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Não!

Essa deveria ser a minha resposta, pois não daria certo aquilo de amizade entre mim e a Elis, mas o que fiz foi mexer a cabeça em afirmação e recebi um sorriso lindo em reposta. Ela ficou de pé em um salto do sofá puxando a minha mão me levando em direção ao quarto. Ela falava sem parar sobre os lençóis e travesseiros, mas meus olhos só captavam a forma que seus quadris se mexiam, o jeito que seus lábios eram maravilhosos e cada fibra do meu corpo tinha consciência que estava na presença da mulher por quem eu era apaixonado.

— Se você precisar de toalhas limpas tem no armário do banheiro.

— Obrigado — respondi a vendo saltitar para fora do quarto.

Não fazia sentido passar a noite, não quando ela me abandonaria tão cedo e me deixaria sozinho, mas estar ali sabendo que seu quarto estava a alguns passos de distância do meu era melhor do que não estar perto dela. Tirei a camisa e me sentei na beira da cama para retirar os sapatos, por fim, tirei a calça e caminhei em direção ao banheiro. Precisava de um banho para acalmar os meus nervos e em seguida me deitaria. Não demorei muito no banho, saí me sequei e coloquei a cueca voltando ao quarto. Não havia mais barulho no apartamento o que só deixava claro que Elis estava deitada e pensar nela deitada em sua cama me faria lembrar da nossa primeira noite juntos e eu não precisava de uma ereção naquele momento. Suspirei e me deitei de barriga para cima para alguns segundos depois me sentar de novo e em seguida me sentei no chão com as costas pressionadas contra a cama.

É melhor você ir embora, Kellan.

Sim, a minha mente estava certa, o melhor seria ir embora antes de fazer besteira, Elis estava decidida a ser a minha amiga e eu precisava fazer isso por ela, não tinha o direito de machucá-la ou estragar seus planos. O barulho vindo da porta chamou a minha atenção e prendi a respiração quando Elis entrou no quarto vestida em sua camisola, pés descalços e os cabelos soltos. Em silêncio ela caminhou na minha direção e estendeu a mão para mim. Demorei a entender o que estava acontecendo, se era um sonho ou até mesmo a minha mente me pregando uma peça.

— Não consegui dormir sabendo que você estava a alguns passos de distância de mim — ela falou exatamente o que me impedia de dormir.

— Elis, eu acho melhor a gente...

— Só dormir, Kellan, só deite ao meu lado.

Nunca seria algo simples quando o assunto era Elis Aubert, mas eu peguei a sua mão e deixei que ela me levasse de volta para a cama, Elis se deitou de costas para mim e pressionei a frente do meu corpo contra suas costas, nossas mãos trançadas sobre o seu abdômen definido enquanto eu torcia para que o meu membro não despertasse com toda aquela aproximação.

— Obrigada — ela sussurrou e apertou mais sua mão na minha.

Despertei pela manhã com o corpo da Elis pressionado contra o meu, suas mãos no meu peito e sua cabeça também, pressionando-me. Devagar, afastei o seu corpo e saí, a primeira noite que estive ali agi feito um imbecil e fugi pela manhã sem deixar explicações, mas Elis estava disposta a me dar uma segunda chance como seu amigo e eu estava disposto a fazer essa chance valer. Caminhei até o banheiro, lavei o rosto e fiz a minha higiene pessoal antes de deixar o quarto na ponta dos pés em direção à cozinha. Não conhecia nada no apartamento da Elis, mas teria que fazer o meu melhor. Minutos depois consegui preparar um simples café da manhã. Coloquei tudo em uma bandeja e caminhei de volta ao quarto, assim que entrei no cômodo encontrei uma Elis desolada sentada no meio do colchão, quando ela me viu ficou completamente surpresa.

— O que foi? — perguntei ao me aproximar da cama para colocar a bandeja sobre o colchão.

— Nada — ela respondeu e se esticou para pegar um biscoito que estava na bandeja.

DIGA QUE ÉS MINHA | LIVRO 2 - TRILOGIA IRMÃO BLACKOnde histórias criam vida. Descubra agora