Luke estava inquieto, as pernas tremendo em baixo da mesa denunciavam sua ansiedade, e o nó que se formava em seu estômago o impedia de saborear as apetitosas asinhas de frango que Ophelia havia preparado com tanto capricho para o jantar, cada pedaço que se forçava a mastigar descia rasgando por sua garganta.
Seu foco naquele momento era apenas no redondo relógio colado no meio da parede da sala de jantar. Já marca nove horas, a missa já havia acabado e Delilah ainda não havia voltado.
Quase onze da noite, quando todos já estavam dormindo, Luke ainda se encontrava acordado, a mente vagando na garota, o forte temporal que havia atingido toda a cidade lhe deixava mais preocupado. Estava decidido, sairia para buscá-la, mas quando estava pronto para abrir a porta e sair, a figura da garota entrou as pressas.
- Que susto! - Delilah disse em um quase grito. - O que está fazendo aí parado? - Perguntou sem fôlego, sentindo o coração acelerar.
- Onde estava até essa hora? - O loiro ignorou a pergunta, se sentindo extremamente aliviado ao ver a mais nova.
- Na igreja.
- Não sabia que havia missa até às onze.
- Por que me tomas? - Estava pronta para subir as escadas, quando virou-se para ele, não estava com ânimo para dar qualquer tipo de explicações ao rapaz. - Eu não te devo satisfações.
- Eu só fiquei preocupado, você estava demorando a voltar.
- Começou a chover e eu resolvi esperar para não me molhar, uma amiga acabou tomando um carro de aluguel e me trouxe. Oras, guarde a sua preocupação para você.
Delilah subiu as escadas pisando forte, irritada pelas perguntas de Luke. Calum que saia do quarto, trombou com a irmã, estranhando ela estar acordado aquela hora.
- Delilah? Chegou agora?
- Até você, Calum? Ah, faça me o favor! - Esbravejou, assustando o outro.
Sem delongas, para evitar mais perguntas de seu irmão, entrou rapidamente em seu quarto. Assim que a porta foi trancada, a moça sentiu-se zonza, tudo a sua volta rodando rápido demais. Se apoiou na penteadeira e devagar caminhou até a cama, onde se sentou e fechou os olhos por alguns segundos, a fim de voltar ao seu estado normal.
- Céus, preciso procurar um médico, essas tonturas já estão ficando cada vez mais frequentes.
Mas apesar da tontura, e de quase ser descoberta por Luke, estava feliz, pois a noite com Lucas havia sido incrível.
No andar de baixo, Luke estava aborrecido, por mais que demonstrasse preocupação e tentasse ajudar Delilah, sempre era menosprezado, sem nenhum motivo aplausível.
- Luke? - Calum apareceu, coçando os olhos com uma das mãos. - O que está acontecendo? Encontrei com Delilah no começo da escada, ela chegou agora?
- Sim, eu ia atrás dela por conta da chuva, mas ela acabou de chegar.
- Achei que já estivesse dormindo. - Calum respondeu, achando estranho a situação. - Estava tão irritada, achei que iria me bater.
- Ela disse que estava na igreja, eu questionei e ela ficou daquele jeito. - O loiro coçou a nuca, sentou- se no sofá e chamou Hood para fazer o mesmo. - Calum, eu vou ser sincero, essas saídas dela me preocupam.
- Você gosta dela, não é?
- Gosto, e muito. - Hemmings respondeu firme, porém sentindo as bochechas esquentarem violentamente, Calum apenas sorriu.
- Gostaria que a Delilah não fosse tão mimada e correspondesse seus sentimentos, você é um bom rapaz, Luke. - Hood disse com sinceridade, enquanto apertava amigavelmente o ombro direito de Hemmings. - E sobre as idas dela na igreja quase toda noite, eu também tenho estranhado, mas não disse nada para não acharem que estou implicando.
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An Angel || l.h
Dla nastolatkówAmbientada no final dos anos vinte, Luke Hemmings se vê com os sentimentos feridos após descobrir o envolvimento de sua amada Delilah com seu irmão gêmeo, Lucas.