Anjos da Neve [Larry Stylinson]

29

Harry

O meu coração está a bater com tanta força que tenho a certeza de que vai saltar do meu peito e bater no Louis, não há maneira de ele não estar a apanhar a batida que está a dar ao meu corpo neste momento. A forma como ele sorri para mim como se eu fosse o único que importa, neste momento tenho mais certeza sobre ele do que alguma vez tive sobre qualquer coisa na minha vida.

Estamos a mover-nos pelo seu apartamento em direção ao seu quarto, deixando o chão da cozinha manchado de vinho para trás. A mão dele está a segurar a minha e tudo o que eu quero é estar mais perto, quero mais do que apenas este contacto de pele, preciso de mais.

"Olá" sussurro enquanto o puxo na minha direcção apenas para deixar um pequeno beijo nos seus lábios sorridentes, mesmo com todo aquele vinho que temos estado a beber ele ainda sabe a Louis.

"Olá" Ele sussurra de volta depois da parte dos nossos lábios e está tão perto que tudo o que consigo cheirar é ele, ele está a turvar tudo dentro da minha mente.

Não sei como é que as minhas pernas conseguem levar-me para a cama ou como é que chegámos aqui dos nossos beijos no corredor, mas de alguma forma aqui estamos com o pequeno Louis em cima de mim. Posso sentir como os músculos do seu corpo o estão a ajudar a aguentar-se para não me esmagar.

Ele está tão bonito.

Quero dizer-lhe como ele é belo, mas a forma como ele beija o meu pescoço torna impossível para mim conseguir algo mais do que pequenos gemidos a escapar aos meus lábios. O som do meu coração a bater depressa é tão alto que não consigo concentrar-me em mais nada do que o que este rapaz me está a fazer.

Ele está a fazer-me sentir como se eu estivesse em chamas, como se tudo o que ele toca me queimasse... mas não me importo, não quero que ele pare até que só restem cinzas de mim, raios, nem sequer tenho a certeza se quero que ele pare então.

Sinto como os seus dedos se estão a mover por todo o meu corpo, como ele está debaixo da minha camisa a descobrir cada pedaço de mim, ele está a fazer-me sentir mais vivo do que qualquer coisa na minha vida alguma vez me fez sentir.

Ele beija o meu pescoço enquanto me desfaz as calças bêbado, eu ajudo-o a tirá-las, ele não me puxa as cuecas, em vez disso apenas move a sua mão dentro delas acariciando-me lentamente.A sensação é esmagadora e só consigo pensar neste momento, na forma como ele move a sua mão que me faz esquecer tudo. Ele faz-me sentir bonito.

Os seus lábios movem-se para os meus e o sabor dos seus lábios é a minha coisa favorita, a forma como ele ainda consegue ser doce depois daquela quantidade de vinho é uma loucura. Quem me dera poder ser enevoado pelo sentimento de Louis para sempre.

Ele move os seus beijos para o meu pescoço e para o meu ouvido e depois pára. O ar das suas pesadas respirações atinge a minha orelha, se tivesse sido outra pessoa, tê-los-ia afastado por causa dessa sensação. Mas quando ele o faz, não se sente tão horrível... não se sente de todo horrível. A sua mão ainda se move lentamente, tornando a sensação no meu estômago quase insuportável.

"És a pessoa mais bela que alguma vez vi". De repente sussurra-me ao ouvido, a honestidade na sua voz é esmagadora, sinto como ele me dá arrepios nos braços por causa das suas palavras... e depois, do nada, sinto a sensação fria de água salgada a sair do meu olho.Louis pára de mexer a mão e tira-a da minha roupa interior, fico com uma sensação de vazio.

"Ei, não chores... Não temos de fazer nada com que não se sinta confortável". Ele diz e afasta-se de mim puxando-me para o seu peito, faz-me sentir seguro.

"Tenho tanta gente a dizer-me que sou bonito todos os dias, mas nunca ninguém me fez acreditar até tu chegares". Sinto-me tão patético enquanto o digo, mas de alguma forma é a verdade. Ouço essas palavras das pessoas todos os dias, mas só agora é que me senti de facto verdadeiro.

"Bem, então vou lembrar-te todos os dias, para o resto da minha vida, que tu és". Ele diz e beija-me na testa.Eu quero acreditar nele, mas tenho medo que ele esqueça esta conversa de manhã, que se perca num borrão.

"Vamos aconchegar-nos por um bocado e depois dormir". Ele murmura para o meu cabelo. Em seguida, move-se para o lado da cama para deslizar da sua camisa manchada de vinho e das suas calças, é deixado na sua roupa interior preta Calvin Klein.

"Vem cá". Resmunga enquanto se mete debaixo das cobertas, segurando-o para eu deslizar para dentro ao seu lado.

Pego na minha camisa e desligo para dentro ao seu lado, apenas descansando a minha cabeça no seu peito a ouvir os seus batimentos cardíacos constantes.

A sua respiração torna-se constante e pequenos roncos escapam de vez em quando, eu quero apenas adormecer ao seu lado. Mas tenho medo que, se o fizer, acorde de manhã na minha própria cama sozinho, tenho medo que, se adormecer, acorde apenas para perceber que foi apenas um sonho.

Por isso, deito-me ali a ouvir os sons que o homem adormecido está a fazer, a forma como ele por vezes murmura algo que é impossível de fazer em palavras.

Deitado ali adormecendo lentamente. Deitado ali, a apaixonar-me lentamente.