Severus nunca se preparou para isso. Ser o guardião legal de Harry Potter nunca esteve em seus planos.
Ser pai nunca esteve em seus planos. Agora se encontrava preparando o café da manhã para uma criança.
Harry apareceu na porta cozinha e permaneceu em silêncio enquanto observava Severus fazer os ovos.
O homem terminou e com um aceno de mão, torradas com geleia de morango, walffles, uma variedade de frutas (muitas que Harry nunca havia visto), ovos mexidos e salsichas apareceram na frente de Harry.
Snape sentou-se a frente do garoto, que ainda tentava se acostumar em ter Snape tomando café com ele.
- Você prefere suco ou achocolatado? - Perguntou Snape.
- Achocolatado. - Respondeu Harry. - Como se tornou professor em Hogwarts? - Harry aprendera com os Dursley, que pessoas adultas não gostam muito de perguntas, mas ele não conseguia ficar calado olhando para Snape, precisava falar algo.
- Slonghorn queria se aposentar e Dumbledore me chamou. - Falou antes de morder a torrada seca.
- Poções era sua matéria favorita? - Perguntou Harry mais uma vez.
- Eu era bom em Poções, mas minha matéria favorita era Defesa Contra Artes das Trevas. - Respondeu de forma objetiva.
- Por que não gosta de doces? - Observou enquanto Snape servia-se de ovos e salsichas.
- Quando era criança eu... bem, eu tinha muita vontade de comer esses doces, mas não tinha dinheiro para comprar... - Snape deu uma pausa, pensou se devia dizer isso a Potter, mas agora o garoto morava com ele, do que adiantaria acultar as coisas. - Eu vi um doce na padaria enquanto estava com vontade o doce apareceu magicamente no meu bolso... era um bolinho recheado, corri e fui para trás do carro e comi escondido, mas meu pai me viu, ele observou quando o bolinho foi para meu bolso, e me seguiu e assistiu comer, quando terminei ele me bateu tanto, gritava coisas como "monstro", "aberração". Depois ele pos a mãos na minha garganta e me fez vomitar. Nunca mais consegui colocar um doce na boca.
Harry olhou para o homem sem saber o que falar. O pai de Snape parecia pior que seus tios. Pelo menos nenhum deles fizeram algo próximo daquilo.
Após o café, as coisas foram organizadas e Harry e Snape saíram. O jovem Potter nunca havia entrado em uma loja de roupas para comprar roupas para ele, só para Duda.
Agora o garoto experimentava diversas roupas com o intuito de escolher as que mais gostou. Harry tinha um gosto simples, o que o fazia sempre escolher roupas mais básicas e que não eram tão chamarivas. Camisas de flanela, calças jeans, camisetas lisas. Para os tênis all stars eram os que mais gostava, então acabou levando eles mesmo.
Depois foram a um restaurante simples ali perto e comeram peixe com batatas fritas. Harry estava se acostumado com a presença de Snape, o que era inconcebível na cabeça dele a algum tempo atrás.
Após saírem, Snape decidiu que precisavam ir ao mercado. Segundo o professor não tinham comida o suficiente para o resto da semana.
Harry assistiu o professor comprar as hortaliças, carnes, cereais... Mas a atenção de Harry foi presa por Dounots na vitrine da sessão de pães. Harry nunca comeu Dounts, ele já assitira Duda comer, mas não era um luxo que os Dursley lhe davam.
Harry só percebeu Snape quando ele estava falando com a balconista e voltou com uma caixa de Donouts na mão.
- Você lê mentes, não é? - Harry perguntou, mas Snape só entregou a caixa e voltou a fazer a compras.
Enquanto estavam no carro e Harry saboreava os maravilhosos Donouts, uma dúvida surgiu em sua mente.
- Todos os professores podem ler mentes? - Perguntou após de dar uma grande mordida em um Donouts recheada com geleia de morango.
- Não fale de boca cheia, é deselegante e nojento. - Falou.
- Desculpe - Respondeu Harry triste.
- Eu sou leginimente - Falou Snape - E não, nem todos os professores são... Dumbledore é.
- Você nasceu legini... me perdoe, não lembro exatamente.
