Capítulo VII

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Olhos que olham o nada

Os dias passaram-se.
Arrastaram-se.
Foram tão divertidos e calmos,
Mas passaram a ser tão turbulentos e cansativos.

Eu não queria mais lidar com tanta gente que eu não conhecia.
As pessoas são complicadas demais - e eu mal sei a suas intenções.

Eu poderia correr e me esconder,
Como eu já fiz tantas vezes.
Mas as minhas pernas estão cansadas
E meu corpo grita para que eu pare!

Eu me sinto devastada.
Acabada.
Cada músculo em mim se contorce em dor, angústia muda.

As minhas pálpebras pesadas
Insistem em ficarem abertas,
Olhando a escura e fria madrugada.

Pensamentos, vem e vão
Deixando-me mais triste, chorosa.

A escuridão me envolve quando eu fecho esses malditos olhos,
Que insistem em olharem o nada.

E mais uma noite se passa
Com sonhos tão turbulentos quanto meus dias.

Sinto em todo milímetro do meu corpo
A falta de coragem para levantar,
Para outro dia tão monótono e destrutivo.

Indaya Camilo

Foto por: @sinashagrai

O caos de uma aspirante a poetisaOnde histórias criam vida. Descubra agora