PRÓLOGO

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Postagens de capítulo UMA VEZ na semana.

Boa noite.

PRÓLOGO

KELLAN

TRÊS ANOS ANTES DO FIM DO PRIMEIRO LIVRO

Encarei o meu reflexo no imenso espelho a minha frente e a gravata presa ao pescoço não só me incomodava como parecia extremamente torta e desnecessária, nunca aprendi a dá um nó em uma gravata, isso nunca me pareceu atraente, eu não fazia o tipo de homem que gostava de ternos caros, calças apertadas e lenços para combinar com a cor do paletó, esse era o meu irmão mais velho, Stefan Black, ele era o cara que gostava de roupas de grifes, ser chamado de senhor e manter o controle de tudo em suas mãos. Eu fazia mais o tipo do cara que acordava pela manhã, pegava a primeira calça jeans disponível, de preferência rasgada, uma camiseta, jaqueta e pronto, passava as mãos sobre os meus cabelos e estava apto a começar o meu dia depois de uma xícara de café. Então, me ver vestido de smoking, gravata borboleta e cabelos perfeitamente penteados não me agradava, contudo, era do meu casamento que falávamos, o dia que eu estaria em um altar esperando a única mulher que eu realmente amei na vida caminhar até mim e finalmente dizer sim ao nosso amor.

Sorri levando o copo com uísque à boca, talvez não fosse a melhor coisa beber antes de entrar na igreja, mas algo deveria me acalmar, pois toda vez que meus olhos caíam sobre o brilho do meu sapato eu entendia que o tempo estava passando e em breve eu seria um homem casado. A porta atrás de mim se abriu e Stefan, meu irmão mais velho, entrou carregando um balde de gelo com uma garrafa de champanhe e duas taças, ele me olhou e riu, lançando a cabeça para trás.

— Você parece um pinguim.

— Então é assim que você se parece todas as manhãs.

Ele não se incomodou com o meu insulto, pelo contrário, ele riu ainda mais satisfeito em me ver fazendo papel de bobo.

— Sua gravata está torta.

Eu o observei colocar o balde gelo de lado e se aproximar de mim, parando bem na minha frente, arrumando a minha gravata. Eu o analisei em silêncio enquanto um brilho estranho dançava nos olhos escuros do meu irmão.

— Estamos bem sobre isso, não é?

Stefan me encarou, eu não me cansava de questionar sobre esse assunto, se ele realmente estava bem com o fato de que eu casaria com a sua ex-noiva, mesmo eu sabendo que agora o meu irmão estava em um relacionamento ao lado de Athena McAneny, um relacionamento a distância, ainda assim um relacionamento. Os dois já estavam juntos por quase um ano calando a todos que falaram um dia que eles nunca dariam certo.

— Você está prestes a subir ao altar e me pergunta se estou bem com o seu casamento com a Elis? Estou mais do que bem, isso já deveria ter acontecido há tempos.

Eu não queria dizer que concordava com ele, mas era assim mesmo que eu pensava.

— Só me certificando pela última vez.

— Não há necessidade, estou feliz por vocês dois.

Bati contra o ombro do meu irmão e ele me puxou para um abraço com duas batidas nas minhas costas antes de se afastar.

— Vamos brindar.

Eu me aproximei pegando a taça que Stefan estendia na minha direção, só havia duas taças e aquilo apertou o meu coração. Gustaf, nosso irmão mais novo, estava fora da cidade por quase um ano. Quando ele deixou Nova Iorque, depois de trancar o seu último ano na faculdade, a ideia era ele conhecer o mundo, fazer um grande mochilão e retornar com experiências e coisas boas as nos contar, mas ele não estava presente no dia do meu casamento e deixou claro que eram por razões pessoais.

— Ele ligou? — perguntei enquanto Stefan enchia a minha taça com champanhe.

— Não, mas Athena disse que ele está bem.

Concordei, Gustaf era mais próximo de Athena do que de mim ou do Stefan e sua segunda pessoa predileta era o nosso pai, Efraim Black, ainda assim só Athena estava por dentro de suas doces aventuras fora de casa e eu tinha as minhas dúvidas de que eram realmente doces. Esperei Stefan se servir com a bebida e se aproximar de mim.

— Um brinde a você e Elis, um brinde a união de vocês e que sejam eternamente felizes juntos, Kellan.

— Obrigado.

Toquei a minha taça a taça do Stefan e levei a boca sorvendo o líquido borbulhante o deixando passar por minha garganta e aumentar ainda mais a minha expectativa para o que aconteceria daqui alguns minutos.

A porta se abriu e meu pai entrou com uma garrafa de champanhe e três taças, ele sorriu ao perceber que já estávamos em uma comemoração e se aproximou me puxando para um abraço. Era louco pensar em tudo o que aconteceu no nosso caminho, até que a vida nos trouxe até aquele momento. Meu pai casado e finalmente feliz, eu estava prestes a me casar e Stefan estava noivo, Gustaf fazia falta, mas o que eu podia falar dos Black? Depois de todos aqueles anos, vivendo perigosamente, dividindo mulheres e sendo os piores homens de Nova Iorque nos tornávamos, por fim, homens de verdade.

— Tome pai. — Stefan o serviu com um pouco de champanhe. — Aos Black.

— Aos Black. — Bati a minha taça nas deles e começamos a rir um encarando o outro.

A vida era um grande filme, tinha comédia, suspense, drama, mas o melhor era que o amor sempre parecia vencer no final, e eu estava vivendo o meu final feliz com grande felicidade.


DIGA QUE ÉS MINHA | LIVRO 2 - TRILOGIA IRMÃO BLACKOnde histórias criam vida. Descubra agora