O que você faria por amor?
Aurora é uma típica brasileira com tripla jornada de trabalho, é professora, dona de casa e mãe. E por seu filho ela lutaria guerras, levantaria carros em chamas. Mas a vida decide que ela vai ter que fazer outra coisa por...
Adivinha quem precisa acordar cedo, mas veio começar um capítulo as 23:23.
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Tudo por que eu jáestou com saudades😶 Inicialmente eu planejava começar pela infância do Kenny, mas decidi seguir a linha do tempo que é:
Alguns meses antes da Kat descobrir a gravidez.
Durante a gravidez da Kat
Depois do nascimento do Leo.
Mas calma que detalhes da infância vão ser exposto, inclusive o segredo que ele não contou para a Kat.
O primeiro livro eu acabei colocando tudo em menos de 2 meses e o epílogo tem uma corrida no tempo😁
Mas esse já vem com uma pegada diferente. Realmente espero que vocês gostem e que me acompanhem até o fim.
Alguém aqui sabe me dizer que série as crianças fazem aos 5 anos? Eu comecei aos 7 anos direto na primeira série, então eu não passei por nenhum jardim.😶
Boa leitura (imaginem um apelido fofo que ainda não pensei).🤣🤣🤣Aceito sugestões, pq sou muito ruim com isso, tipo: Amores (já usei no 1), Gordelicias, Amorinhas (só penso no apelido da Aurora), Selvagens (pq eu decidi que vou usar Savage and Associates, e Savage é selvagem em inglês). Como eu disse, sem criatividade para apelido.
AÍ RELI MINHAS OPÇÕES E DECIDI:
Boa leitura minhas amoras selvagens🤣
AURORA
É onze e meia da noite e estou trabalhando, a coordenadora da escola está me pedindo o planejamento anual até amanhã e não consegui finalizar até o momento porque meu ciclo chegou e com ele a minha TDPM, então aqui estou digitando, organizando no modelo que a escola exige com habilidades, conteúdos programáticos, objetos de conhecimento, unidade temática, etc.
Ser professora em duas escolas não é fácil, mas sou mãe e preciso de todo dinheiro possível para que não falte nada para o meu filho. Então eu sigo trabalhando em meio a cólicas que estão simulando contrações ao ponto de algumas lágrimas caírem no teclado.
Preciso acordar cedo para dar aula para minha primeira turma que é composta de crianças de 5 anos que conseguem tirar um sorriso nos momentos que me sinto mais cansada, elas têm uma pureza que parece te recarregar.
Sei que nem tudo são flores na minha profissão, principalmente no Brasil, mas existem momentos que você olha para uma criança e imagina todo um futuro de possiblidades e dá um orgulho saber que você é responsável por alguns tijolos que vão ajudar a construir o caráter desse futuro adulto. Saio dos meus devaneios quando sinto uma pontada forte, não acredito que esqueci o remédio na mesa da minha sala de aula e por ser final de mês, estou economizando o possível para que não falte um pão no café da manhã. Então vou ter que aguentar até de manhã com dor, não vai ser a primeira vez que isso acontece.
Respiro e inspiro um pouco tentando me controlar, afinal meu namorado está no quarto assistindo alguma coisa e meu filho está dormindo.
Sinto uma crise depressiva bater suavemente e tento me preparar para não desencadear uma vontade absurda de ficar em posição fetal abraçada em um travesseiro.
O trabalho não vai se concluir sozinho, então coloco o notebook em cima da mesinha de centro na sala e decido fazer um copo de leite, quem sabe algo quente me ajude um pouco.
Depois de lavar a minha xícara de estimação, onde tomo café, leite, achocolatado, tudo porque ganhei do meu filho de presente de dia das mães e decidi que só tomaria nela. É uma coisinha fofa com corações rosas e roxos escrito: te amo mamãe.
Volto para a sala e continuo trabalhando no planejamento da segunda escola onde sou professora de geografia do oitavo e nono ano até meia noite, então sinto uma mão nos meus ombros fazendo uma massagem muito boa é quando estou quase agradecendo que escuto um sussurro no meu ouvido.
- Vamos para a cama querida.
Ainda envolvida na sessão relaxamento, só respondo.
- Não posso pequeno, preciso terminar isso e minha menstruação resolveu chegar o que significa sem sexo, desculpa.
O chamo de pequeno porque eu sou gorda e ele é magro, mas não me importo, acredito que tudo bem ser maior que o meu parceiro.
- Poxa Aurora, eu estou com saudades, você trabalhou até tarde a semana toda, corrigindo atividades, fazendo atividades, elaborando relatório e você só está no inicio do ano.
- Eu sei, mas garanto estar mais disponível no fim de semana.
- Você passa seu fim de semana em programas infantis com o seu filho, nunca quer ir em um barzinho comigo e desisti de te convidar para um motel.
- Ricardo eu preciso trabalhar, volte a assistir seu programa que mais tarde eu irei dormir.
Ele fica irritado, mas decide ficar calado e volta para o quarto.
Prefiro focar no trabalho do que me lembrar que nem sempre me sinto confortável em alguns bares com aqueles bancos pequenos para a minha bunda grande ou para alguns motéis em que a única coisa grande é a cama de casal, então prefiro não ir do que me decepcionar com o desconhecido.
E sou uma mãe que ama o filho, sempre que posso quero levá-lo para brincar em espaços apropriados já que compartilho um apartamento com o Ricardo há 6 meses porque tive uma emergência financeira e ele me permitiu vim morar aqui. Dizia que era para me ajudar e porque me ama, mas as vezes penso se não é apenas para ter maior acesso ao meu corpo.
Antes que eu comece a chorar e me sentir uma mulher fácil, porque nesse momento minha cabeça transforma tudo em um melodrama da Globo, foco no computador para concluir o último semestre do nono ano.
Quando termino, sinto uma fome absurda por sorvete com pizza. Mas lembro que preciso economizar, então abro a geladeira e encontro pelo menos o sorvete e começo a comer para tentar amenizar meu desejo, mas percebo que sem a pizza, o sorvete não é a mesma coisa, então cada colherada que levo a boca não tira o olhar triste do meu rosto por querer pizza.
Por que eu não vivo um clichê da gordinha pobre que tem um rico apaixonado por ela? O Ricardo trabalha, mas não sabe economizar e as vezes ele me pede algum dinheiro emprestado.
Quando estou na metade do pote de sorvete, decido ir para a cama, poderia não ter a pizza, mas comi o sorvete com toda a tristeza do mundo, cada lágrima era uma colherada.
Passo pelo quarto do meu querido William e lhe cubro com o edredom enquanto dou um beijinho na sua testa.
- Durma bem meu filho.
Saio do seu quarto e quando chego no meu percebo que o Ricardo dormiu, ainda bem, não sei se a essa hora da madrugada tenho paciência para discutir a relação.
Tudo que quero é deitar, relaxar meu corpo na minha camisola de seda preta com renda e sonhar por algumas horas que sou rica sem me preocupar com o amanhã.
