DIGA QUE ÉS MINHA | LIVRO 2 - TRILOGIA IRMÃO BLACK

19

ELIS

DOIS MESES DEPOIS

Levei a mão sobre a boca quando senti um enjoo embrulhar o meu estômago.

— O que foi? — Kellan perguntou me olhando estranho.

Estávamos na cozinha preparando o jantar depois de mais um dia de trabalho, que não passei bem, diga-se de passagem.

— Não sei, passei o dia assim me sentindo mal. Hoje fui comer uma banana e o cheiro da fruta me enjoo.

Kellan me olhou confuso.

— Você comeu alguma coisa que te fez mal nesses dias? Ou você está trabalhando demais.

Sorri, não tinha nada a ver com o trabalho.

— Não é o trabalho, meu amor — respondi tocando suas costas ao passar por ele. — Acho que foi alguma coisa que comi. Que horas o Stefan falou que faria a chamada de vídeo? — Mudei de assunto ao ver que o Kellan parecia extremamente preocupado comigo.

— Por volta das nove da noite.

— Okay — falei e me concentrei no que fazia. — Você acha que aconteceu alguma coisa?

— Não, nada demais — ele respondeu ligado nos seus afazeres. — Como foi o seu trabalho hoje?

— Fotos, fotos e muitas fotos.

Ele riu.

— Desire te incomodou? — ele perguntou temeroso.

Nas últimas semanas Desire declarou guerra a mim, ela estava fixa no quadro de modelos da Blackburn e a garota estava disposta a me tirar do sério, nada que durante todos aqueles anos de profissão eu não estivesse acostumada. A raiva dela estava no fato de que Kellan não a queria. Derek, por outro lado, estava calmo e não aparecia na agência já fazia um bom tempo e isso era bom ou péssimo, eu ainda não sabia.

— Meu Deus. — Pressionei a mão sobre a boca e corri pela casa sentindo que colocaria tudo para fora no meio da sala do nosso apartamento.

Não sei como consegui chegar tão rápido ao banheiro, mas foi só o tempo de erguer a tampa do sanitário e colocar tudo para fora, em segundos a mão grande do Kellan segurava os meus cabelos enquanto a outra acariciava as minhas costas.

— Você não está bem, Elis, você está pálida e suando frio. O que está acontecendo?

— Não sei — respondi ficando de pé com dificuldade para lavar à boca. — Estou estranha já faz algumas semanas.

— Será que é TPM?

Eu o encarei pelo reflexo do espelho e tudo fez sentido, a minha menstruação estava atrasada a quase dois meses. Tentei esconder a preocupação misturada com sorriso e felicidade, quando passamos aqueles dias em Paris eu e o Kellan não fomos nada cuidadosos. Eu o olhei de novo pelo espelho, sorri sentindo meu coração bater forte e o corpo tremer.

— O que foi? — Kellan perguntou preocupado. — Você está sentindo alguma coisa?

— Não — falei me abaixando para lavar a boca. — Você está certo, é TPM.

Eu não podia falar para ele que achava que estava grávida, precisava ter a certeza antes de dizer algo que não fazia sentido.

— Você tem certeza?

— Sim, meu amor. — Toquei com a mão molhada em seu rosto e sorri. — Eu sei que tudo ficará bem.

— Okay — ele falou beijando meus lábios. — Eu deixei as coisas no fogo.