Capítulo 2

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— Somos as pessoas mais sortudas do mundo - Camila gritou para o amigo enquanto passavam correndo pelo corredor - sabia disso?

Continuaram correndo em direção as escadas na intenção de chegar na parte de cima do navio e poder ver as pessoas lá embaixo. Assim que chegaram, Camila subiu na pequena grade de ferro na cor branca que tinha ali e começou a balançar seu braço e dar tchau as pessoas que estavam na parte de baixo e acenavam.

— Conhece alguém? - Fabrizio gritou.

— Claro que não - Camila gritou de volta dando um sorriso - isso não importa.

Fabrizio entrou na onda da amiga e acenou não direção das pessoas que gritavam e sorriam, o navio estava uma barulheira, muitas pessoas gritando em despedidas, alguns homens tiravam seus chapéus e balançavam em suas mãos.

O grande Royal Mail Ship Titanic saia então de Southampton, com 2208 pessoas a bordo.

— G-GO - Camila repetia e olhava as portas enquanto passava por aqueles corredores lotados de pessoas - com licença - pediu ao passar por uma senhora que andava apressada - aqui - falou ao ver a numeração da porta, abriu a mesma e viu que já tinha gente ali dentro - Camila, muito prazer.

Cumprimentou um rapaz que estava ali dentro, seu amigo Fabrizio estava deitado na beliche de cima e Camila se aproximou do mesmo e catucou sua barriga fazendo ele rir.

— Quem disse que você vai dormir em cima? - jogou seu saco de tecido em cima da cama de baixo e se deitou na mesma.

O homem e a mulher que estavam ali dentro ficaram sem entender quem eram aquelas pessoas, afinal estavam esperando o tal Sven e Olaf. Bem distante da terceira classe o noivo de Lauren olhava seus aposentos de primeira classe.

— Este é o seu deque de caminhada particular, senhor - o empregado falou ao lado do homem - precisa de alguma coisa senhor?

Ele negou com a cabeça e olhou a pequena janela redonda que tinha ali e avistou o mar, segurava uma garrafa de champanhe em uma das mãos, e na outra uma taça. Lauren estava em seu quarto e conversava com uma empregada enquanto desempacotava suas coisas, muitos empregados entravam e saíam carregando seus pertences.

— Quer pendurar isso senhorita? - a empregada perguntou.

— Sim, precisamos de um pouco de cor nesse quarto - Lauren falou enquanto olhava uma enorme pintura em suas mãos.

Ela o deixou no chão encostado em alguma coisa e podia ouvir a voz do criado de seu noivo.

— Coloque lá, no guarda roupas - ele falava com o empregado.

— Céus, de novo essas pinturas com dedos - Cal falou ao adentrar o quarto, segurava a taça com champanhe - certamente foi um desperdício de dinheiro - ele se encostou na parede e tomou um gole de sua bebida.

— A diferença entre o gosto de Cal e do meu é que eu tenho bom gosto - Lauren falava enquanto olhava mais um de seus quadros - são fascinantes... - deixou um em cima do sofá - é como estar em um sonho ou algo assim. Há verdade, mas não lógica.

— Qual é o nome do artista? - a empregada perguntou enquanto olhava o mesmo quadro que Lauren.

— Alguma coisa Picasso - Lauren falou enquanto estalava os dedos e procurava por mais uma pintura ao redor.

— Alguma coisa Picasso - Cal debochou e caminhou pelo quarto - ele nunca será importante, não será, confie em mim.

— Coloque o Degas no quarto - ela fez de conta que não escutou o seu noivo.

Titanic - Camren Onde histórias criam vida. Descubra agora