DIGA QUE ÉS MINHA | LIVRO 2 - TRILOGIA IRMÃO BLACK

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ELIS

Acordei pela manhã e senti a ausência do corpo do Kellan pressionado ao meu. Ele deveria estar ali, depois da nossa noite esplêndida e do jeito que ele me amou, ele deveria estar ali, pois eu queria dar bom-dia e dizer o quanto estava satisfeita por finalmente ter revelado os meus sentimentos a ele. Sentei na cama e constatei que nem mesmo as roupas dele estavam no chão do quarto e... Levantei em um salto, peguei o meu vestido que estava no chão e o vesti de qualquer jeito enquanto saia do quarto. Meu apartamento estava vazio, silencioso e foi naquele momento que percebi que Kellan havia me deixado.

E eu sei que não deveria chorar ou lamentar o fato de que um homem não quis ficar comigo, mas era o segundo. Stefan havia me traído, apesar do fato de que essa traição eu já havia superado no instante em que percebi que não o amava mais e o que vivíamos era a comodidade de um relacionamento que há muito tempo era só uma amizade. Minha primeira reação foi fugir, depois fiquei com raiva da Athena por ter roubado o meu noivo e por fim entendi que o rompimento de vez com o Stefan era a melhor decisão.

Sentei no sofá e esperei, eu nem sabia o que estava esperando. Talvez que o Kellan surgisse da cozinha ou a porta do meu apartamento fosse aberta o revelando com o nosso café e ele explicaria que só saiu por alguns minutos para me fazer uma surpresa, mas não, no fundo eu sabia que todos aqueles pensamentos era a minha mente tentando justificar os abandonos ou até mesmo meu coração tentando entender o porquê eu não podia ser feliz.

Permita-se sentir, Elis.

Minha mente me incentivou! Sim, eu precisava sentir, porque desde que Stefan me deixou eu não havia sentido, chorado ou qualquer coisa do tipo, não pareceu tão grave quanto o Kellan me deixar. Então, como há tempos eu não me permitia, eu me joguei no sofá e comecei a chorar e ao final de toda aquela cena de autopiedade eu teria uma conversa séria com Kellan Black, colocaríamos os pingos nos "is" e se a resposta dele fosse o contrário do que o meu coração desejava, seguiria com a minha vida e seria feliz.

Não sei quanto tempo permanecei naquela posição, encarando o teto, chorando, relembrando e tomando decisões, mas quando meu peito já não doía mais e meus olhos estavam inchados, levantei do sofá e segui de volta para o meu quarto. Por mais que Kellan não desejasse me ver, ele teria que superar a sua aversão a minha presença e conversar como o homem maduro que eu sabia que ele era. De todos os irmãos Black, Kellan era o mais reservado, calado e estranho, mas sempre enxerguei algo naquela estranheza dele e, com certeza, não era a falta de respeito com as mulheres. Ele deveria estar mais perdido do que eu com toda aquela história, ainda assim, Kellan me devia uma explicação.

Caminhei até o meu celular que estava em cima da mesinha ao lado da cama e o peguei. Zero mensagens ou ligações, nenhum pedido de desculpas ou sequer uma desculpa que justificasse suas atitudes toscas. Respirei fundo e deixei meus dedos digitarem a mensagem para ele.

Não sei o que o levou a me abandonar depois da noite que tivemos, mas supere sua aversão a mim e me encontre no Pianos às 19h. Precisamos conversar, não me decepcione mais uma vez, Kellan Black.

Não esperei a resposta. Joguei o celular sobre a cama e caminhei em direção ao banheiro, até às 19h ainda tinha muita coisa para acontecer e dentre essas coisas eu precisava preparar o almoço. Entrei no banheiro, tirei o roupão e entrei no boxe. Minha mente já formulando o que falar para Kellan Black logo mais à noite.

oOo

Eu não deveria dar importância à aparência e muito menos em agradar o Kellan Black, mas a minha mente boba acreditava que se eu conseguisse chamar a atenção dele com uma bela roupa e a maquiagem perfeita ele se desculparia e tudo acabaria do jeito certo, com ele na minha cama de novo, mas desse vez ele não fugiria pela manhã. E lá estava eu, descendo do meu carro, com a minha melhor roupa e maquiagem. Acionei o alarme e segui em direção à entrada do PUB, meus saltos tocando o chão, deixando-me nervosa.