𝗙𝗨𝗚𝗜𝗧𝗜𝗩𝗘𝗦 ୨ৎ thiam

↻Companheiro de cela

Acordo assustado com um barulho super alto que ecoou por todo local, e acabei batendo a cabeça na cama de cima.

Isso é um despertador? Meu Deus, isso é horrível. Isso não é jeito de se acordar alguém, eu vou bater minha cabeça todos os dias nisso?

Vejo meu parceiro de cela descer de sua cama e ir até o lavabo, ele pega uma escova de dentes e coloca creme dental na mesma e começa a escovar seus dentes.

Me levanto e vou até ele.

— Bom dia — digo mas ele nem se quer se vira pra me olhar — ei, tem uma dessas pra mim também? — cutuco ele e ele para com o ato e se vira pra mim com a boca suja de creme dental

— O que você quer?

— Tem uma escova pra mim também? Se não tiver, tudo bem. Você se importa de dividir? — ele revira os olhos e se vira novamente

Ele lava a sua boca e depois sai de perto da pia. Posso ver agora que há duas escovas de dentes, ok, foi um pouco sem noção o que eu falei, mas como eu ia adivinhar?

Escovo meus dentes com a outra escova e depois volto para a cama, agora olhando melhor eu percebo mais como é a cela. A beliche é de concreto da mesma cor que o chão, perto da pia tem uma privada, só de pensar em ter que usar aquilo me bate um nojinho, não tem papel higiênico?

Também tem uma mesa de concreto, me pergunto para que serve, já que não tem nada nela.

— Por que aquele troço tocou pra nos acordar? Eles vão nos levar pra algum lugar? — pergunto vendo ele perto da grade

— Café da manhã — responde

— Ah… você não vai me dizer mesmo seu nome?

— Não — diz

— Ok… então, por que você tá aqui? — tentei. Eu quero conversar, mas ele não ajuda — você não vai me dizer? Então eu vou adivinhar — me ajeito na cama — você tem cara de ser daqueles bandidos que enganam senhorinhas pra ficar com a bolsa delas, acertei?

Ele continua encarando o outro lado da grade, provavelmente esperando pelos policiais.

— Ou então você é um assassino, você não é de falar muito, então as pessoas te contratam pra matar alguém as escondidas — digo, mas ele nem me olha. Qual o problema desse cara? — quantas pessoas você já matou? Isso dava um bom dinheiro?

— Eu não matei ninguém, pelo menos ainda não — ele olha para mim finalmente, seu olhar é um pouco intimidador

— Quer saber porque eu vim pra cá? — me levanto — eu- — sou interrompido pelos policiais que apareceram no corredor e começaram a destrancar as celas

Uma fila de presidiários foi feita, o que nos direcionou até um refeitório enorme. O lugar é cheio de mesas e bancos, procuro Scott e Stiles com os olhos mas não os vejo.

No final da fila tem algumas mulheres servindo comida em nossas bandejas. Já perdi meu companheiro de cela de vista, mas percebo alguns olhares esquisitos dos ouro presos pra cima de mim.

A fila começou a andar até que chegou minha vez, a mulher colocou um pouco de frutas em um compartimento da bandeja, cereal em outro, um pouco de café preto num copo e por fim um suco com uma cor estranha.

— Cara! Graças a Deus. — Stiles apareceu ao meu lado assim que saí da fila

— Eu pensei que não veria mais nenhum de vocês, pra onde vocês foram? — pergunto

— Eu fui levado pra uma cela com um cara assustador — ele disse enquanto andávamos pelo refeitório com nossas bandejas — você não sabe do Scott? — nego com a cabeça