- KATSUKI! - O dono do grito desesperado era de Masaru Bakugo, o filho chegou a ouvir mas estava tão longe e tão camuflado pelo som do seu próprio choro que simplesmente não conseguiu focar. ‐ GAROTO SE VOCÊ NÃO APARECER AGORA EU JURO QUE VOU... TER UM INFARTO! - A mãe do garoto tão loiro quanto ela própria gritava aos quatro ventos, com exceção da última parte, que havia gritado mais para si mesma do que qualquer outra coisa, estava tão desesperada quanto o marido.
Katsuki estava encolhido no chão como uma bola, engasgando nos próprios soluços sofregos que acompanhavam suas lágrimas, se odiando por ser tão fraco, sentia a brisa gelada da noite o cortando mas no momento genuinamente não dava a menor importância, na verdade, uma parte de si desejava pegar uma pneumonia fatal ou ao menos que lhe rendesse uma internação grave.
Estava alheio a tudo ao seu redor, mas isso mudou completamente a ouvir uma voz conhecida - e provavelmente a mais doce que já havia tido o prazer de ouvir - a voz dele.
- Anjo... - No momento em que aquele apelido adentrou seus ouvidos o furacão na cabeça de Katsuki cessou por um instante, como se até mesmo aquele turbilhão de pensamentos quisesse dar toda a atenção possível a quem falava, em outras ocasiões teria soltado uma explosão na cara de Eijiro pelo uso do apelido, mas agora sentia que precisava daquilo. Conectou seus olhos nos olhos vermelhos que haviam frente a si, já esperava receber um baita sermão e ser chamado de maluco e irresponsável por ter fugido assim, mas isso não aconteceu, apenas recebeu o enorme sorriso de dentes afiados que tanto amava.
- Você quase matou todo mundo do coração sabia? - O ruivo disse gentilmente passando os polegares sobre as bochechas do loiro, limpando as lágrimas que haviam ali, mesmo que soubesse que o mais velho não era um grande fã de contato físico. Aquelas palavras nem por um minuto soavam como uma reclamação ou uma repreensão, era apenas uma afirmação preocupada.
- Você 'tá bem? - O vento está muito frio pra estar aqui fora. - Mesmo que Bakugo não estivesse mais chorando e não houvesse mais nenhuma lágrima para ser limpa Eijirou seguia deslizando os polegares suavemente pelas maçãs do rosto do garoto a sua frente num carinho singelo.
- Kiri... - A voz do loiro soava baixinho é até mesmo um tanto infantilizada, ele nem esperou o ruivo o responder para se jogar em seus braços e começar a chorar, não tanto quanto fazia antes, parecia estar tentando controlar suas emoções, minimamente que fosse.
- E-eu.... merda. - Sua consciência aparentemente estava no lugar novamente, mas não estava, era como uma batalha entre si e seu próprios pensamentos, tudo muito confuso e estranho.
- Eu 'tô... assustado. - A última palavra havia soado tão baixo que Katsuki não conseguia determinar claramente se realmente havia direcionado-a a outra pessoa ou se havia sido apenas um pensamento alto demais.
- T-tem tanta coisa acontecendo e... e é muito assustador, quer dizer eu fui atingido por uma individualidade que vai me transformar numa criança daqui a algumas horas e eu n-não vou poder contar nem com os velhos, e-eu realmente não quero ficar completamente sozinho nessa situação de bosta. - Falou tudo de uma só vez, as lágrimas caindo grossas e as mãos tremendo como nunca antes. - Não sei nem porquê 'tô te contando isso.
- Vou te perguntar de novo, quem disse que você vai ficar sozinho? - Eijirou perguntou desfazendo o abraço apenas o suficiente para conseguir olhar diretamente para Bakugo mas ainda mantê-lo em seus braços.
- Eu 'tô aqui com você e 'pra você, eu sei que nem de longe o meu apoio se compara com seus pais mas eu prometo que vou fazer o melhor pra te manter seguro e bem nesse tempo, okay? - O loiro genuinamente não fazia o tipo que confia em pessoas com facilidade, mas já confiava em Kirishima posteriormente de qualquer forma, e mesmo se não o fizesse havia tanta sinceridade nas palavras dele que era impossível duvidar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
•Baku Baby - {KiriBaku}•
FanficUm acidente durante uma missão, envolvendo a individualidade de uma garotinha faz com que Katsuki Bakugo volte a ter apenas cinco anos de idade, precisando de alguém para o supervisar e quem melhor para realizar essa tarefa do que seu "melhor amigo"...