Volume 1: Capítulo 4

98 4 5
                                    

Volume 1
Capítulo 4: O Acadêmico e a Boneca de Memória Automática

Para o seu jovem eu, essa pessoa era o mundo inteiro. Ele nunca teria pensado que ela iria embora um dia. Mesmo que ela não estivesse lá desde o início, pelo menos, ela era sua guardiã absoluta a partir do momento em que ele nasceu até que ele se tornou ciente das coisas ao seu redor. Ela o encontraria sempre que ele fugisse chorando e elogiaria sempre que ele fizesse algo de bom. Se ele estendesse a mão, ela o abraçaria. Ela era uma grande existência, melhor do que ele em tudo.

Ele pensou que era o que um parente deveria ser.

Pegue minha mão. Caso contrário, não posso andar. Olhe para mim. Não posso viver sem ser vigiado por você. Não vá à lugar algum. Esta responsabilidade está sobre você.

Depois que ele parou de contemplar a porta, que não fazia nenhum som de alguém voltando para casa, não importava quanto tempo passasse,  ele desprezou tudo o que tinha levado à sua queda. Ele nunca iria se enganar, mentir para si mesmo que estava bem com isso. Ele não confiava em ninguém, sempre incompatível com os outros. E ele nunca  se desmoronaria. Tal era a sua profanação contra o seu antigo “eu”, que tinha chorado enquanto olhava para a porta.

Ele acreditava que esse tipo de pessoa era aceitável.

Eustitia, uma cidade conhecida como a capital da astronomia, estava localizada em uma cordilheira de baixa inclinação. Seu povo, que vivia a cerca de 1.500 metros acima do nível do mar, eram observadores encantados pelas estrelas do céu noturno. O centro de  Eustitia, construído nas montanhas, era seu Observatório, edifícios de pedra densamente congregados à sua volta. A única maneira de alcançar a cidade que brotou praticamente da extensa terra, era montar um trem até a base das montanhas, depois pular para um teleférico que rangia rudemente enquanto se levantava. Ao contrário da maioria das  metrópoles de várias centenas de quilômetros brilhando com luzes de néon, era um mundo sob um céu não mantido por cores produzidas por humanos, envolto em um véu natural preto.

Por um lado, chamou-se o capitólio da astronomia devido à sua superioridade na observação astronômica, mas também poderia ser dito que a característica mais notável da cidade era o lar de um dos principais institutos de pesquisa astronômicas do mundo. Foi nomeado após um rei de navegação marítima, que conseguiu colocar as mãos em enormes quantidades de riquezas durante sua vida, Shaher. Os observatórios que foram erguidos em muitos lugares sob a influência dos falecidos passatempos de Shaher ainda existiam, como cortesia do sustento contínuo de seu grupo familiar.

O Instituto de Pesquisa Observatória Astronômica de Shaher, assegurou uma vasta gama de atividades, como descobrir novas estrelas, pesquisando qualquer coisa relacionada à astronomia e a fabricação de telescópios. Enquanto isso, a sede de Shaher, em Eustitia, gerenciava livros sobre todas as estrelas conhecidas, coletadas de todo o mundo. Tendo sido estabelecido como o anexo dos observatórios astronômicos, disse que a sede protegeu uma biblioteca gigantesca, que poderia fazer com que os viciados em livros salivassem apenas com um olhar. Claro, cada um de seus livros eram sobre estrelas e os mitos relacionados à elas. Mas, mesmo assim, a quantidade de obras que possuía era esmagadora.

Na sala do átrio, as escadas em espiral de ferro preto, que continuavam para sempre, serviram como pontes entre cada andar, enquanto um candelabro de ouro, feito à ordem, formou a imagem de uma estrela que descia do teto. Não foram observadas as menores lacunas entre os livros recheados nas prateleiras. Muitas mesas e cadeiras podiam ser encontradas espalhadas pelo lugar, mas os sofás estavam em maior número. De luxuosos cobertos de pano, para bonitos com  pernas  de gato. Os sofás de muitas formas e qualidades diferentes eram apoio para os pesquisadores.

Violet Evergarden: Light NovelOnde histórias criam vida. Descubra agora