- Sim e não. - Respondeu deixando Harry confuso. - Eu nasci com 1% de Legimencia, o resto eu estudei, me dediquei... eer... sabe a professora McGonagall?
- O que tem? - Perguntou Harry.
- Ela é uma animaga, ela se transfigura em um gato. É uma habilidade que ela adquiriu estudando muito... a diferença entre o animago e o leginimencia é que ela tanto pode ser aprendida quanto pode ser um talento natural.
- O senhor nasceu com um pouco do talento e aperfeiçou, se tornando realmente bom. - Harry falou.
- Sim, senhor Potter... Quem sabe um dia o senhor não domine a leginimencia. - Snape voltou a atenção para a estrada.
Harry jantou e foi se deitar, estava tão cansado, mas reparou que Rony e Hermione não haviam respondido as cartas. Ele imaginou que estivessem ocupados arrumando as coisas e a volta para casa.
A vida com Snape não era tão ruim quanto Harry imaginou. Pensando nisso escreveu para Rony.
Querido Ron
As coisas estão mais fáceis do que imaginei que seriam. Ele comprou roupas novas, fomos ao mercado.
E você não acreditaria como ele cozinha bem. Claro, ele é muito exigente e tenho horários de comer, estudar, assistir, mas nos Dursley eu não podia fazer nada.
Espero poder marcar logo para poder visitar sua casa.
Atenciosamente, Harry.Os dias que se seguiram foram com a mesma rotina e nada das cartas de Rony e Hermione. Harry pensou que talvez tivessem esquecido das cartas, que estavam tão entretidos com as férias... mas logo ele começou a ficar triste. Será que eles não gostavam de Harry? Será que tinham esquecido dele?
Snape começou a perceber um desânimo gradual no garoto, pensou em ler os pensamentos dele, mas achou que seria uma grande invasão de privacidade.
"Ora, o que aquele moleque está fazendo? Estou amolecendo." Pensou o professor indignado com suas atuais preocupações.
Na hora de dormir, Snape entrou no que antes fora seu antigo quarto. A diferença do local ainda mexia com Severus. Ele comprou um novo guarda-roupas, uma nova cama para Harry e o garoto decorou com faixas e bandeiras da Grifinória.
Na cômoda havia três porta-retratos. Um o menino ruivo, a garota de cabelos rebeldes e o menino com cicatriz de raio riam e acenavam. Na outra imagem estavam Lily e James Potter, gargalhando enquanto se abraçavam.
A terceira era uma foto de Harry ao lado do time da Grifinória, posando com seus uniformes e suas vassouras.
Harry estava deitado olhando para a gaiola vazia de Edwigis, que era solta todas as noites para sua caça noturna. Snape sentou-se ao pé da cama e observou Harry, quando viu que o garoto começou a chorar.
Snape nunca se imaginou em situação semelhante. Geralmente as crianças choravam porque ele era maldoso. Sem pensar muito sobre isso, deitou-se ao lado de Harry, então o garoto o abraçou, como um instinto e chorou em seu peito.
Severus passou a mão em suas costas, consolando e acariciando. Harry nunca havia recebido um gesto carinhoso. Nunca teve nenhum colo para onde correr ou uma pessoa, agora ele recebia tudo isso da pessoa que passou o ano todo odiando.
- Eles esqueceram de mim, não gostam de estarem comigo... Duda tinha razão. Quem iria querer ser meu amigo?
- Você é Harry Potter, tem filas de pessoas querendo serem seus amigos. - Respondeu Snape.
Mas Harry continuou chateado. Snape continuou tentando consolar o menino. O sono logo apareceu e Harry se entregou ao cansaço.
Quando Severus ia se levantar, Harry segurou a camisa dele em meio ao sono, então Snape entendeu que não podia ir.
Com um aceno de varinha transfigurou suas roupas, substituindo-as por pijamas. Ele se ajeitou na cama, com o garoto descansando a cabeça em seu braço e dormiu.
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O Novo Guardião de Harry Potter
RandomOs Dursley sofreram um grave acidente e Harry era órfão mais uma vez, precisando de um novo guardião.