Os conselhos de Michael

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Luke Hemmings se via em uma encruzilhada. De um lado havia Delilah o provocando, fazendo com que sua sanidade ficasse por um fio. Desde que a menina descobriu sobre a pureza de Hemmings, quaisquer oportunidade que tinha, era usada para deixar o autocontrole do loiro por um triz, porém do outro lado sua mente quase lhe convencendo que o melhor era não ceder. Ainda tinha muito receio sobre o interesse repentino de Delilah.

De duas uma: Ou ela só estava interessada em se deitar com Luke ou queria apenas um álibi para fugir dos pensamentos com Lucas.

A segunda opção martelava vinte e quatro horas na cabeça de Luke.

Naquele dia em específico todas as atenções estavam sobre a barriga de Delilah. O bebê estava mais animado que o normal, mexendo a todo o instante, ato que fazia o coração do loiro se aquecer.

Esqueceram um pouco toda a tensão em cima deles, e pela manhã a única cena que se via era Hemmings acariciando com delicadeza a barriga da menina, sentindo os pequenos chutes em sua palma, e aproximando-se para cantar alguma das cantigas que sua avó costumava cantar para lhe ninar.

Mas nem todos os ventos estavam soprando ao seu favor.

Luke Hemmings viu quando Delilah foi beijada por Lucas, bem em baixo de seu nariz, sem pudor ou receio.

Em plena luz do dia, quando a menina estava voltando da consulta rotineira com o médico. Foi tão rápido que seus olhos não conseguiram acompanhar o momento exato  em que o outro loiro apareceu e a puxou.

Poderia ter ido até lá e ter feito um escândalo, ou simplesmente ter batido em seu irmão e puxado a mulher para si, mas estava cansado, tinha a impressão que vivia em um labirinto, e todas as falsas saídas davam aos dois.

Poderia jurar escutar ambos rindo em suas costas quando apenas deu meia volta e foi para casa, sem nem ao menos se importar com seu patrão gritando seu nome, ou com os gritos estridentes de Delilah pedindo para que ele esperasse.

— Saiu mais cedo do trabalho? — Ashton perguntou quando viu o cunhado entrar pela porta principal da casa.

— Está tudo bem? — Michael notou com clareza a tristeza do outro.

— Eu vi a Delilah e o Lucas se beijando. — Hemmings suspirou, caminhando em direção aos amigos e se sentando na poltrona envelhecida.

— O Lucas? Eu vou matar ela! — Ashton esbravejou. — Eu não posso acreditar que ela voltou a se encontrar com ele.

— Você não vai matá-la, o Luke que vai. — Michael sorriu de forma maléfica.

— Se ele matar a Delilah, eu mato ele! — Irwin ajeitou os bigodes com a ponta dos dedos, enfurecido com a idéia.

— Ele não vai matar de verdade, ele só vai dar o troco.

— Como? — Luke arqueou uma das sobrancelhas.

— Fácil, ache uma rameira e faça Delilah provar do próprio veneno. Já chega de ficar sofrendo por ela.

— Não acho que seja uma boa idéia.

— E o que seria uma boa idéia? Ficar triste em um canto enquanto sua mulher está trocando saliva com outro? — Michael arqueou as sobrancelhas, porém sua franja a impediu de serem vistas. — Pior ainda, outro que é literalmente a sua cara. Você sabe, eu sou um homem vivido, tive muitas mulheres, então siga meus conselhos que você vai se dar bem.

Agora a linha tênue era entre seguir os conselhos de Michael, que em toda a sua vida apenas teve uma namorada, ou seguir suas próprias decisões e sempre parar no mesmo lugar.

An Angel || l.hOnde histórias criam vida. Descubra agora