

     — Precisamos de suprimentos básicos e transporte para a ponte Tappan Zee — O militar falava.

     Recebo um olhar irritado de meu pai após ele me ver próxima deles. Eu apenas ignoro. Não posso ser mais a garotinha do papai. Eu não quero mais. Quero ajudar a cuidar desse lugar. Aprender a ter uma mira boa — porque a minha é uma merda...

     — Encontraremos outros lá, e poderão nos levar até a Califórnia — O homem prosseguia.

     — A Califórnia é longe pra caramba — Um dos homens do acampamento comenta. Desde quando ele estava ali?

―  𝐉𝐔𝐍𝐄; ᴢɴᴀᴛɪᴏɴ    【10k】   ✘Onde histórias criam vida. Descubra agora