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KELLAN


— Preciso que você me faça um favor. — Stefan entrou na minha sala e o encarei por cima da tela do notebook por alguns segundos antes de voltar a minha atenção para o trabalho.

— Estou ouvindo — falei ainda concentrado no meu serviço.

— Terá um coquetel hoje de noite, coisa só para executivos e não estou a fim de ir.

Eu o encarei com o cenho franzido, ele não queria que eu fosse no lugar dele, não é? Stefan sabia muito bem que jantares de negócios não combinavam nem um pouco comigo.

— Será que você poderia ir e...

— Não — eu o interrompi antes que continuasse com suas sandices. — Você sabe muito bem que odeio essas coisas de jantares de negócios e coquetéis sem sentido. Você deveria ir.

— Não quero fazer isso sem a Athena, pensei que Elis pudesse acompanhá-lo, assim a noite não seria tão insuportável.

Eu o encarei e lá estava o meu irmão mais velho com aquele olhar pidão dele.

— Athena ficou de me ligar hoje, me faça esse favor.

Respirei fundo passando as mãos sobre o rosto o esfregando.

— Que droga, Stefan!

Ele riu.

— Se a Elis não concordar ir comigo, sinto muito, não irei.

O sorriso dele vacilou e os ombros caíram.

— Se ela não concordar em ir com você, eu irei. Assim nem eu ou você sairemos sozinhos.

Okay — concordei e ele saiu da sala me deixando sozinho com os meus números, o segundo lugar que eu me sentia confortável depois dos braços da Elis.

Eu me concentrei no meu trabalho o dia todo, Stefan não me interrompeu mais e foi possível seguir o cronograma que eu havia criado para mais aquele dia de trabalho. Ao final do expediente peguei as minhas coisas e parti para casa. Elis ainda precisava ser informada que teríamos um jantar para ir.

Minutos depois abri a porta do apartamento e caminhei em direção ao quarto. Elis estava deitada de bruços, com uma das mãos sobre o rosto e a outra por baixo do corpo, as luzes estavam apagadas e só havia uma luz fraca que vinha do banheiro.

— Elis? — eu a chamei e ela gemeu um som de dor. — O que foi? — eu me aproximei e toquei seus cabelos, o rosto dela estava retorcido em dor.

— Estou com cólica.

Eu fiquei mais aliviado, não podia imaginar a dor que ela estava sentindo, mas achei que pudesse ser algo bem pior.

— Está doendo muito?

Ela concordou de olhos fechados. Era a primeira vez que eu passava por isso com ela ou com qualquer outra mulher e nem sabia o que fazer ou como agir.

— O que posso fazer para melhorar o seu dia?

Ela só balançou a cabeça se negando a falar. Respirei fundo e beijei a sua testa, estava fora de cogitação que ela me acompanhasse no jantar.

— Preciso ir a um jantar de negócios com o meu irmão, você se incomoda de ficar sozinha?

Ela negou de novo, acho até que ela ficaria muito bem sem a minha presença por algumas horas.

— Está bem, vou tomar um banho.

Ela concordou e se virou me ignorando. Eu sabia que aquela era a minha deixa. Caminhei até o banheiro mexendo no meu celular, um dia eu li que quando mulheres estavam em seu período menstrual o corpo necessitava de comidas regadas a carboidratos, gordura e açúcar, mesmo que Elis não fizesse o tipo de mulher que se esbaldasse em comidas daquele jeito, seu corpo precisava disso. Peguei o celular e fiz o pedido de duas pizzas, uma era doce com muito chocolate e a outra com muito queijo e depois avisei ao Stefan que ele seria a minha companhia da noite. Coloquei o celular sobre o balcão, tirei as roupas e entrei para tomar um banho.

DIGA QUE ÉS MINHA | LIVRO 2 - TRILOGIA IRMÃO BLACKOnde histórias criam vida. Descubra agora