O Começo

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Park Sunghoon acordou depois de 12:30, seu corpo ainda estava cansado e desejava ficar na cama por horas, mas ele não podia pois sabia que iriam brigar consigo se fizesse isso, por isso com um pouco de esforço ele se levantou da cama e trocou de roupa antes de ir ao banheiro. Escovou os dentes, arrumou o cabelo e jogou um pouco de água no rosto para despertar, se olhou no espelho e infelizmente notou como estava acabado.

Olheiras profundas, a boca seca e machucada de tanto morder, algumas espinhas aparentes que o deixavam se sentindo mais feio ainda, olhou para suas mãos, a direita estava vermelha e com alguns machucados pequenos, já a esquerda possuía um corte grande na palma que sempre fazia Sunghoon lembrar do último ataque que viu da sua mãe, aquele em que ela tentou tirar a vida do filho mas apenas conseguiu o deixar com uma enorme cicatriz e péssimas memórias.

Após terminar de se limpar, ele saiu do banheiro e ia em direção às escadas, ouviu uma voz o chamando e ao se virar encontrou o corredor completamente vazio, era normal pessoas escutarem sendo chamadas e não ter nada por perto, é o que o Park ouviu dizer por aí.

Ao chegar na cozinha escutou o falatório dos órfãos, todos estavam empolgados graças a férias que havia chegado e não iriam precisar acordar 05:30 todos os dias para percorrer o longo trajeto até o colégio mais próximo. Park olhou as mesas desejando que alguma estivesse vazia e pudesse estar sozinho, mas não tinha nenhuma sobrando e isso o chateou ainda mais, até pensou em voltar para o quarto e dizer que não queria comer, mas uma pessoinha que o observava foi mais rápida.

— Sunghoon! — O coreano ouviu seu nome ser chamado e viu que Kim Sun-Woo estava sentado com seus amigos na mesa mais afastada, ele acenava com a mão e tinha um típico sorriso fofo no rosto, era claro que queria que o Park se sentasse com eles, ele sempre fazia isso.

Sunghoon chegou há pouco tempo no orfanato e desde que pisou os pés não tinha ido com a cara de ninguém, e Sunoo insistia em falar com ele todos os dias mesmo que recebesse grosseira e as vezes o mais puro silêncio, ele não desistia nunca.

— O que foi? — O Park pergunta se aproximando do garoto.

— Não vai pular refeições de novo, já perdeu o café da manhã, acha que eu não vi que não jantou ontem? — Sunoo falava tentando parecer autoritário mas suas bochechas cheinhas e olhos pequenos não colaboravam com sua cara de mal — Se senta com a gente.

— Não quero atrapalhar — Ele ia se afastar mas o mais novo segurou seu pulso.

— Não vai nos atrapalhar, agora se senta com a gente — Sunghoon suspirou sabendo que não iria adiantar fugir, Sun-Woo não o deixaria sair, por isso se sentou ao lado dele e o viu abrir um sorriso vitorioso — Então, dormiu bem, Sung hyung?

— Teria dormido bem se não fosse pela insônia — Park responde encarando a mesa e não querendo falar muito.

— Eu entendo, estava um tempo de chuva e fiquei morrendo de medo de acabar chovendo durante a madrugada — Lee Heeseung conta. Não era novidade para ninguém que ele tinha Pluviofobia, o medo extremo de chuvas, e não era atoa, assistir seus pais morrendo enquanto a tempestade acontecia naquela estrada vazia havia traumatizado muito o coreano.

— O tempo ainda está nublado, podemos brincar lá fora? — Sunoo pergunta fazendo bico.

— Hee hyung não vai se sentir confortável nesse tempo, principalmente lá fora, Sun-Woo — Jay conta como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, fazendo o Kim abaixar a cabeça envergonhado por ter tido aquela ideia.

— Não precisa brigar com ele, nós vamos brincar sim — Heeseung sorriu tentando animar o mais novo, mas por dentro ele estava se tremendo de medo de ter que colocar os pés na grama e ver o céu cinza, pior ainda se começasse a chover, mas se isso fosse fazer os meninos mais felizes então não tinha problema.

— Hyung...Niki...Fome — O mais novo entre eles, Nishimura Riki, começou a puxar a camiseta de Jungwon – que estava ao seu lado – e resmungar com um bico no rosto.

— A comida já vai sair, Niki — O Yang abraçou o japonês de lado e beijou a sua testa para que ele se acalmasse. A avó de Niki não permitiu que o menino estudasse e muito menos falasse, suas paranoias diziam que se Niki falasse poderia engasgar com as palavras, uma coisa tão irracional, mas o que Niki iria fazer naquela época? Se contrariasse as atitudes de sua avó apanharia.

O que não fazia sentido na cabeça do menino, por que falar era perigoso mas apanhar de cabos grossos não era?

O japonês não sabia quase nada de japonês, mas entendia coreano graças ao menino, mas pronunciar uma frase corretamente e na ordem certa ainda era um desafio e tanto para o menino que tinha a mentalidade de uma criança de 7 anos, mesmo que já tivesse 16 anos.

As duas cozinheiras entraram no cômodo trazendo a comida dos órfãos, deixando a mesa onde Sunghoon estava com os meninos por último, sempre era assim, as vezes até esqueciam de levar comida para o Sunghoon quando ele ficava no quarto, não que ele se importasse, sabia que aquele orfanato era a própria decadência e as vezes até agradecia por esquecerem da sua existência.

Todos comeram em silêncio, Sunghoon fazia um esforço e tanto para comer já que seu organismo parecia que iria rejeitar tudo em algum momento, mas não mostraria que estava mal na frente dos meninos. Após comerem tudo, eles foram para dentro da cozinha onde as cozinheiras lavavam as panelas usadas, eles lavaram seus talheres e pratos e agradeceram as mulheres pela refeição.

— Vamos lá fora? Ninguém quer sair por causa do tempo — Jake diz ao meninos que concordaram. Assim que saíram e pisaram na grama, Heeseung sentiu o medo invadir o seu corpo por completo, estava na cara que iria chover a qualquer momento.

— Vai querer brincar mesmo? — Jay pergunta se aproximando do mais velho.

— Eu vou ficar bem, Jay, não se preocupe.

A brincadeira seria esconde-esconde, uma inofensiva e que não tinha como se machucarem, mas seria no meio dessa simples brincadeira que os problemas iriam começar na vida daqueles sete garotos.

🌲

Demorou? Sim, mas eu trouxe a segunda versão de "The Orphanage"

Caso você não tenha lido a primeira versão pode procurar nesse mesmo perfil, estará com o mesmo título e sendo do mesmo grupo, essa seria a versão mais "tranquila" para acalmar o coração dos meus leitores que quase apareceram na minha casa para me matar por causa do final da primeira versão

Espero que sejam do agrado de vocês e que cumpra as expectativas que criaram, iria agradecer se pudessem comentar o que estão achando com o decorrer para saber se estou fazendo um bom trabalho.

Nos vemos amanhã <3

THE ORPHANAGE // Enhypen Onde histórias criam vida. Descubra agora