Capítulo 1

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Southampton - Inglaterra - Abril, 1912

O porto de Southampton, Inglaterra estava cheio naquela manhã, várias pessoas estavam ali apenas para ver a partida do grande navio RMS Titanic, o transatlântico de luxo que foi apelidado de "O inafundável". Era a atração do dia, quem não queria ver o navio que tinha 269 metros de comprimento, 28 metros de largura e 53 metros de altura, com arqueação de aproximadamente 46 mil toneladas, tripulação de 892 pessoas e podia transportar até 2435 passageiros dispostos em três classes.

No meio daquele tanto de gente se ouvia risadas, gritaria e buzinas de carro, três desses tentavam passar por algumas pessoas que transitavam ali, a intenção era chegar até o grande navio, traziam como passageiros uma família de grande porte, ou era o que todos achavam, pelo menos os Jauregui's não tinha mais tudo aquilo que a matriarca Clara demonstrava.

O motorista parou o carro e desceu indo abri uma das portas do passageiro, estendeu sua mão para que a mulher ali dentro pudesse descer, com o apoio do motorista, a jovem Jauregui de apenas 17 anos desceu do carro, trajava um vestido branco com linhas finas na cor preta a qual se moldava ao seu corpo perfeitamente, suas lapelas na cor preta e botões em branco e preto, em suas mãos luvas brancas e delicadas, e em sua cabeça um enorme chapéu na cor roxa para combinar com seus sapatos de salto alto da mesma cor, ela deu uma olhada na direção do grande navio.

— Não vejo por que tanto alvoroço - se virou na direção do seu então noivo, com a mão segurando a borda do seu enorme chapéu - não parece ser maior do que o Mauretania.

— Pode ficar indiferente a algumas coisas, Lauren - o homem de terno cinza e chapéu da mesma cor se apoiava em uma bengala que usava como acessório - mas não ao Titanic, ele tem mais de 30 metros a mais do que o Mauretania e é mais luxuoso.

O homem se virou e estendeu a mão para sua sogra que se segurou em apoio para sair do carro, a mesma usava um vestido pesado na cor verde musgo e um chapéu com algumas penas.

— É muito difícil impressionar a sua filha, Clara - mostrou os dentes quando ouviu o riso contido de sua sogra.

— Então esse é o navio que dizem ser inafundável... - a mulher falou enquanto encarava o enorme navio e se aproximava da filha.

— Ele é inafundável - o homem falou um pouco mais alto para que ela pudesse ouvir - nem Deus poderia afundar esse navio.

Elas não pareciam tão impressionadas quanto o homem, a todo o momento ele procurava enaltecer o grande navio. Um dos funcionários do navio chegou perto do homem e o chamou.

— O quê? - ele se virou na direção do homem fardado que havia o chamado.

— Senhor, precisa registrar sua bagagem no terminal principal - o funcionário falou um pouco mais alto por conta de todo o barulho.

— Confio no senhor - falou ao colocar a mão no bolso e retirar algumas cédulas dali de dentro - por favor, fale com o meu criado.

Ele gesticulou na direção do seu criado e o funcionário observou as cédulas em sua mão e começou a bajular o homem, esse que deu as costas e ficou observando o navio. O criado gesticulou com a mão em direção ao funcionário que o seguiu por entre os carros.

— Todas as malas daquele carro - apontou um dos carros - são doze nesse - apontou outro - e o cofre para a suíte principal, aposentos B-52, 54, 56.

O homem olhou em seu relógio de bolso e foi em direção as duas mulheres.

— Senhoras - guardou o relógio em seu bolso - é melhor nos apressarmos, venham.

Titanic - Camren Onde histórias criam vida. Descubra agora