Capítulo 03

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Eu pensei que nunca viveria a cena da Katrina de alguém me olhar como se menosprezasse tudo que faço como profissional, mas um cara chegou no MEU TRABALHO e disse que por eu ser jovem eu não devo me estressar, que só devo me estressar quando tiver um marido que chegue em casa querendo comida pronta, roupa limpa e passada pq esse é o papel de uma companheira.😒 EM SÍNTESE: UMA EMPREGADA DOMÉSTICA SEM REMUNERAÇÃO!
Meu bem nada contra mulher que faz isso por escolha, amor ou necessidade, agora vem dizer que não tenho preocupação, que só vou ter quando casar, me irritou e quando falei que moro com a minha vó ele simplesmente disse: DESPACHA!
Como se a minha vó fosse uma peça de roupa que não quero mais.

Enfim, desculpa o desabafo.

Boa leitura minhas amoras selvagens.😘

AURORA

Acordo cedo para poder me arrumar e cuidar do café da manhã, saio da cama sem acordar o Ricardo, vou no quarto do meu bebê e quando vejo seu sono angelical permito que William durma mais um pouco porque ele sempre tem que acordar cedo e nunca reclama, graças a Deus a minha sorte em ter uma criança de cinco anos muito compreensiva, meu filho quando escuta um não simplesmente não insiste, diz tudo bem mamãe e segue fazendo o que estava fazendo, então eu sempre que posso estou lhe recompensando por ser um filho maravilhoso, café  da manhã bem gostoso, muito carinho e sempre dizendo o quanto estou orgulhosa dele.

Quando finalmente cheguei na sala de aula coloquei o remédio na minha bolsa para não esquecer novamente e iniciei mais uma manhã de trabalho com crianças fofas e maravilhosas.

Na hora do almoço eu estranho a Klarisse ainda esperando, geralmente a mãe dela é extremamente pontual e quando vejo meu filho sem a mochila peço que volte a sala para pegar.

- Oi minha lindinha, cadê sua mãe?

- Ainda não chegou tia Amora.

- Eu também estou esperando o William, posso esperar com você?

Se fosse outra criança eu perguntaria se quer que eu fique com ela, mas a Klarisse é muito independente e tenho que conversar de uma forma que a faça sentir que está apenas me acompanhando.

- Claro tia, onde ele foi? - Ela pergunta enquanto segura a minha mão.

- Buscas a mochila que ele esqueceu na sala.

- Esse meu namorado é muito esquecido.

Ela diz isso sorrindo e a acompanho. Na primeira vez que ouvi essas palavras eu me preocupei pensando nas palavras de Freud sobre a criança ser autoerótica e fiquei com medo de haver algum envolvimento inadequado para a idade, eles são crianças de cinco anos e precisam conservar a inocência o máximo possível, ainda lembro de uma professora contar que encontrou dois alunos com as roupas abaixadas atrás de uma porta na turma do Jardim de Infância, mas quando observei o que eles dois chamam de namoro eu achei fofo. Eles brincam de coisas que apenas eles gostam, como uma vez que ela brincou de ser a professora dele e se chamava de Professora Amora e outra vez que brincaram de carrinhos e fizeram uma pista com muros de areia. Ou quando eles dividem seus lanches porque namorados se alimentam foi o que me disseram na sua maior inocência alguns dias atrás no aniversário da Klarisse.

Estava olhando para os lados para observar se o William ou a Katrina apareciam quando vejo um homem alto, loiro, com olhos azuis e gordinho caminhando em nossa direção e se eu não gostasse tanto do meu pequeno poderia tentar a sorte com essa beleza da espécime masculina.

- Olá, sou o secretário da senhorita Katrina Nascimento e ela me pediu para informá-la que houve um pequeno acidente com suas roupas e ela não pode sair do carro e me pediu que pegasse a Klarisse, você pode me acompanhar até o carro para confirmar tudo. 

Deixa eu te ensinar a amar - Livro 02 - Série GGs Também AmamOnde histórias criam vida. Descubra agora