Anjos da Neve [Larry Stylinson]

21

Harry

Estou tão furioso. Como é que ele me pode fazer isto?!

O homem não esteve na minha vida durante literalmente nada disso e agora quer uma parte do meu dinheiro porque "ele criou-me" eu não pedi para nascer, então que porcaria é esta?

Sinceramente não posso acreditar que seja sequer um terreno sólido para processar alguém por isso, como porquê processar-me por existir... "Pai."

O homem não passa de um maldito caçador de ouro que é demasiado preguiçoso para realmente passar o seu tempo a conhecer o seu próprio filho pelo dinheiro. Por isso, ele apenas vai em frente e processa-me por fazer mais do que é. Idiota.

Devo encontrar-me com Louis em menos de uma hora no café, mas nem sei se consigo sair daqui por causa de todos os repórteres. Estão todos em todo o lado a tentar ser os primeiros a ter um comentário da minha parte. Não quero dar-lhes nenhum comentário, porque isto é ridículo.

Quero gritar-lhes para se irem embora, mas a minha gerência disse-me para me manter baixo, por isso também não posso fazer isso, que se lixe isto.

Para Louis:

Olá! não vou poder ir ao café porque a minha casa está rodeada de idiotas...

De Louis:

Não te preocupes com isso, ouvi falar do que aconteceu... isso é absurdo.Obrigado! Alguém compreende o maldito absurdo de tudo isto, como por exemplo, como é que isto pode mesmo tornar-se uma grande coisa.
Eu ando pela minha casa grande e sinto-me tão vazio. Sei que a empregada de limpeza provavelmente saiu há algum tempo para ir para casa, para junto da sua família. Ela é uma senhora simpática que tem um filho e um marido amoroso.

Por vezes tenho inveja de que a sua vida seja fácil, obviamente ela provavelmente também tem problemas, mas quando termina o seu dia de trabalho ela consegue ser quem ela quiser, ela pode ir onde quiser...

Eu também quero isso. Não digo que estou infeliz com a minha vida porque não estou, mas simplesmente não estou feliz com algumas partes que é o preço que se tem de pagar pela fama.Sinceramente, não sei se voltaria a escolher isto por mim próprio se soubesse onde me levaria, toda a gente quer fama até o conseguir... depois quer recuperar a sua vida normal.

Eu olho para todos os repórteres que estão lá fora a conversar uns com os outros, porque é que eles não saem... não têm eles também famílias para voltar?
Pego no meu telefone e carrego no botão de chamada no nome Louis, se não o consigo ver, pelo menos quero ouvir a sua voz.

"Olá." Ele diz com uma vozinha engraçada, é quase como se não soubesse realmente como atender o telefone.

"Bem, olá!". Eu digo e deixo sair um pequeno suspiro porque ouço mais um toque na porta.

"Não és apenas uma bola de sol?" Ele ri e eu não posso deixar de sorrir porque o seu riso é tão bonito... Provavelmente um dos meus dez sons favoritos.

"A minha casa está rodeada de repórteres desesperados... É como um maldito apocalipse zombie cada vez que olho pela janela." Digo e movo o meu corpo para o sofá, deixando o material macio do mesmo suportar o meu corpo cansado.

"Quem me dera poder salvar-te, mas tu sabes... Eu quero viver e não ter o meu cérebro comido." Maldição este rapaz parece saber sempre como me fazer sentir melhor, ele sabe quando preciso de algo para iluminar o ambiente.

"Então... como estás?" Louis muda de assunto e eu baixo o meu telefone do ouvido e ponho o altifalante.

"Na verdade, sinto-me uma merda." Digo e enrolo-me num cobertor que está estendido no sofá.

"Queres falar sobre isso?" Ele parece realmente preocupado e entristece-me, não quero que ele se preocupe com algo que é tão estúpido.

"Nem por isso, é tão estúpido e stressante". Resmungo, não estou triste nem nada que me faça ficar tão chateado como ele me pode fazer isto... Eu não pedi para o ter como meu pai, nunca o incomodei... nem mesmo em criança quando queria saber mais sobre ele.

"Então diz-me amor, preferes petiscos doces ou salgados?" Ali está ele, Louis, o rei de mudar de assunto.

"Acho que sou mais do tipo de pessoa doce, como pipocas e outras coisas." Digo e na minha cabeça penso na minha pequena combinação de comida esquisita pela qual todos ficam enojados.

"Penso que eu também sou, como se o gelado e o chocolate fossem espectaculares, mas não são realmente a minha chávena de chá." diz ele e deixa sair uma gargalhada arejada.

"Faço esta coisa realmente esquisita e por molho nas minhas pipocas." Eu digo e sinto como ele me está a julgar.

"Isso soa estranho... Eu quero experimentar um dia destes." Ele diz e eu consigo ouvir como ele se está a mexer do outro lado do telefone.

"O que estás a fazer?" Pergunto-lhe quando ouço um estrondo alto no fundo.

"Estou a tentar fazer alguma comida mas acidentalmente virei a única comida que tinha no chão..." Ele diz e eu ouço que ele está frustrado.

"Basta encomendar pizza." Eu digo sabendo que Louis me disse que ele não é realmente uma estrela na cozinha.... Nem eu, mas penso que já tive um pouco mais de prática do que ele na realidade.

"Provavelmente vou... Sou tão preguiçoso para ir lá abaixo ao encontro dele na porta."

"Que tal isto, vou a sua casa com pizza."

Sinto-me ousado ao dizê-lo mas assim que as palavras escorregam dos meus lábios começo a sentir-me inseguro a esse respeito. E se ele não quiser que eu vá a sua casa?

...