Capítulo XIV

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Paradoxo do afogamento

Estar imersa em si
Nem sempre é bom.

É como se eu estivesse presa
No fundo do oceano pacífico,

Morrendo e revivendo a
Cada vez que eu tento respirar.

Por mais que tudo
Lá seja calmo e

Todos os sons sejam abafados,
Eu estou coberta de pavor.

Pois o meu oceano é feito
De medo e inseguranças,

Onde cada ser nele é sensível
Demais para ser tirado do seu habitat natural.

Eu não aguento mais tanta água,
Tanto sufocamento,

Tanta falta de coragem e,
Principalmente, tanta falta dizeres.

Estou farta de ser profunda demais para alguns
E rasa demais para outros transeuntes.

Eu sou o que sou, e nem meu
Próprio eu sabe lidar com isso.

Eu apenas
Queria conseguir respirar,

Mas tudo parece demasiado pesado,
E o oxigênio já não me basta.

Afinal estou me afogando
Sem ao menos estar na água.

Indaya Camilo

Foto por: @shaza.wajjokh

O caos de uma aspirante a poetisaOnde histórias criam vida. Descubra agora